quarta-feira, 26 de abril de 2023

Ler jornais já não é saber mais (180): os "estudos"

 



Os "estudos" (neste caso, da CNN tuga) são o Eldorado da melancólica imprensa com que ainda temos de viver: servem para tudo e para o seu contrário, são material fácil para escorrer notícias, não requerem qualquer tipo de dúvida ou de reflexão (são sempre de "estudiosos", convenientemente estrangeiros e, por conseguinte, distantes), podem ser depois contrariados ou desmentidos que já ninguém se lembra. 

É uma forma de fazer "ciência", também...

Dúvidas e suspeitas

No site da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, as obras na Rua da Escola (Serra do Bouro), sobre as quais deixei aqui algumas interrogações, são assim apresentadas sem data:





"Devido aos estragos causados pelas intempéries"?!

Não poderia haver posição mais duvidosa e mais suspeita sobre esta obra, omitindo as responsabilidades de quem as teve. 

Há um cheiro insuportável em torno de toda esta gestão municipal, onde o "vamos mudar" se transformou apenas numa profissão de fé assente no "vamos ganhar"... muita coisa!




terça-feira, 25 de abril de 2023

25 de Abril

Excelente num 25 de Abril: na política o que realmente interessa são vaginas, pénis, ânus, seios e línguas.

O resto, fora as partes corporais mais discretas e aparentemente insuspeitas, interessa zero.






sábado, 22 de abril de 2023

Que giro que é fazer jornais...


Os fotografados manifestam vivamente o seu contentamento por o centro escolar de Alfeizerão
ter sido inaugurado em Alfeizerão em vez de ter sido inaugurado, sei lá, em Braga...






Vendo bem a arte, é legítimo que nos interroguemos se a coisa terá sido obrada
 pela cônjuge, pelas filhas ou pelos animais domésticos.




Não se sabe quem são os "caldenses contactados"
mas até pode ter sido o cão que ia ali a passar na rua.


quarta-feira, 19 de abril de 2023

Irresistível

 


A lampreia chegou finalmente, como se esperava, ao restaurante Vale Velho (Caldas da Rainha), sob a forma de um belo arroz "à moda do Minho". Um prato suculento, que se deve comer pelo menos uma vez por ano, bem acompanhado pelo vinho verde tinto da casa, de Vila Nova de Cerveira.




terça-feira, 18 de abril de 2023

Caiu o último reduto da estupidez covideira!

 

As máscaras, como elemento de prevenção generalizada de infecções respiratórias (e, em especial, a do vírus SARS-CoV-2 e da sua doença, a covid-19), nunca me convenceram.  E tentei sempre não as usar.

Vi-as, demasiadas vezes, nos tabliers dos carros, a caírem na rua para serem usadas a seguir, pousadas no chão, transformadas em tampões onde se alojava tudo aquilo que é expelido pelo nariz e pela boca (incluindo o ranho) e que impediam, ao mesmo tempo, o contacto com o meio ambiente e as formas mais básicas de aquisição de imunidade natural.

Vi-as tristemente usadas por pessoas muito idosas, a arrastarem-se ao sol e com uma evidente necessidade de respirar bem. Vi-as usadas por médicos e outros profissionais do sector, cobardes perante uma doença respiratória que, sem conhecimentos nem fundamento, comparavam, em pânico, à Gripe Espanhola.

E foram estes que ergueram as últimas barreiras contra o fim do uso do símbolo máximo da estupidez dos governos e dos subornados dos fabricantes de vacinas apresentadas quase como água benta perante a mais sobrevalorizada de todas as epidemias, que nem as máscaras nem essas vacinas travaram, e que acabou por perder a sua força perante a inevitável imunidade natural.

Talvez essa oposição rasteirinha explique o facto de o decreto-lei que faz cessar a obrigatoriedade do uso ter demorado oito dias a ser promulgado pelo Presidente da República. 

Aprovado em Conselho de Ministros no dia 6 de Abril, o decreto-lei n.º 26-A/2023 só foi promulgado em 14 de Abril e publicado em Diário da República ontem, dia 17, entrando em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. Ou seja: hoje, desde as zero horas.

Mais tarde do que devia, caiu, finalmente, o último reduto da estupidez covideira. Libertem-se!





sábado, 15 de abril de 2023

Não podem interromper a festa por um bocadinho para tentar pôr fim a esta vergonha?

 

É pena que os festejantes das festas de quatro dias "em honra de Nossa Senhora dos Mártires", na Serra do Bouro, em Caldas da Rainha, não tirem uma meia hora da sua tão incessante actividade festeira para exigirem a conclusão desta obra.




A Rotunda da Granja, construída em Agosto de 2020, continua, desde o seu primeiro momento, com um buraco onde não se acumula lixo porque é necessário atravessar a estrada para aí largar a porcaria e com um grosso tubo de plástico que sai do chão... sem que se perceba a sua utilidade.

