sexta-feira, 31 de julho de 2015

Relicários vulvares



Foi há dois anos que houve obras de substituição de uma conduta de água na rua da povoação onde moro, numa freguesia do interior do concelho de Caldas da Rainha.
Dois anos depois dessas obras mais do que atribuladas apareceram agora o que parecem ser relicários aplicados à canalização de águas.
Podem ser úteis, ou não, mas têm quase todos uma curiosa particularidade: um pormenor que faz lembrar uma vulva.
Talvez seja uma manifestação de arte urbana, coisa de que alguns sectores locais muito gostam, embora com resultados sempre contraditórios.





É pena, entretanto, que a instalação dos relicários não tenha sido acompanhada pela recuperação (ou "requalificação", como agora gostam de dizer) do que pode ter sido, em tempos, um arremedo de fontanário, que continua com o aspecto miserável que a imagem documenta.
Mas também não admira. As autoridades municipais estão-se nas tintas para o interior e a Junta de Freguesia foi uma das que foram "transferida" para a cidade, que fica à extraordinária distância de 12 (doze) quilómetros e cujos responsáveis também não gostam muito de sair da capital do concelho. 


terça-feira, 28 de julho de 2015

Sardinhas



 
Acho que foi quando comecei a vir para esta região (São Martinho do Porto - Caldas da Rainha) que me tornei realmente apreciador de sardinhas, e as que se comem cá em casa vêm, invariavelmente, de uma loja que nunca me decepcionou em matéria de peixe fresco: a Peixaria Chagas, em Alfeizerão.
As de hoje, gordas e grandes, eram mesmo boas e, em segundo plano, está o "companheiro" delas escolhido para o jantar de hoje, um Dão tinto de 2012 da Quinta do Sobral (Santar), que foi perfeito no acompanhamento que fez a estes peixes.

Cheira a merda em Caldas da Rainha





... E não, não tem a ver com o gosto que a Câmara Municipal tem pelo lixo e pelos nojentos contentores verdes que gosta de espalhar por todo o lado, e a que aqui me tenho referido.
Tem, sim, a ver com o cheiro que paira em zonas próximas de entradas da capital do concelho, uma a noroeste na freguesia do Campo e a outra na zona industrial, perto de uma das entradas (e saídas) da A8.
O cheiro provém de grandes extensões cultivadas e é de supor que tenha a ver com a estrumagem das terras. As nuvens mais baixas, o calor, o vento e o tempo seco ajudam à festa, expandindo o odor pelos campos e pelas casas mais próxima, sem que ninguém lhes escape nessas redondezas.
Curiosamente, o PS local referiu-se ao assunto no início deste mês, chegando a pedir explicações à Câmara Municipal. Talvez não fosse causa para tanto e só demonstra aquilo que ando a dizer há muito tempo: os políticos locais pouco se aventuram fora cidade porque, percorrendo as estradas vizinhas, teriam percebido rapidamente o que se passava.
Não sendo obviamente agradável, este cheiro a merda é um sinal positivo do dinamismo da actividade agrícola do concelho.
O mesmo já não se pode dizer, claro, do lixo que a Câmara Municipal vai deixando espalhar por tudo quanto é sítio e cujo cheiro, felizmente, não se espalha como o do estrume. Pelo menos, por enquanto, claro.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Como a oposição se transforma em "situação" e o PSD caldense confirma a sua incompetência


