Os confinamentos aumentaram o sedentarismo. As pessoas ficaram em casa, obrigadas e por vontade própria. Consumiram mais comida e fizeram menos exercício físico. É possível que tenham aumentado o consumo de alimentos com mais açúcar. A obesidade traz consigo outros problemas: cardiovasculares, por exemplo.
Os parques com máquinas para exercício físico foram fechados. As saídas de casa (para andar e correr, ou fazer exercício em locais ao ar livre) foram restringidas e até reprimidas. Tudo o que estava associado a actividades desportivas, dos ginásios às piscinas passando pelos clubes desportivos e pelas escolas, foi fechado e interditado. O exercício físico fora de casa foi combatido, e com todo o autoritarismo, pelas forças policiais.
A reabertura foi débil. O medo afastou muita gente dos ginásios. Alguns fecharam, e para sempre. Os profissionais ficaram sem emprego. Tentando ir ao encontro do medo de um vírus "vendido" como apocalíptico pelas televisões e pressionados pela pidesca Direcção-Geral de Saúde, os ginásios apostaram na limpeza e na "desinfecção". Limpar os equipamentos e as máquinas antes e depois do uso, limpar o chão onde se faz exercício com uma esfregona, quase tomar banho com a gosma do álcoo-gel tornaram-se prática corrente. E pessoas a fazer exercício físico com máscara também.
Os dois confinamentos afastaram público dos ginásios. E a decisão, inacreditavelmente estúpida, de limitar as aulas de grupo em todo o País ainda vai afastar mais gente.
As necessidades de saúde (mesmo contra o cânone político-mediático de que só é importante a covid) exigiam uma opção diferente. E a DGS devia preocupar-se mais em promover estilos de vida saudáveis, capazes de evitar os males evitáveis de uma sociedade obviamente doente, do que em ensinar a lavar as mãos.
Mas compreende-se tudo quando se olha para o Governo e para o seu chefe. Deve haver neles um ódio de morte a quem procura ganhar saúde pelo exercício físico e por tudo o que de positivo lhe pode ser associado.
Bracinhos finos e barriga grossa e descaída: ir ao ginásio só lhe fazia bem... e até o ajudava a saber viver em democracia |
Não fui adepto das práticas desportivas durante muitos anos. Fiz algumas tentativas incipientes e gostava, como gosto, de caminhar. Em 2005, e já nem sei bem porquê, entrei pela primeira vez num ginásio em Lisboa. Comecei a frequentá-lo. Continuei, depois de me mudar, a fazer o mesmo em Caldas da Rainha.
Não sou fanático. Dedico, pelo menos, duas horas em três dias alternados da semana ao exercício físico, regularmente. Faço-o com disciplina, sem deixar de faltar. Durante os malditos confinamentos, fiz exercício físico em casa durante, praticamente, todos os dias.
Quando os ginásios reabriram, regressei. Não faço as coisas ao calhas. Tive sempre um plano fixo, orientado por controlos físicos. Encontrei profissionais competentes que me orientaram e definiram exercícios (e, por ser quem mais me influenciou, e com ciência e inteligência, tenho de citar uma especialista chamada Cláudia Vieira que, a partir de certa altura, no ginásio Balance, de Caldas da Rainha, passou a orientar a minha actividade gimnodesportiva).
A minha forma física melhorou enormemente, o meu sistema imunitário é sólido, disciplinei-me mais do que era. Não precisei de dietas malucas nem de muitos medicamentos para ultrapassar alguns problemas habituais.
Recentemente, e depois de uma primeira experiência, acrescentei ao exercício físico a prática de pilates, que é feita em aulas de grupo. E vi uma grande quantidade de pessoas, com idades mais avançadas e condições menos fáceis, a dedicarem-se a esta actividade. Faz bem, ajuda pessoas com menos capacidade de se mexerem a ganharem maleabilidade.
Agora, sem fim à vista e de forma perfeitamente ilegal (com um "estado de calamidade" que substitui o "estado de emergência" que o Presidente já não quer), as aulas de grupo ficam fechadas a quem não quiser fazer os pouco rigorosos testes que servem para inflacionar os números da pandemia que passou a endemia (e eu não quero fazê-los) e a quem não tiver o "passaporte" garantido pelas "vacinas" milagrosas (que eu não tenho).
A situação, em todas as modalidades disponibilizadas e por todo o País, só vai piorar. Para quem frequentava as aulas de grupo e para os próprios ginásios, que talvez venham a perder mais clientes porque a mensagem associada a esta estúpida interdição é esta: os ginásios são sítios perigosos, onde as pessoas se podem "infetar". Para além de uma distorção insólita e que deita por terra qualquer lógica: quem frequenta os ginásios, neste formato, tem de ser seleccionado por vacinas e testes; e os instrutores?...
É como se esta gente, neste governo, estivesse movida por um ódio cego aos ginásios. E porquê? As pessoas saudáveis assustam-nos?
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Quanto mais lhes batem, mais gostam?!
Infelizmente, e contra si próprios, os ginásios nem sempre têm assumido uma posição inteligente, aceitando de forma entusiástica cada pisadela a que os submete o poder político. Veja-se o que me enviou o ginásio que frequento:
"Continue a treinar forte e seguro! Queremos que continue a desfrutar das suas aulas de grupo preferidas, com toda a confiança, boa disposição e segurança! Por isso, e à luz do último Conselho de Ministros, a partir de 2ª feira é necessária a apresentação do seu Certificado Digital. (apenas em Aulas de Grupo)"
É como se afirmassem que ainda não eram suficientemente seguros e que, abençoada pisadela com os cascos do Governo!, agora é que é. A minha resposta foi esta:
"Podiam mostrar menos entusiasmo com uma medida que roça a ilegalidade, que é profundamente discriminatória e que nem sequer traz mais clientes ao sector. Não me façam arrepender de ter regressado e parem com os disparates sanitaristas!"
Infelizmente, não me parece que exista alternativa a este ginásio, onde regressei há dois meses.
Parece-me é que há pessoas que não pensam assim, porque a diminuição de frequência (e de clientes?) já se percebeu.
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