sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Atrás do outro é que ele não podia ficar



Marcelo Rebelo de Sousa, pela posição cimeira que ainda ocupa na vida política nacional, torna-se o exemplo mais emblemático da dupla moléstia que afecta os apoiantes mais fanáticos do governo de Kiev que são militantemente anti-Rússia: falam muito, mas não fazem um gesto que os envolva directamente na guerra. Não se dão como voluntários para combater, não mandam dinheiro seu para lá. Não correm riscos.

Aliás, o actual Presidente da República nem sequer lá foi, mesmo sabendo (como decerto sabe) que os dirigentes internacionais até beneficiam de impunidade e imunidade absolutas quando se deslocam a Kiev, sempre a salvo de qualquer drone ou míssil.

Só que foi agora ultrapassado, politicamente (não na assunção pessoal de riscos), pelo actual primeiro-ministro, que foi a Kiev dar um ar da sua graça e prometer dinheiro, do Estado e não dele, aos homens das retretes de ouro.

E, porque também tinha de dar um ar da sua graça, o Presidente da República decidiu-se por uma manobra política, à sua maneira, convocando o Conselho de Estado para abordar o tema. Oficialmente, para "analisar" a "situação internacional"... e "em particular a situação na Ucrânia".

Seria bom, neste acontecimento mediático, que não ficassem de fora a crise económica que vai afectando toda a lastimável União Europeia e as dificuldades de financiamento do Serviço Nacional de Saúde, das pensões de reforma e de todos os sectores do Estado a que faltam os milhões de euros que os chefes europeus gostam de atirar para o país das retretes de ouro.




(Imagem de fonte aberta de acesso público.)

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