Não há um cano roto, uma rua esburacada, uma sequela que seja das obras que devastaram a capital do concelho; as ruas e as estradas estão um brinquinho; o Hospital Termal é assunto para daqui a alguns anos quando alguém reparar que continua sem funcionar; as dragagens na Lagoa de Óbidos não interessam; o lixo é rei.
Ou seja: não se passa nada. A oposição à Câmara Municipal do PSD calou-se, em geral. E reina a ordem em todo o concelho de Caldas da Rainha
Repare-se bem: o PS continua activo mas a meio gás; o CDS anda calado por obrigação à coligação nacional com o PSD e porque o seu chefe Manuel Isaac deve andar a ultimar assuntos de antes de férias nos milhentos postos de trabalho que mantém (como a "Sábado" revelou); o PCP desinteressou-se mesmo de Caldas da Rainha em nome do combate ao "pacto de agressão". E o MVC, essa esperança perdida das eleições locais de 2013, continua cada vez mais dedicado às eleições presidenciais, talvez convicto de que mais vale um pequeno lugar no Palácio de Belém do que um grande lugar na câmara municipal de um concelho praticamente irrelevante. (E do BE nem vale a pena falar porque não existe.)
A oposição caldense faz cada vez mais parte da "situação".
E o PSD local ainda nem deve ter percebido a sorte que está a ter, confirmando mais uma vez a sua incompetência pela incapacidade de aproveitar a capitulação objectiva dos seus opositores políticos para canalizar votos para as eleições legislativas e para a coligação governamental.

domingo, 26 de julho de 2015

A vida privada das crianças

Não sou praticante do carácter completamente "aberto" do que agora se designa por "redes sociais" e quem vir o que publico aqui e no Facebook perceberá que grande parte da minha vida privada está omissa. Aceito, claro, que haja quem opte por expor a sua vida privada e, em certos casos, ate me surpreendo por certas facetas mais íntimas estarem tão pormenorizadamente à vista.
Mas, neste caso, estamos no domínio dos adultos, a quem a lei permite isso e muito mais. E mesmo a acção deliberada, ou não, de com isso poderem estimular, ou satisfazer, "voyeurs". É uma questão de opções individuais de quem, e legalmente, é proprietário do seu próprio corpo e da sua própria individualidade e os usa com toda a liberdade.
Esta liberdade, no entanto, já não é a das crianças.  
É comum pais e mães, avôs e avós exporem os filhos, de bebés até praticamente à adolescência (talvez quando os próprios já se acham no direito de o recusarem), nas mais variadas situações e nos inevitáveis fatos de banho nas "redes sociais".
Quando o fazem, no entanto, não estão só a expor os filhos ao mundo mas também a usar as suas imagens sem proteger os seus direitos (que os têm). Estão, na realidade, a oferecer as imagens dos filhos a qualquer pessoa e para qualquer uso. Mesmo para um simples exercício de prazer solitário.
Aliás, seria interessante saber se os pais e as mães que se mostram indignados quando, na praia ou num parque infantil, um estranho lhes fotografa as crianças (uma notícia banal no "Correio da Manhã"), põem no Facebook as fotografias que eles próprios tiram.  
Esta prática suscita-me as maiores reservas e, se tivesse agora filhos pequenos (como já tive), não os exporia nas "redes sociais".
Não prevalecendo neste domínio o bom senso (como não prevalece em muitos outros casos nesses mesmos meios), só se pode saudar um acórdão do mês passado do Tribunal da Relação de Évora que, não fazendo jurisprudência, pode indicar um rumo. E as citações, mais longas, justificam-se:
 
(...) Na verdade, os filhos não são coisas ou objectos pertencentes aos pais e de que estes podem dispor a seu belo prazer. São pessoas e consequentemente titulares de direitos. Se por um lado os pais devem proteger os filhos, por outro têm o dever de garantir e respeitar os seus direitos. É isso que constituiu o núcleo dos poderes/deveres inerentes às responsabilidades parentais e estas devem ser sempre norteadas, no «superior interesse da criança», que se apresenta, assim, como um objectivo a prosseguir por todos quantos possam contribuir para o seu desenvolvimento harmonioso: os pais, no seu papel primordial de condução e educação da criança; as instituições, ao assegurar a sua tutela e o Estado, ao adoptar as medidas tendentes a garantirem o exercício dos seus direitos e a sua segurança.
Quanto ao perigo adveniente da exposição da imagem dos jovens nas redes sociais, as organizações internacionais e os Estados têm manifestado crescente preocupação porquanto é sabido que muitos predadores sexuais e pedófilos usam essas redes para melhor atingirem os seus intentos. (...)
Neste quadro a imposição aos pais do dever de «abster-se de divulgar fotografias ou informações que permitam identificar a filha nas redes sociais» mostra-se adequada e proporcional à salvaguarda do direito à reserva da intimidade da vida privada e da protecção dos dados pessoais e sobretudo da segurança da menor no Ciberespaço, face aos direito de liberdade de expressão e proibição da ingerência do Estado na vida privada dos cidadãos (...).
(O texto do acórdão relativo ao processo n.º 789/13.7TMSTB-B.E1, pode ser lido aqui.)
 
