A tradição americana do detective particular que tudo investiga e desvenda é inaplicável em Portugal, onde esta actividade profissional tem limites rígidos que a circunscrevem à investigação de problemas quase só do foro privado.
Em termos práticos, uma história com uma personagem destas passada no nosso país transformaria o detective num criminoso (por estar a agir à margem da lei que regulamenta a sua actividade profissional) ou num justiceiro marginal, o que só por si centraria a acção nessa figura e não em qualquer intriga que pudesse ser pensada como tema da história.
Este paradigma limitou muito o "romance policial" português devido à fixação na tradição americana dos anos cinquenta e sessenta e ao desconhecimento do modo como o "thriller" evoluiu a partir daí na literatura anglo-americana.
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