Imagine o leitor uma sala de aula. Com alunos entre os 14 e os 16 anos, por exemplo. Vinte e cinco alunos ou mesmo trinta. Uns são melhores, outros são piores, há alguns problemas de disciplina mas não são muito graves. Imagine agora um dos alunos a levantar-se no meio da aula e, olhando para os seus colegas e apontando para o professor, a proclamar: «Vamos continuar a combatê-los até eles irem para a rua, que isto é uma cambada de malandros e não estão para aqui a fazer nada!»
Como reagiria o professor perante este grito de guerra, perante o apelo ao motim, insultado como membro da «cambada de malandros», desafiado com o apelo ao motim e com a apreciação de que «não estão para aqui a fazer nada»? Limitar-se a dizer que a forma correcta da invectiva seria «não estão aqui a fazer nada» em vez de «não estão para aqui a fazer nada»? Ou levaria o rebelde à direcção da escola, para ele ser castigado e os pais avisados?
Em qualquer dos casos, supõe-se, o apelo ao motim nunca seria aceite por um professor.
Ou seria?
É assim que começa o meu artigo no número 10 do e-magazine "Tomate", a propósito da ofensiva da Fenprof sobre a prova decretada para uma parte dos professores dos ensinos básico e secundário na condição de "contratados" marcada para hoje. Com o título "O Evangelho segundo S. Nogueira" pode ser lido aqui na íntegra.
Sem comentários:
Enviar um comentário