Não sou um defensor da intervenção do Estado na vida privada dos cidadãos mas, neste caso, a lei andará bem se conseguir compensar essa deplorável ausência de bom senso.
 
*
 
E, já agora, há uma obra, a que aqui já me referi, que explica fundamentadamente uma parte desta problemática: "Perversões", de Jesse Bering. É um excelente complemento ao citado acórdão e ajuda a perceber muita coisa. 

sábado, 25 de julho de 2015

Em cima da passadeira de peões é que eles estão bem





Viatura da empresa Esegur (de matrícula 17-94-UM) hoje às 12h50 à frente da porta de entrada
 do supermercado Intermarché de Gaeiras (concelho de Óbidos)

Não consigo perceber porque é que os motoristas dos veículos de transporte de valores gostam tanto de estacionar em cima das passagens de peões.
Terão instruções expressas para isso? Será um requisito para o exercício da profissão? Desconhecem o significado dos riscos brancos no chão e do sinal quadrado azul com um triângulo e uma figura humana estilizada a caminhar sobre riscos pretos? Ou acharão que nada disso tem significado porque no pavimento os riscos são brancos e no sinal são pretos?

sexta-feira, 24 de julho de 2015

12 páginas

 
 
São só doze as páginas que vale a pena reter de "Cercado - Os Dias Fatais de José Sócrates", de Fernando Esteves (Matéria-Prima Edições).
É nessas doze páginas, entre as páginas 53 e 68, que se registam os vários movimentos de milhares de euros que circulam, dentro e fora de contas bancárias, às vezes (segundo a tese da acusação ao ex-primeiro-ministro) disfarçados de "fotocópias", de "aquilo de que eu gosto" e de outras designações igualmente pitorescas, numa descrição que impressiona. E onde até admira que não apareçam palavras como "robalos" ou "quilómetros".
O conteúdo destas páginas amplia uma série de movimentos pelo menos estranhos que já haviam sido descritos de forma resumida em jornais e revistas e sugere realmente que, logo desde o início, o Ministério Público teve, e tem, fundadas razões para suspeitar de que o ex-primeiro-ministro e um círculo restrito de algumas pessoas (pelo menos as já arguidas na "Operação Marquês") andaram durante bastante tempo a contornar a lei e o que se dirá ser o bom senso em matéria de movimentos bancários.
Fora isto, "Cercado", nas suas restantes 280 páginas, é pouco interessante.
A estrutura, que não se adequa a uma obra desta natureza, é errática, anda para a frente, volta atrás, procura um dinamismo desnecessário e que só distrai. Muito do que conta é conhecido e, às vezes, as descrições parecem apressadas e pouco esclarecedoras (o caso da "licenciatura" e o caso das "casas da Guarda") e pelo caminho a linguagem perde-se (abusa-se do "alegadamente" e não lembra ao Diabo ir buscar a palavra "adultez" em vez de "idade adulta".


quinta-feira, 23 de julho de 2015

... -se!!!











 
A asneira-mor da imprensa nacional já chegou a esta imprensa regional. Agora é o "Jornal das Caldas" a escrever a fase idiota "O XIV Mercado Municipal de Óbidos iniciou no dia 16...".
Mas "iniciou" o quê?! Quando muito deveria ser "iniciou-se".
Custará muito perceber que isto é escrever mal, sem o "-se" que se impunha? E não seria mais simples ou mais eficaz escrever "abriu"?
É daquelas coisas que custa a perceber se é moda ou ignorância e que apetece comentar com um simples... "f... - se!"



xxx

Onde é que elas estão?


