Vivi, com plena consciência do que se passava, os últimos anos do regime fundado por António de Oliveira Salazar e carregado, até ao abismo, por Marcelo Caetano.
Era uma ditadura, beneficiava do apoio da maioria da população e tinha mecanismos de repressão violenta e uma imprensa onde, apesar de tudo, se cultivava a liberdade e o espírito crítico.
Hoje vivemos numa ditadura (em que as resoluções do Conselho de Ministros se sobrepõem à sacrossanta Constituição da República), que beneficia do apoio da maioria da população, que possui mecanismos de repressão subtil e em que vegeta uma imprensa transformada numa imensa cloaca dominada por uma mentalidade de notas oficiosas.
Sinto-me hoje menos livre do que me senti até ao dia 25 de Abril de 1974.
Valerá a pena viver nisto?
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