sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Reflexões sobre a literatura "policial" (4)


Mesmo empiricamente se percebe que há público para a literatura "policial".
Não há, muitas vezes, é literatura "policial" para o público que a quer ler.
É uma lógica de pescadinha de rabo na boca que parece tolher os editores: não há público porque a oferta é quase imperceptível por falta de promoção e não há promoção porque... parece que não há púiblico.
Isto explica, em grande medida, a ausência portuguesa dos autores justamente mais consagrados da literatura anglo-americana, cujo estilo é, em geral, mais directo e mais acessível do que os seus colegas nórdicos.
Há autores americanos e ingleses que aparecem em edições portugueses desgarradas, criando a ilusão de que nunca foram publicados e/ou de que o seu potencial público se desinteressa quando, na realidade, nem percebe que autores e que obras foram publicadas.
Lee Child, George Pelecanos e a própria Ruth Rendell (que caiu em desgraça no mercado português por causas que seria interessante analisar) são só três exemplos de autores cujo potencial de êxito não se nota em Portugal por motivos a que as suas próprias obras e o público são alheios.

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