A terceira temporada já começou nos EUA e está anunciada a quarta


"Orange is the New Black" (sobre a qual já aqui escrevi), "Daredevil", "Mad Men" (a segunda parte, e final, da 7.ª temporada) e "Better Call Saul" - onde é que estão estas séries de televisão?
"Daredevil" parece estar reservado para a Netflix portuguesa, que irá, ao que se diz, arrancar no Outono. "Orange..." (de que até já vi a segunda temporada, em edição legal) é da Netflix e terá sido comprada mas... por quem? "Mad Men", que andou pela RTP2, acabou há dois meses... e nada. "Better Call Saul" (uma curiosidade por ser um "spin-off" de "Breaking Bad") também não aparece.
A programação de séries, nos canais do cabo e sobretudo nos canais generalistas, parece mover-se por motivos aleatórios. É pena, sobretudo quando se trata de séries de qualidade já comprovada.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Um restaurante de que não gostei


O restaurante é grande, com uma sala circular pejada de mesas quase costas com costas. Pouco passa das sete e meia e já tem gente. O parque de estacionamento enche-se rapidamente de carros, as pessoas parecem correr para o interior.
À mesa chegam pão (que é bom), azeitonas (não convidativas), dois croquetes e dois rissóis pequenos (os croquetes são bons, os rissóis não se provaram). O vinho (tinto, a jarro) é bom.
A escolha recai em "Aba de Vitela Grelhada e em "Carne de Porco à Alentejana". A vitela está mais passada do que seria desejável mas ainda sabe a carne grelhada. A carne de porco não entusiasma e as amêijoas são das que se vendem como "vietnamitas" e são mais as cascas que os bichos. Quem gosta de amêijoas sabe que não é a mesma coisa das que, das mais variadas origens da costa nacional, se encontram num viveiro da Foz do Arelho em razoável variedade mas sempre boas. As batatas fritas vêm em duas travessas enormes, aos palitos e aos cubos (estas estão melhores, as outras quase nem se comem). Há uma pequena travessa de arroz de feijão que passou pelo forno, onde os feijões secaram ponto de se abrirem ao meio.
No fim vieram fatias de queijo de ovelha com marmelada. Do queijo pode dizer-se que era "honesto", era, disse uma das empregadas, "dos do Pingo Doce".
A conta do jantar (paga ao balcão) não saiu discriminada. A refeição (duas pessoas) ficou por 20€. No fim há digestivos oferecidos. O serviço foi simpático e esforçado.
A sala, já passa das nove, ficou entretanto completamente cheia. O barulho é insuportável.
Há quem goste, portanto, e até podemos ter errado na escolha, ou ter tido azar. Acontece, às vezes. Mas eu não gostei.
O restaurante chama-se Paraíso do Coto. Não o recomendo.
 
(O que recomendo como restaurante "popular" capaz de albergar muita gente, com uma cozinha muito melhor e serviço simpático e competente, a poucos quilómetros na estrada da Tornada, é O Cortiço.) 

Trabalho mal feito




 
É possível que as outras tivessem sido retiradas por quem as pôs. Mas esta não foi retirada. Lá ficou onde estava, para se degradar lentamente.
Como a porcaria ambiental é anónima, é impossível saber quem foi o asno que não terminou o trabalho.

domingo, 19 de julho de 2015

Como se dá cabo do ambiente em Caldas da Rainha (parte II)




