As elites caldenses, que se julgam as melhores do mundo por viverem na cidade e terem horror à vida real que existe no resto do concelho, perpetraram onanismos vibrantes com causas que pareciam tão importantes como a repartição de valências entre os hospitais de Caldas da Rainha e de Torres Vedras, a Linha do Oeste e as termas das Caldas.
Encheram páginas com essas causas, também, porque é mais fácil escrever à secretária do que deslocarem-se dez ou vinte quilómetros à procura de notícias.
Mas depois, perdidas as suas causas, o que resta?
Algumas almas melancólicas a assobiarem para o ar, a fazerem de conta que nunca disseram nem escreveram, impotentes perante a vida real.
A divisão de valências entre os dois hospitais parece ter-se concretizado. Ou se não se concretizou e nunca se soube.
A Linha do Oeste tornou-se ainda menos relevante para Caldas da Rainha e é fácil de perceber que a electrificação, a criação de uma segunda linha e a utilização de comboios de jeito são miragens.
O hospital termal está fechado e sem rumo definido e Óbidos já anunciou as suas Termas das Gaeiras perante o silêncio sepulcral dos grandes defensores das ternas caldenses.
Ou seja, essa gente berrou muito e ganhou zero.
A capacidade de compreender o mundo implica saber quando se perde e se ganha, avaliar bem as circunstâncias e as possibilidades de êxito e perceber desde o início que há causas perdidas.
Os patronos das causas perdidas das Caldas da Rainha, que julgam dominar o concelho por de vez em quando conseguirem dominar a opinião publicada e os cargos políticos públicos, são todos co-responsáveis pelo estado de degradação do concelho.
Não merecem a nossa confiança.
Nem o nosso voto no dia 29.
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