domingo, 14 de abril de 2024

A guerra santa da imprensa do querido líder Pedro Nuno


O que até talvez fosse fácil de prever, se o resultado das eleições legislativas de Março não fosse tão incerto, confirmou-se com o episódio da representação do ovo estrelado, com o coro de idiotices a respeito de Pedro Passos Coelho e com a estreia do novo Governo: a imprensa que medrou à sombra do PS e dos seus favores, e que se aninhou no regaço do novo chefe do PS, a quem carinhosamente tratou sempre por "Pedro Nuno", tipo parceiro de cama, lançou-se na guerra santa contra o Governo da AD.

O PS transformou a Bandeira Nacional num travesti: uma reprodução da bandeira nacional italiana com um ovo estrelado no meio. O travesti custou cerca de 70 mil euros, dados para o efeito a um "designer" da moda que se apressou a anunciar que recebera "ameaças de morte" quando o ovo estrelado foi para o lixo.

A motivação do PS, para fazer a coisa, não é compreensível. Se a representação gráfica estava, nesta circunstância, em branco, podia tê-lo feito com alguma legitimidade. Não estava, teria sido preferível não mexer. 

Note-se que foi o PS que, em 1996, era António Guterres primeiro-ministro de um seu governo, promoveu a divulgação dos símbolos nacionais (a Bandeira Nacional e o Hino) nas escolas. Se fosse hoje, Guterres, o seu ministro da Educação (Eduardo Marçal Grilo) e o seu comissário político para a educação (Guilherme d'Oliveira Martins) seriam rapidamente considerados fascistas.


Uma magnífica criação artística: um ovo estrelado em bandeira alheia




De cima para baixo: a representação visual que o PS herdou, a que agora vigora e o ovo estrelado




O livro que acompanhou, em 1996, a divulgação dos símbolos nacionais nas escolas
feita por um governo do PS


A substituição do ovo estrelado por uma representação da Bandeira Nacional foi uma das primeiras medidas do novo governo, de Luís Montenegro. Foi interessante ver como a imprensa do querido Pedro Nuno, a começar pela CNN tuga, se atirou à medida, menosprezando-a e, na prática, declarando-a como ridícula por ter sido uma prioridade.

A guerra santa ficou lançada com este episódio e agora já se sabe como tudo o que aparece no campo político da AD e do actual governo é mau, é negativo, é talvez maligno, é uma expressão de fascismo e uma "cedência" ao Chega, será tudo isto, mais alguma coisa e um par de botas.

Veja-se o que aconteceu com a anunciada redução do IRS, relativamente à qual circula tanta informação que é difícil perceber como vai ser. Estes títulos da CNN tuga (a vanguarda do querido líder Pedro Nuno) dizem tudo:


Na prática, como será? Não se sabe.




O cidadão-eleitor-contribuinte quer, como é natural, pagar menos impostos. Mas terá dificuldade em saber se terá essa sorte quando lhe atiram reduções traduzidas globalmente em milhões de euros e embrulhadas em acusações. Na guerra, no entanto, vale tudo.

A guerra santa, como seria inevitável, visou também o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (e uma sua intervenção pública). A imprensa do querido líder atacou-o em força e o que o "Expresso", esse outro bastião da coisa, faz é o melhor exemplo:   


Pedro Passos Coelho: têm-lhe medo...

As criaturas que no "Expresso" escrevem sobre o assunto oscilam entre a esquerda... e a esquerda. Nem é preciso ler o que escrevem para se perceber ao que vêm. Com uma excepção: o jornalista Henrique Monteiro tem, no seu comentário, um momento de lucidez e de inteligência. É raro, assinale-se. 

Para reforçar a tónica do ataque, o "Expresso" destaca, coladinho ao assunto, uma expressão muito resumida (o texto, no interior, é menos taxativo) sobre o que será uma interpretação conservadora do modelo tradicional da "dona de casa" por parte de um distinto jurista abertamente conservador, cujas ideias nem sequer podem ser consideradas inovadoras. É como se Pedro Passos Coelho nunca tivesse passado pela experiência de ser ele próprio, como tantos homens, "dona de casa". Mas, para o "Expresso", só pode perfilhar o que diz o jurista.

Dependendo dos favores do Estado do PS, e ansiosa pelos dinheiros que esses favores lhe rendem, esta imprensa não parará enquanto não conseguir ter o seu querido Pedro Nuno de novo em São Bento e poder regressar à cama do poder.



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