"Perversões", de Jesse Bering

 
 "O que o leitor vai descobrir ao longo destas páginas é que tem muito mais em comum com o pervertido normal do que pode pensar. Nestas vou partilhar consigo uma nova e florescente ciência da sexualidade humana, que revela como o 'desvio sexual' é de facto menos desviante do que pensa a maioria de nós..."
O aviso é do autor de "Perversões", Jesse Bering, professor de Psicologia, no início desta obra invulgar sobre os comportamentos sexuais desviantes.
Invulgar pelo ponto de vista, que convida a encarar de maneira diferente muito do que hoje pode ser classificado como parafilia (e tantas que elas são!), e pelo estilo.
"Perversões" está escrito com um bom humor sadio e provocante e Bering, que não esconde as suas preferências sexuais, afasta-se de qualquer tom mais doutoral para, utilizando a ciência, analisar um tema que continua a ser bastante difícil e partir, em alguns casos, da sua própria experiência.
"Perversões" consegue, com isso, ser não apenas um ensaio bem sustentado e que faz pensar como também uma obra de descoberta de uma das facetas da sexualidade humana que se lê como quem lê uma história, mas não dessas em que o leitor pode ter ficado a pensar...
"Perversões" é uma tradução minha para a Temas e Debates e para o Círculo de Leitores.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Hospital Termal: adeus, até ao meu regresso?





Os factos:
 
- Em Janeiro deste ano a Câmara Municipal de Caldas da Rainha levou ao Governo hipótese de ficar a gestão do Hospital Termal da capital do concelho e dos terrenos adjacentes, numa concessão que duraria 50 anos, que implicaria muitas obras e que iria custar ao município um milhão de euros por ano.
- A Assembleia Municipal de Caldas da Rainha disse que sim, batendo bem com a cabeça no chão, com o CDS/PP e o MVC a votarem a favor, o PS a abster-se, o PCP a votar contra e o PSD do presidente da Câmara a votar a favor.
- Até agora nada se sabe do negócio, apesar de algumas "flores" propagandísticas que a Câmara fez. A oposição, praticamente, também não perguntou nada.
- Mas esta semana ficou-se a saber que o primeiro-ministro "não sabe quando é que o Hospital Termal" passa para a Câmara (é revelador o título da "Gazeta": o resto do concelho e a sua população não existem, o que conta é "a cidade"); que o processo parece que está entre o Ministério das Finanças e o Tribunal de Contas e que antes das eleições (Outubro) não deve estar nada fechado. E depois... dependerá do governo seguinte.
- Para todos os efeitos, o que o PSD caldense andou a apregoar (a gestão municipal do Hospital Termal) não existe. A oposição não dá por isso.
 
O que se diz em alguns meios:
 
- Ninguém no Governo acredita na capacidade (técnica e orçamental) de uma Câmara Municipal desacreditada e que começa a entrar numa situação financeira duvidosa, pelo que não há pressa em fazer andar o processo.
- O Tribunal de Contas deve expressar reservas.
- Fernando Costa, o ex-presidente da Câmara que não vê motivos para andar satisfeito com o seu herdeiro (que anda a pôs a "sua" Câmara Municipal em maus lençóis), tem movido a sua influência para criar entraves à passagem do Hospital Termal para a Câmara... agora. Até 2017 tem tempo para encontrar parceiros para ser ele próprio a relançar o Hospital Termal, como recém-regressado presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha.
- Se o PS ganhar as eleições legislativas, o processo poderá ficar mesmo bloqueado até ao momento em que uma candidatura autárquica do PS em Caldas da Rainha anuncie, como certeza, a concessão do Hospital Termal... a tempo e com a solidez de que o PS precisa para conquistar a Câmara.
 
O que se pode ver neste momento:
 
- O Hospital Termal continua fechado. As oposições e os cidadãos que, de uma forma ou de outra, defenderam a continuidade do termalismo em Caldas da Rainha, estão em silêncio. A Câmara Municipal também. As eleições de Outubro deste ano podem ser vencidas pelo PS ou pela coligação PSD/CDS.

Porque não gosto dos CTT (93): 51 dias de atraso


E hoje apareceu mais correspondência acumulada. A saber:
 
- duas cartas de uma companhia de seguros com data de 30 de Junho (17 dias);
- de uma empresa financeira com data de 1 de Julho (7 dias);
- uma encomenda postal oriunda do Reino Unido (e aparentemente aberta) com data de 9 de Julho (há 8 dias);
- de uma empresa prestadora de serviços (que fica a 10 quilómetros daqui...) com data de 10 de Julho (7 dias para um percurso que, sem pressas, se faz em 15 minutos);
- de uma empresa prestadora de serviços com data de 14 de Julho (3 dias).
 
