Depois de uma semana sem correio ("serviço público" + "tolerâncias de ponto" + greve em cima do fim-de-semana) recebi ontem os dois jornais regionais (de Caldas da Rainha, concelho onde moro), da semana passada, de que sou assinante.
Um (o "Jornal das Caldas") devia tê-lo recebido na passada quarta-feira (25 de Dezembro) e o outro (a "Gazeta das Caldas") devia ter chegado na sexta-feira (dia 27, uma greve estrategicamente marcada entre uma "tolerância de ponto" e o fim-de-semana).
Nunca gostei de ver jornais atrasados e ontem não foi excepção.
Os jornais regionais envelhecem depressa, as suas notícias perdem relevância, sobressaem os títulos sem desenvolvimento, notam-se as fotografias repetidas, encontra-se aquilo que já se foi percebendo pelo Facebook. Horas depois de os folhear já pouco recordo de interessante.
Como assinante (um ano custa-me pouco mais do que 20 euros, salvo erro) eles aparecem-me na caixa do correio (embora nem sempre).
Vê-los torna-se um problema de disponibilidade. Não é o jornal que ainda não existe "on line" e que vou comprar e me sinto em geral obrigado pelo menos a folhear. Mas é sempre nestas ocasiões que me interrogo sobre a manutenção da assinatura: de que me serve estar a gastar 40 euros por ano para ler jornais desta maneira?
Tenho as assinaturas pagas até Agosto. Se não as renovar ainda os recebo, de certeza, por algum tempo. E, comprados à unidade, saem-me mais caros. Mas vale a pena manter isto quando tenho muito mais para ler e muito menos tempo?
A questão, aparentemente, não preocupa quem faz, quem dirige e quem é proprietário dos jornais.
Haverá sempre assinantes, haverá sempre quem os leia dias depois, na semana seguinte, quando calhar. Mas essas pessoas desaparecem, desinteressam-se, deixam de ser assinantes.
Além de tudo o resto (conteúdos irrelevantes, opinião a mais, incapacidade de sair da cidade que é sede do concelho, a publicidade a diminuir e a circulação da informação "on line" a aumentar), este "serviço público" da empresa CTT só reforça a irrelevância da imprensa regional.
Tenho pena, depois de ter sido jornalista durante mais de vinte anos, de que os próprios não o percebam. Mas, de qualquer modo, isso é lá com eles. Para mim, poupar 40 euros é bom.
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