A primeira vez que tive contacto directo com as ruínas romanas da Baixa de Lisboa foi quando visitei o Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, no âmbito de uma reportagem sobre a Fundação BCP, julgo que em 2004.
O cenário era ideal para uma história de mistério com um toque de aventura e a conversa que tive no local, sobre os perigos que ameaça Lisboa a partir do subsolo, levaram-me a considerar a hipótese de utilizar a ideia. Parte dela materializou-se em "Ulianov e o Diabo" (publicado em 2006).
Por essa altura lancei-me a escrever uma história de ficção científica sobre Lisboa no futuro, com o seu centro histórico dominado por uma elite poderosa que fazia festas privadas muito... enfim, liberais. A história começou a parecer-me mais adequada a um filme-catástrofe (sobretudo pelo final previsto) do que para um livro e eu desisti dela, recuperando alguns dos seus elementos para "A Guerra de Gil" (2007) e para "A Cidade do Medo" (2010).
Quando, no início deste ano, "Morte com Vista para o Mar" entrou na sua fase final e a Topseller acolheu a ideia de anunciar logo a história que se seguiria, decidi que chegara o momento de dar vida à ideia de um mundo subterrâneo onde se podiam cometer impunemente alguns crimes.
Se o sem-abrigo conhecido por Diabo e a sua noção de um reino subterrâneo já vinha de "Ulianov e o Diabo", com uma alusão em "A Cidade do Medo", a ideia dos jogos romanos na arena subterrânea foi, finalmente, a concretização dessa minha inspiração inicial de há nove anos.
O cenário de "Morte na Arena" ficou assim criado.
Para a reprodução dos usos romanos (mais na perspectiva de "Roma" do que do "Spartacus" televisivo) eram necessárias figuras de autoridade. Como homens de leis, por exemplo.
E com isso entravam em cena os criminosos, partindo depois de uma simples constatação para explorar uma vertente política da problemática da Justiça que é pouco aludida...
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