A organização da dita festa foi lá espetar canas com bandeirinhas e, pelo que se vê, parece aceitar este lamentável desleixo, que nem a gestão municipal anterior nem esta querem "limpar". Talvez goste, até, desta vergonha.



sexta-feira, 14 de abril de 2023

Paraíso


A amizade e o vinho vão de par. Foi, aliás, como tudo começou. Pelo humor e pela sabedoria de vida de um camarada de trabalho e depois grande amigo, Luís de Araújo, que me ensinou a beber vinho numa aprendizagem que começou pelos vinhos do Dão. Onde tantas vezes, com ele, com outros amigos, com saudades de quem já não está connosco, e agora numa visita familiar mais restrita, tenho regressado.

O gosto e o aroma de um vinho tinto da Comissão Vitivinícola Regional do Dão ccc de 1973 ficaram-me como padrão para os vinhos do Dão e, a cada copo, é o que reencontro na Quinta da Fata, em Vilar Seco (Nelas), em celebração da amizade e do vinho. Nunca houve um Barca Velha que se lhes sobrepusesse.

Data de 1993 ou 1994, salvo erro, o meu conhecimento da Quinta da Fata, como estabelecimento de turismo rural. A produção de vinho nesta quinta, de uma família de boa tradição social, cultural e vinícola de Nelas, foi retomada em 2003. E não parou. Progrediu, alargou-se, com rigor e sabedoria. Com todo o respeito por outros produtores (como a Quinta do Escudial, em Seia, ou a Quinta da Espinhosa, em Vila Nova de Tázem) que apresentam também vinhos de grande qualidade, é aqui, na Quinta da Fata, de Eurico do Amaral, Maria Cremilde e Rita, que me reencontro com os grandes vinhos da região, os tintos e os brancos em especial, obras de arte que definem uma região e a qualidade de quem as faz.

É aqui que, por entre as vinhas, ao calor da lareira, à mesa, no orgulho dos novos equipamentos, à mesa, de copo na mão, com brancos riquíssimos (feitos só com a casta Encruzado, gastronómicos e felizes) e tintos de Touriga Nacional (de dignidade e sabor inultrapassáveis), que celebro, em ambiente muito privado, a excelência da amizade e do vinho, recebido com a fraternidade beirã que, à sua maneira, é ímpar.

Incomparável, o vinho do Dão pode ser apreciado em todo o lado, mas aqui, na visita que tento que seja anual, está num patamar gastronomicamente, e até espiritualmente, excepcional. Se há um Paraíso vinícola, ele está aqui. 



A inconfundível imagem da casa principal da Quinta da Fata



Banhadas pelo sol, de manhã à noite, as vinhas do "terroir" da Quinta da Fata (Alfrocheiro à esquerda e Touriga Nacional à direita, nesta zona) são uma obra de arte




A nova adega



Surpreendo-me sempre com os vinhos da Quinta da Fata: o branco (Encruzado) de 2022 é um companheiro magnífico de ocasiões sociais e gastronómicas




Com Maria Cremilde e Eurico do Amaral: este paraíso é deles





terça-feira, 11 de abril de 2023

Ler jornais já não é saber mais (180): irrelevâncias


A edição de hoje do irrelevante jornal "i" parece ter sido feita pelo programa de inteligência artificial da moda. 

Não se deve notar grande diferença relativamente às outras edições. Tal como decerto não se notaria se tivesse sido feita por um cão ou por um gato. Ou por um burro.










segunda-feira, 10 de abril de 2023

A questão do "novo hospital": um golpe político que também serve para distrair as atenções


Podia ter sido a Linha do Oeste (que parece ter-se transformado numa ex-causa), o "novo aeroporto" ou uma faculdade de Medicina ou qualquer outro empreendimento feito moda e/ou necessidade do momento. Mas foi, pelo acentuado estado de degradação do sector, a construção do "novo hospital" do Oeste, ou seja, do litoral a norte de Lisboa, numa extensão de cerca de 150 quilómetros cujas potencialidades nunca foram bem compreendidas.

Mesmo à custa das boas relações, por mais de circunstância que sejam, entre municípios, o "novo hospital" passou a ser a bandeira mais demagógica (e politicamente mais proveitosa) do actual presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha (concelho onde, note-se, já existe um hospital público, embora subdimensionado).

Incapaz, e completamente desinteressado, de cumprir o "vamos mudar", com que ganhou as eleições autárquicas de 2021, Vítor Marques usa o "novo hospital" para tentar ganhar apoio popular e para distrair as atenções do seu lamentável mandato. É um simples golpe político.

Desesperado e populista (quando lhe convém), sabe que a instalação do "novo hospital" em Caldas da Rainha lhe dará de bandeja a vitória nas eleições de 2025... e que a "perda" desse empreendimento para outro(s) concelho(s) o deixará em perda.

Daí, naturalmente, a sua preocupação de dar origem a uma "causa", com ele no centro e à cabeça e que as restantes forças políticas, sempre medrosas, tenham receio de contestar. 

