André Ventura como Presidente da República?
António José Seguro como Presidente da República?
Cotrim de Figueiredo como Presidente da República?
Gouveia e Melo como Presidente da República?
Marques Mendes como Presidente da República?
(Note-se que os agrupo por ordem alfabética, partindo do modo como são nomeados pela imprensa.)
Dos vários candidatos, são estes, parece-me, os que maiores possibilidades têm de receber maior número de votos na primeira volta. Mas depois, pela dispersão de votos (e partindo das várias sondagens já divulgadas), será uma segunda volta das eleições presidenciais marcadas para Janeiro a decidir o vencedor.
E, nessa altura, acredito, serão finalistas André Ventura e Marques Mendes. Para muitos eleitores, e teremos eleitores de esquerda a votar num candidato de direita para impedir que o outro candidato de direita ganhe, a decisão será tomada a pensar que um deles é o "mal menor" e que o outro é um "mal maior", numa lógica de voto útil, de votar para escolher mas também de votar contra o outro. Todos quererão, de uma maneira ou outra, que vença o "mal menor" para que o "mal maior" não ganhe.
Não escondo que não vou votar na primeira volta, exercendo o direito de me abster. Mas, na segunda volta, vou votar para que um ganhe e o outro perca? Quererei mesmo escolher entre Ventura e Mendes?
Não. Homens de lei, saberão decerto o que podem e não podem fazer na Presidência. Irão subverter e destruir o regime? Não me parece. São inofensivos? Depende. Ventura pode ficar rodeado pelos piores activistas do seu partido, o Chega, que parecem dar-se mal com as regras da democracia. E Mendes pode ficar com as empresas e os homens de negócios com quem trabalhou a espreitarem-lhe por cima do ombro e a condicionarem-no. Mas não lhes vejo incompatibilidades com as regras básicas da democracia, incompatibilidades que mais se manifestam nos discursos da maioria dos restantes candidatos. E este melancólico, e condenado, país não mudará por isso.
Portanto, cheguem outros à segunda volta ou cheguem Ventura e Mendes, também não é por eles que irei votar.
Por isso, abster-me-ei na segunda volta, depois de o fazer na primeira.
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(Imagens de fonte aberta de acesso público.)


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