Estive ontem no Estabelecimento Prisional de Caxias.
Foi a terceira vez que estive dentro de uma prisão, depois de uma visita em 1980 ou 1981 no âmbito de uma visita às particularidades arquitectónicas da Penitenciária de Lisboa, organizada pelo Centro Nacional de Cultura (que acabou num almoço de pataniscas no Parque Mayer, segundo uma receita de Maria de Lurdes Modesto), e de em 1993 ter ido comprar vinho (sempre muito bom) a Pinheiro da Cruz, onde o então director me proporcionou uma breve visita guiada.
Em Caxias estive a participar num encontro com o Clube de Leitura, uma iniciativa dinamizada pela escritora e tradutora Tânia Ganho, que desenvolve um trabalho extraordinário junto dos reclusos, incentivando-os (e com bons resultados) à leitura e à convivência com os livros.
"Morte na Arena" e "Morte com Vista para o Mar" foram os meus dois livros que estiveram em cima da mesa nesta sessão e a troca de impressões, em especial com dois leitores sagazes e atentos, foi enriquecedora.
Acredito, pelo que vi, que o contacto com os livros (numa pequena biblioteca que talvez precisasse de um apoio mais vivo por parte das editoras e dos próprios autores - eu deixei lá um dos meus últimos exemplares de "Morte com Vista para o Mar, juntamente com os dois exemplares de "Morte na Arena" que a Topseller, sempre atenta, também ofereceu) pode ajudar estas pessoas que estão a viver situações muito difíceis das suas vidas, sempre sob a ameaça de a prometida reintegração social não ser, por vários motivos, aquilo que esperam que seja, e que a sociedade não consegue garantir.
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