Chama-se a isto "serviço público". Da treta.

Como se dá cabo do ambiente em Caldas da Rainha







 
Estas fitas de plástico vermelhas e brancas são anónimas.
Não se sabe quem as pôs, nem se sabe para que servem... apenas se percebe que servem para destruir ainda mais o que vai restando da natureza no concelho de Caldas da Rainha. O padrão é quase sempre o mesmo: põem as fitas e depois deixam-nas ficar a degradar-se porque tirá-las requer um esforço imenso.
Devem fazer o mesmo em casa, atirando o lixo para o chão na esperança de que ele um desapareça por si.
Este tipo de actividade nociva pode ser difícil de controlar porque se desenrola com frequência no interior que os senhoritos da capital do concelho votam ao desprezo. Mas também não há quem, como a Câmara Municipal, dê o exemplo ou se dê ao respeito.
 

 
 
Esta segunda fotografia foi tirada há uma semana e as fitas amarelas, identificadas, diziam respeito a uma prova de BTT que se realiza todos os anos nestas zonas.
As fitas já foram retiradas, se não todas pelo menos quase todas, e isso só significa que o grupo promotor (que não gostava do que eu escrevia sobre o assunto) já não perde tempo a limpar o terreno por onde passa.
Se os critiquei antes, elogio-os agora. Até pelo contraste com os outros, que nem sequer se identificam.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

O discurso idiota sobre a dívida grega

 
... É uma coisa que se caracteriza por transferir para "os outros" a responsabilidade dos empréstimos à Grécia: não foram os gregos (povo, país, Estado, partidos dominantes) que pediram os milhões mas um punhado de "agiotas", "imperialistas" e "alemães" que desembarcaram no país há meia dúzia de anos com milhares de cofres cheios de notas e de euros, obrigando os gregos a aceitar o dinheiro... na ponta das baionetas. Não uma, nem duas mas já três vezes. 
É esta a extraordinária versão da "esquerda", para quem se pode viver alegremente e eternamente de dinheiro emprestado que ninguém há de querer pagar. E que, enredada num chauvinismo desorientado e preconceituoso, não percebe (nem se esforça por perceber...) as movimentações e os protagonismos dos dirigentes políticos e das fracções partidárias nos órgãos de cúpula da União Europeia.
 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Porque não gosto dos CTT (92): 55 dias de atraso


 
Depois de uma semana (a semana de 6 a 10 de Julho) em que só me entrou correspondência na quarta-feira e na sexta-feira na caixa do correio, chegaram-me hoje 5 cartas que, por referência à data de expedição, somam 55 dias de atraso.
 
A saber:
 
- da Via Verde com data de 30 de Junho (há 16 dias);
- de uma companhia de seguros com data de 4 de Julho (11 dias);
- de uma companhia de seguros com data de 4 de Julho (outro seguro, 11 dias);
- de um banco com data de 6 de Julho (9 dias);
- dos Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha (a 10 quilómetros daqui) com data de 7 de Julho (8 dias).
 
Chama-se a isto "serviço público". Da treta, acrescento eu.

Partido velho entre ruínas





À espera que caia

Não há nada a fazer com esta gente: Jerónimo de Sousa veio a Caldas da Rainha e parou para uma sessão do PCP num local emblemático da Foz do Arelho e do Nadadouro, o Penedo Furado, onde existe um monumento jurássico em adiantado estado de desagregação e destruição.
Mas nem isto nem tão pouco a desgraçada hegemonia do PSD na câmara de Caldas da Rainha inspiraram o PCP. O discurso foi o mesmo de sempre, envelhecidamente imutável, em torno do "pacto de agressão" e de todos os tropos associados (a que, esforçadamente, o "Jornal das Caldas" dá uma página).
Esta oposição, ao nível local, não existe. E, ao nível nacional, também não se recomenda.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Dão-se alvíssaras...

... a quem encontrar os militantes, activistas, dirigentes, todos aqueles que dão genericamente pela designação de "responsáveis", do CDS, do MVC e (para não me acusarem de discriminação...) do PCP de Caldas da Rainha, que ou foram de férias ou estão em voto de silêncio, deixando ainda mais à solta a Câmara Municipal da mal enjorcada "nova dinâmica" do PSD local.
 
