Mesmo que se considere que o modo como os presidentes das juntas de freguesias, e os outros que vivem na esperança de os substituir, agem como agem porque tomam como coisa sua as estruturas de poder local do Estado de Direito, às vezes é difícil perceber como essas criaturas resvalam para manifestações de demagogia tão absurdas.
No entanto, o extenso relato que, depois do "Jornal das Caldas", a "Gazeta das Caldas" (sem link) publicou da mais recente reunião da Assembleia Municipal de Caldas da Rainha (onde ninguém tentou ver de que modo é que as populações podem ganhar com a reorganização) é revelador do desvario dessa gente, como se percebe por apenas quatro magníficos exemplos.
A chatice são os lugares da lista
Diz Lino Romão (BE) que a agregação de freguesias "vai criar muita revolta, tanto no momento autárquico de constituição das listas como quando as pessoas virem que lhes estão a tirar os serviços".
Ou seja: o principal problema é o de os lugares já não sobrarem para todos. E depois... quem é que "tira os serviços"? O BE já não confia na luta do povo em defesa dos seus interesses?!
Este não tem mesmo a certeza...
Jorge Sobral (PS) vocifera contra a agregação e depois diz: "eu tenho quase a certeza que as pessoas não querem".
Ele protesta mas lá diz que, ao certo, não sabe...
... enquanto este não liga às eleições mas à herança dinástica...
Para Abílio Luís (presidente da Junta de Freguesia de Salir do Porto), o que conta é a herança dinástica da família e não o voto do povo: "Fui neto e filho de presidentes de Junta e coube-me a mim esta tragédia".
... e este confessa que é ele que não quer!
Diz Vasco Oliveira (presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo) que está contra "por coerência, porque estou a defender as populações da minha freguesia e porque não quero que ela seja agregada".
Ele não quer. E é tudo.
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