domingo, 1 de agosto de 2021

Cenas da vida covidiana II

1. É comovente ouvir um "analista" tão desempoeirado como Camilo Lourenço a protestar contra os horários limitados do comércio só porque, fechado um posto de combustíveis, teve de ir pagar ao postigo e... horror dos horrores!, não havia no postigo o salvífico álcool-gel e "sabe-se lá" quem é que tinha andado a mexer no terminal multibanco antes dele, e lá dentro havia!

2. Quando vejo o entusiasmo com que tanta gente se besunta com a gosma dos frascos do álcool-gel fico a pensar se, antes desta parvoíce toda, lavariam as mãos antes das refeições, ou depois de usarem a retrete, ou ainda se tomam banho todos os dias e se, fazendo-o, se lavam bem. Ou, ainda, se limpam o rabo depois de. É provável que não. Mas a nova água benta do Apocalipse covídico... ah, essa faz milagres!

3. Uma das coisas que maior impressão me faz no delírio do uso das máscaras é o elevado número de idosos, homens e mulheres, muitas vezes com evidentes problemas físicos, que se arrastam pelas ruas a respirarem o próprio que expelem. Alguém é capaz de dizer que isso não lhes faz bem?

4. Até porque o uso da máscara ao ar livre não é obrigatório. Só o é, por lei parlamentar de co-autoria PSD - PS, quando não é possível assegurar o distanciamento, etc. Mas há quem acredite que sim. Sem se informarem, sem pensarem, sem usarem a capacidade de raciocínio que distingue o ser humanos dos animais.

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