Daí, também, as manifestações públicas que quis gerar e protagonizar, como se procurasse "a rua" como instrumento de diálogo com o poder central em vez do diálogo institucional.

É pena que não o perceba quem tem a obrigação de ser, politicamente, perspicaz e inteligente.




Sem distanciamento, a imprensa local ("Jornal das Caldas" e "Gazeta das Caldas") fez o que quis Vítor Marques, que teve fotografia em primeiro plano no "Jornal", e deu-lhe protagonismo.








domingo, 9 de abril de 2023

Com 9 anos de atraso: as obras mal explicadas da Rua da Escola, na Serra do Bouro


A Rua da Escola, na Serra do Bouro (zona rural e ex-freguesia de Caldas da Rainha), teve obras: blocos de pedra num dos lados e pavimento retirado, sem ter sido reposto. A União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro rejubilou, como se tivesse acabado de construir uma nova Torre Eiffel. 






A obra está acabada? Não, como parece ser hábito, faz-se uma parte e depois logo se vê. 

Os blocos de pedra ficaram mal cortados e dão impressão de terem sido fornecidos em saldo. Sem o alcatrão, esta parte da Rua da Escola, por efeito do pó dos blocos de pedra e da terra seca do chão, esta via é como uma rua de terra batida numa pedreira.

E se houve obra, falta a explicação. Ela fez-se porquê? A União de Freguesias faz de conta que não é nada com ela. Mas é.

O problema da Rua da Escola arrasta-se há nove anos. 

Desde 2014, quando a empresa amiga da anterior gestão camarária, a Cimalha – Construções da Batalha, S.A., fez uma das muitas obras que lhe foram oferecidas  no concelho de Caldas da Rainha (e noutros concelhos vizinhos) e que se desenrolou da maneira que lhe é peculiar: intervenção ligeira, interrupções, atrasos, conclusão a trouxe-mouxe, degradação… e desaparecimento, sem apuramento de responsabilidades.











Ao longo de nove anos, a Rua da Escola foi ficando como em vários momentos registei, com as imagens aqui publicas e como se pode ler aqui.

A situação agravou-se depois das fortes chuvas do passado dia 1 de Janeiro, com o pavimento ainda mais fraturado na berma.

Finalmente, a via foi reparada. Mas há duas coisas que é essencial saber:

1 – A Cimalha – Construções da Batalha, S.A., foi chamada a assumir as suas responsabilidades e a devolver o dinheiro público que recebeu por uma obra mal executada?

2 – Quando é que esta nova obra termina? Ou seja: os blocos de pedra ficam tão mal acabados como estão? Quando é que é feita a repavimentação?

Não acredito, infelizmente, que estas perguntas tenham resposta.




quarta-feira, 5 de abril de 2023

Não há, realmente, engenheiros em Caldas da Rainha... mas há quem ganhe horas extraordinárias injustificáveis e que nós todos pagamos


No passado dia 18 de Março, sábado, 77 dias depois da derrocada causada pelas chuvas de 1 de Janeiro deste ano, um grupo de homens dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Caldas da Rainha esteve na Serra do Bouro, de manhã e de tarde, a fazer isto:





Ou seja: estiveram a fazer nada, na prática. Ou, pelo menos, nada que fosse urgente. 

Porque o certo é que 18 dias depois está tudo na mesma. 

Tal como este buraco, resultante de uma ruptura na rede de água em Outubro de 2019, reparação que foi depois atamancada pelos mesmos Serviços Municipalizados, sem que as (deficientes) obras noutras ruas e estradas desta freguesia rural tenham servido, aqui, para alguma coisa. 





Se calhar, as horas extraordinárias pagas neste sábado já eram suficientes e a maçada de fazer um remendo aqui era dispensável.

Este aparente abuso das horas extraordinárias não foi uma novidade. Já vi, nesta zona, muitas rupturas de água a serem reparadas... depois das horas de serviço, e muitas horas depois de serem comunicadas.

Também aqui nada se muda. Pelo contrário: há mais dinheiro, resultante de uma taxa que residentes estão obrigados a pagar sem beneficiarem do serviço, pode gastar-se em horas extraordinárias... ordinárias.




sábado, 1 de abril de 2023

Ler jornais já não é saber mais (179): para haver Dia das Mentiras, tem de haver credibilidade...

Houve uma época em que quase todos os jornais generalistas (e chegaram a existir oito diários, a certa altura) publicavam uma mentira de dimensão razoável no Dia das Mentiras (1 de Abril). 

A qualidade do jornalismo e dos jornalistas explicava a maneira como muitas pessoas acreditavam em notícias que, muitas vezes, eram extravagantes.

Nos dias de hoje, nenhum dos quatro melancólicos jornais diários generalistas que ainda sobrevivem se arrisca a publicar uma mentira no Dia das Mentiras.
 
Será porque quem os faz tem consciência de que a sua credibilidade está ao nível do esterco?

Porque, para haver Dia das Mentiras, tem de haver credibilidade...