Vamos lá a ver se consigo explicar bem o meu ponto de vista para não chocar com os aparentes défices cognitivos de alguns autarcas locais:
1- Esta velha peça de mobiliário, danificada e manchada, que se encontra há dois meses na margem caldense da Lagoa de Óbidos, é lixo. É um resíduo sólido. Ninguém o quererá comprar ou usar. Mesmo que alguém o possa encarar como objecto artístico, integrado numa qualquer performance artística tipo "grafiti", é lixo.
2 - A Lagoa de Óbidos ainda consegue ser uma das mais bonitas vistas do concelho de Caldas da Rainha (e do concelho de Óbidos), capaz de atrair visitantes, de dentro e de fora do concelho.
3 - Esses visitantes deixam sempre dinheiro no concelho (em pastelarias, cafés, restaurantes, bombas de gasolina, hotelaria, supermercados... e, num concelho capaz de olhar inteligentemente para o turismo, lojas de recordações e de artesanato). O turismo pode ser uma fonte de receitas e de criação de emprego.
4 - O lixo atrái o lixo. Talvez não seja necessário demonstrá-lo. Basta percorrer o concelho.
5 - A permanência deste sofá transmite a toda a gente uma mensagem clara: "Aqui não se valorizam as belezas e os recursos naturais, aqui gostamos de conviver com o lixo, aqui não somos limpos". (A mensagem, por sinal, é verdadeira mas há pessoas que, vindas de fora, devem acreditar que não pode ser.)
6 - A remoção do objecto não é difícil. Na Câmara Municipal de Caldas da Rainha sabe-se como se faz. Na Junta de Freguesia da Foz do Arelho (que tem a tutela da zona) também.
7 - Mesmo que pedaço de lixo seja votado ao abandono (como, aliás, a Lagoa de Óbidos) e que não seja removido, a sua degradação no local vai atirar para a água tecido natural ou sintético, madeira pintada e envernizada, molas de ferro. A isto chama-se poluição. (Pode ser que os autarcas locais não o saibam, mas é um conceito que já vem da década de 70, do século passado.)
8 - A manutenção teimosa deste sofá dá dos poderes públicos de Caldas da Rainha uma imagem tão degradada como degrada está a Lagoa de Óbidos pela sujidade que nela se vai acumulando.
Espero ter sido suficientemente claro para que os poderes públicos percebam, embora já duvide de que estejam na plena posse das suas capacidades cognitivas.
2 comentários:
Boa tarde, Pedro Rosado, pode fazer o favor de indicar onde está este cadeirão?
O objecto encontra-se na margem da Lagoa de Óbidos praticamente em frente ao antigo hotel. Saindo da rotunda da Foz do Arelho pela avenida que acompanha a Lagoa, é logo na primeira entrada (de carros) para a Lagoa, à direita. Agradeço muito o seu interesse!
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