(Não falo do PS porque ainda se vai manifestando, embora com alguma falta de pontaria...)

Porque não gosto dos CTT (91)

Há duas ou três semanas, e pela primeira vez de que me lembre, recebi correspondência diversa durante os cinco dias "úteis" da semana: segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira. Correspondência perfeitamente normal, da que chega com regularidade e já não só à quarta e à sexta-feira (quando chegam os dois jornais regionais de que sou assinante).
Achei estranho e resolvi esperar para ver se era uma mudança de alteração da empresa CTT que (não só aqui, pelo que percebi) desistiu há muito do "serviço público" mas não, parece, do serviço privado de parte do seu pessoal.
Não era, claro, e na semana passada só tive, como é vulgar, correio nesses dois da semana (quarta e sexta-feira). E hoje, segunda-feira, também não chegou nada.
Vamos a ver o que chega no resto da semana e que devem (se não forem parar ao lixo, por vingança...) ser as cartas acumuladas de vários dias sem entrega.
 

sábado, 11 de julho de 2015

Dor de corno política

Uma das coisas mais tristonhas da política portuguesa é a facilidade com que as pessoas se deixam arrastar para momentos de verdadeira histeria e a incapacidade que têm de, pelo menos, raciocinarem por si.
Da imprensa ao Facebook, passando pelas mais variadas tribunas, é informativo ver esses desvarios radicais que depois são esquecidos e trocados por outros, tantas vezes no meio de um silêncio comprometido e envergonhado.
Podia referir-me, por exemplo, às grandes manifestações que, há dois anos, iam deitar abaixo o actual governo (que não caiu) e expulsar a Troika (que por cá continuou).
Ou à ambição dos que, entrando nas eleições autárquicas como independentes e tendo recebido um mandato claro do eleitorado no seu concelho, se deixaram arrastar por ilusões de grandeza à escala nacional.
Mas mais recente é o caso do referendo grego: recordem-se os entusiasmos, as declarações inflamadas, os elogios desbragados aos "revolucionários" do Syriza, as manifestações de delírio. Era o fim da austeridade, era o "orgulho" dos gregos, era o princípio do fim dos "agiotas" europeus e mundiais.
Nem uma semana passou.
Aquilo que fizeram o "revolucionário" Syriza e o seu chefe manobrista, no meio de um agravamento da crise do país, silenciou quase todos os seus fãs portugueses. Adeus, proclamações vibrantes. Tsipras, o sonso, traiu-os a todos (se, por acaso, não tem outros propósitos menos claros em vista).
Há uma expressão portuguesa para isto: dor de corno.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Viver com o dinheiro dos outros


A questão grega é simples: a Grécia anda a viver há vários anos com o dinheiro dos outros e já está a chegar ao ponto em que já nem quer pagar, até porque fazê-lo começa a parecer impossível.
A Grécia, enquanto Estado e nação, gastou dinheiro até ao limite sem encontrar receitas para se sustentar.
Pediu um primeiro resgate e não o conseguiu pagar.
Pediu um segundo resgate e não o consegue pagar.
Antes mesmo de pedir um terceiro (o que já anunciou) voltou a pedir emprestado em dois planos: para os bancos (que o governo grego decidiu fechar), ao Banco Central Europeu, e às "instituições", mais 7 mil milhões de euros (7 000 000 000 €).
O dinheiro que foi sendo sempre emprestado não foi acompanhado por condições impostas por quem emprestava.
As condições foram sempre negociadas com os representantes eleitos do Estado grego. E as dívidas foram sempre parcialmente perdoadas.
Só a cegueira política e partidária (não há ideologia conhecida que justifique este tipo de confisco do dinheiro emprestado por parte do devedor), uma "ménage à trois" idealista entre Robin dos Bosques e Bonnie e Clyde ou a pura e simples idiotice é que podem justificar o entusiasmo por este modo de vida, assumido por um país de mão estendida que não quer, não tenta, não consegue nem pode viver sem o dinheiro dos outros países.
Que, já agora, também têm toda a legitimidade para convocar referendos e apurar se os respectivos povos querem, ou não, emprestar mais dinheiro à Grécia.
 
