O padrão é este: um determinado especialista defende, publicamente e na imprensa, a utilidade do produto de uma empresa, ao que se supõe, por ter um conhecimento especializado que decorre da área em que trabalha.
E se esse especialista recebe dinheiro da empresa cujo produto recomenda? Que devemos pensar, assim sendo? Que ele recomenda o produto porque recebeu dinheiro para pagar essa recomendação? Ou que o facto de ter recebido dinheiro põe em causa o que se pensa ser a sua idoneidade? Se não tivesse recebido, recomendaria na mesma?
Noutros tempos, bastaria uma simples suspeita à falta de elementos concretos, para a imprensa "arrasar" quem estivesse numa situação dessas.
Agora já não. A censura, como temos visto, existe. E atropela tudo: a opinião, mas também a transparência e ética.
Os factos são estes, e apenas em parte: o médico Filipe Froes, que tem sido um dos profetas mediáticos do medo do SARS-CoV-2, tem recomendado a vacinação e recebeu 378.851 € de várias empresas farmacêuticas, entre as quais algumas que comercializam vacinas para a covid-19; o médico Luís Varandas, pediatra, que recomendou a vacinação das crianças com o mesmo efeito, recebeu 16 148€ de uma empresa que comercializa vacinas para a covid-19.
Estes factos (e outros, abundantemente denunciados por Pedro Almeida Vieira, a partir dos próprios dados oficiais do Infarmed, que também deixam mal a Ordem dos Médicos) deviam ter posto Froes e Varandas nas primeiras páginas dos jornais. Mas não é o caso.
Já sabemos como a imprensa que, em tempos, era elogiosamente dita ser "de referência", tomou partido pela ciência oficial e pelo Governo.
Com isto, há outra dúvida que agora pode, e deve, ser suscitada: para calar este escândalo, quanto é que os jornais "de referência" e os seus jornalistas receberam, e quem é que lhes pagou?
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