sábado, 17 de julho de 2021

Finalmente: um clarão de lucidez que é fundamental

Este momento tinha de chegar, no meio da crise em que vamos vivendo (e sobrevivendo): rompendo a muralha dos matemáticos e dos geodésicos que aparecem nas televisões como se fossem ministros ou secretários de Estado saídos das últimas eleições legislativas, várias personalidades das ciências médicas resolveram, finalmente, intervir.

O texto é claro e esclarecedor e tem um título que diz tudo: é preciso "reconquistar o direito a viver". Finalmente, também, estas pessoas que sabem do que falam introduzem uma questão fundamental (e a que eu tenho aludido aqui): a pandemia está a passar, se é que não passou já, à fase de endemia.

O documento não podia ter saído em melhor altura, juntando-se a vozes de outras personalidades com intervenção na comunicação social, como José Miguel Júdice ou José Manuel Fernandes, e indo ao encontro daquilo que o Presidente da República tem salientado ultimamente.


Há dois aspectos, ainda, que exigem referência.

Um é a presença, entre os signatários (a par com Jorge Torgal, agora, finalmente, na linha da frente da contestação ao disparate político), de Germano de Sousa. Médico e antigo bastonário da Ordem dos Médicos é proprietário de uma rede de laboratórios por onde têm passado muitos dos testes da covid. A situação em que actualmente vivemos, com a loucura dos testes, só o favorece. Mas Germano de Sousa parece estar para lá disso e a sua atitude só o honra.

O outro é a ênfase dada à vacinação como pilar do regresso à normalidade. Não concordo, mas aceito que, tal como Paris vale uma missa, o direito a viver pode valer uma injecção, ou duas. De qualquer modo, em situações destas, há sempre que valorizar o que nos une e desvalorizar o que nos separa.



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