*
 
Há duas outras situações em que se pode, comprovadamente, viver com o dinheiro dos outros: quem se dedicar a roubos, assaltos ou saques, sem ser apanhado pode fazê-lo mais ou menos à vontade; e, segundo a defesa do ex-primeiro-ministro que se encontra detido preventivamente, também parece ser muito natural que alguém viva com o dinheiro que em jeito de torneira aberta lhe vai dando um amigo. Também não me parece que alguma destas situações seja recomendável. 

domingo, 5 de julho de 2015

"The Flash": um triunfo


A série "The Flash", cuja primeira temporada terminou hoje na RTP, é do melhor que já foi feito na transposição do universo dos super-heróis (da banda desenhada) para o audiovisual, do conceito da série às suas várias histórias e ao "arco" destes 23 episódios, passando pela definição e composição das personagens e pelos efeitos especiais.
A Marvel pode estar a ganhar pontos no cinema (apesar de insistir muito no formato da "arte e porrada" com os Vingadores, Thor e o Capitão América) até agora mas a DC (sob a hábil direcção de Greg Berlanti, de "Arrow" e dos futuros "Legends of Tomorrow" e "Supergirl") ganhou muito mais com o triunfo de "The Flash" e com a sua meticulosa e inteligente construção.




Um triunfo patético e pateta

O resultado do referendo grego é apenas o triunfo patético de uma combinação pateta de demagogia, de oportunismo de esquerda (Lenine), de radicalismo pequeno-burguês de fachada socialista (A. Cunhal) e de caloteirismo puro e simples. E é tão patético como a figura patética (e pateta) de pessoas que exultam com este acontecimento político que pode vir também a estragar-lhes um pouco mais a vida (como infelizmente nos pode vir a acontecer a todos) e que nem sequer os tiveram, nem nunca terão, no sítio para levarem à prática as muitas baboseiras que proclamam.
 
 
 

sábado, 4 de julho de 2015

Hospital Termal: zero


O cheque em branco que o CDS e o MVC passaram ao PSD que ocupa a Câmara Municipal de Caldas da Rainha (votando a favor, na Assembleia Municipal, da entrega do Hospital Termal à câmara) deu nisto: quase seis meses depois da decisão, em 20 de Janeiro, nada avançou. E o CDS e o MVC ficaram calados.


Nem daqui a 50 anos, provavelmente...




sexta-feira, 3 de julho de 2015

O umbigo

 
Uma rua de comércio do centro da capital do concelho que pode, ou não, ser fechada ao trânsito, e que parece que o vai ser às vezes depois de já ter sido fechada e aberta; um movimento que ninguém parece compreender nem saber explicar entre a Câmara Municipal e os Serviços Municipalizados; o "estatuto do direito de oposição" de que as oposições parecem não gostar e cuja utilidade pode ser questionável quando as oposições funcionam intermitentemente; hora e meio de estacionamento à borla no magnífico estacionamento subterrâneo do centro da cidade aos domingos de manhã.
Foi esta a ementa da reunião da Assembleia Municipal de Caldas da Rainha de 23 de Junho segundo as duas páginas que a "Gazeta das Caldas" dedica ao assunto. 
A dimensão da reportagem deve sobretudo interessar aos distintos membros do órgão que se verão citados e fotografados (desta vez tudo ao molho e fé em Deus) para contento próprio e dos seus familiares porque, para a população em geral, para os residentes de todo o concelho, isto pouco interessa.
Quase dois anos depois das eleições locais de 2013 e a pouco mais de dois anos das eleições de 2017, a Assembleia Municipal parece estar a recuperar o papel de umbigo do mundo político local. E é pena.
 

Passeio da manhã


Por volta das sete e meia de hoje, a primeira manhã com o céu completamente limpo desde há vários dias.