segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Balanço e perspectivas: PSD, PS, BE e MVC

A manutenção do PSD no poder é uma vitória que verdadeiramente não o é.
O partido dominante perdeu quase 2 mil votos relativamente a 2009. E a sua influência deve ser menos clara do que convém à democracia. A Câmara e as estruturas autárquicas não devem ser o maior empregador do concelho, como acontece noutras regiões do País, mas é natural que essa circunstância tenha pesado no voto.
Por outro lado, esta vitória de Pirro do PSD não é boa para o próprio partido, onde triunfou a burocracia (e Tinta Ferreira é a imagem do supremo burocrata) sobre o PSD mais genuíno (a ala de Hugo Oliveira).
E a população verá, muito provavelmente, que tudo o que estava mal irá ficar ainda pior. A chuva se encarregará de o mostrar, para começar.
 
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A derrota do PS é mais importante do que parece porque mostra bem os males das candidaturas intermitentes. Talvez haja situações em que pode ser a morte do artista quando um partido só pensa nas questões locais de quatro em quatro anos. Foi o caso do PS.
Houve votantes seus que se foram embora. Talvez não regressem.
 
 
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O desaparecimento do BE tem uma dimensão nacional e local.
Localmente, percebe-se agora o que já era visível: a sua chefia andava desesperada. E o desespero é mau conselheiro. Tudo contribuiu para darem com os burrinhos na água. (Pessoalmente, fico muito satisfeito. Para a próxima, se lá chegarem, arranjem um líder educado e inteligente.)
 
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O Movimento Viver o Concelho (MVC), que só interveio nestas eleições, teve um resultado contraditório.
Com dois mil votos, alcançou uma posição interessante. Não ganhou (e a dimensão das perdas do PSD criava factores acrescidos de imprevisibilidade) mas não perdeu. Até porque não há motivo de comparação. Ganhar espaço no xadrez partidário, quando ele está cristalizado há tantos anos, é uma tarefa difícil, como o mostra a história da democracia.
O MVC teve uma vitória que não o parece ser. Mas foi uma vitória.
O mais difícil vem agora a seguir: afirmar-se durante os próximos quatro anos, intervir pela afirmativa e sem esmorecer e não fazer apenas prova de vida, vigiar de perto as políticas camarárias.
Maria Teresa Serrenho, a sua candidata à Câmara, não conseguiu ser vereadora e não está na Assembleia Municipal. Mas não pode perder visibilidade. Teve uma primeira vitória ao conseguir lançar e consolidar o MVC. Tem agora de se preparar para as eleições autárquicas de 2017. É isso que esperam os cerca de dois mil votos que obteve e que lhe chegaram de todos os quadrantes.

[O MVC publicou aqui um comunicado sobre o resultado das eleições, cuja leitura recomendo.]

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