terça-feira, 31 de agosto de 2021

Bizarrias universitárias

Entram-me na caixa de correio (electrónico) com frequência pedidos de participação em inquéritos. Já respondi a dois ou três, desisti de outros por me estarem a fazer perder muito tempo e nem comecei alguns a que, manifestamente, nem conseguiria responder.

Hoje apareceu mais um com isto por tema: "a relação dos Sistemas de Controlo de Gestão e da Governança com a Criatividade e a Inovação em Organizações Culturais e Criativas".

A coisa vem do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa e de uma tese de doutoramento. Pensam, coitados, que, cá fora, há gente capaz de se entusiasmar com formulações destas...

 


Perfeição


Nunca, na minha vida, vi um broche tão bem feito!...



 

domingo, 29 de agosto de 2021

Eleições autárquicas de 2021 (4): um convite à abstenção

 

Faltam 27 dias para as eleições autárquicas. 

Há cartazes com caras de pessoas bem postas a apelarem ao voto neste partido ou naquele movimento. Mas o que eles (partidos, movimentos e candidatos) querem fazer de útil, se tiverem os nossos votos, é uma incógnita.

Não se conhecem programas ao pormenor, o pouco que aparece na imprensa local não passa de lugares-comuns em traços gerais e nada distingue estes dos outros ao lado.

Não é possível acreditar que as criaturas dos cartazes, que na sua maioria já cá andam há tanto tempo, não tenham ideias para os seus mandatos (se os obtiverem).

Isto merecia uma abstenção em massa. Se não estivessem em cima da mesa outras motivações...



Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (25): toponímia

 


sábado, 28 de agosto de 2021

Ler jornais já não é saber mais (119): o "Tal & Qual" não consegue sair do armário...



 

O "Tal & Qual" podia, e devia, ter ido mais longe. 

Até pelo que escreveu, com sobriedade e sem sensacionalismo, sobre Paulo Rangel. 

E porque ele é que é o indiscutível n.º 1: o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, a Catherine Deneuve do Parque Eduardo VII, o azougado comentador que também quer "especialista" em SARS-CoV-2, o putativo candidato à Presidência da República. Quem é ele, quem é?...


sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Ler jornais já não é saber mais (118): às vezes ainda mexe, o jornalismo...

Enganei-me (um bocadinho...) quando escrevi isto. E ainda bem. 

Hoje, dois jornais noticiaram o escândalo de Filipe Froes. Espero que isto não fique por aqui. Porque faltam outros e falta a Ordem dos Médicos e falta saber se o agora visado tem a hombridade de se demitir da função oficial que ocupa nesta ordem de coisas.







América


Making America small again.


quinta-feira, 26 de agosto de 2021

"O Último Refúgio" está na Feira do Livro...

 ... mas eu não. 

Convidado para o efeito pelo Clube do Autor (vão aos seus pavilhões, números 59, 61, 63 e 65, e comprem "O Último Refúgio", e outros títulos desta editora), eximi-me a esse dever. 

A ideia de estar ali horas seguidas de máscara posta na cara, coisa que eu acho intolerável e que me impede de pensar, afasta-me desta iniciativa. É mais forte do que a responsabilidade que sinto para com o Clube do Autor e para com a sua dinâmica editora Teresa Matos, perante quem me penitencio, publicamente, pela ausência.

Mas vão lá, leitores. (E podem sempre contactar-me por aqui. Sem máscara!)





  

Ler jornais já não é saber mais (117): Froes, Varandas e o dinheiro das farmacêuticas

 

O padrão é este: um determinado especialista defende, publicamente e na imprensa, a utilidade do produto de uma empresa, ao que se supõe, por ter um conhecimento especializado que decorre da área em que trabalha. 

E se esse especialista recebe dinheiro da empresa cujo produto recomenda? Que devemos pensar, assim sendo? Que ele recomenda o produto porque recebeu dinheiro para pagar essa recomendação? Ou que o facto de ter recebido dinheiro põe em causa o que se pensa ser a sua idoneidade? Se não tivesse recebido, recomendaria na mesma?

Noutros tempos, bastaria uma simples suspeita à falta de elementos concretos, para a imprensa "arrasar" quem estivesse numa situação dessas. 

Agora já não. A censura, como temos visto, existe. E atropela tudo: a opinião, mas também a transparência e ética.

Os factos são estes, e apenas em parte: o médico Filipe Froes, que tem sido um dos profetas mediáticos do medo do SARS-CoV-2, tem recomendado a vacinação e recebeu 378.851 € de várias empresas farmacêuticas, entre as quais algumas que comercializam vacinas para a covid-19; o médico Luís Varandas, pediatra, que recomendou a vacinação das crianças com o mesmo efeito, recebeu 16 148€ de uma empresa que comercializa vacinas para a covid-19.

Estes factos (e outros, abundantemente denunciados por Pedro Almeida Vieira, a partir dos próprios dados oficiais do Infarmed, que também deixam mal a Ordem dos Médicos) deviam ter posto Froes e Varandas nas primeiras páginas dos jornais. Mas não é o caso.

Já sabemos como a imprensa que, em tempos, era elogiosamente dita ser "de referência", tomou partido pela ciência oficial e pelo Governo. 

Com isto, há outra dúvida que agora pode, e deve, ser suscitada: para calar este escândalo, quanto é que os jornais "de referência" e os seus jornalistas receberam, e quem é que lhes pagou?

terça-feira, 24 de agosto de 2021

O ódio badocha aos ginásios (4): mente malsã em corpo malsão

O governo badocha elogia os atletas olímpicos mas restringe a actividade física salutar, despreza a Educação Física nas escolas mas impõe regras alimentares impossíveis, estimula as enchentes nos transportes públicos mas dificulta ainda mais o funcionamento dos ginásios, asfixiando-os economicamente.

Porquê? Que se passa com esta gente?...




os ginásios que sobrevivem.

domingo, 22 de agosto de 2021

Os bons exemplos são para se seguir

Como estes.

Para estimular a adesão das crianças às vacinas do Governo e a adoração do Messias da pica.


"A juventude serve o Führer"



"Também tu pertences ao Führer"


sábado, 21 de agosto de 2021

Ler jornais já não é saber mais (116): o dia em que o "Público" fez censura... descaradamente

 

O que aqui reproduzo é um monumento histórico e um marco da história da imprensa nacional.

É, resumidamente, a "desculpa" (num acto sem desculpa) do "Público", pela sua direcção editorial, para ter retirado um artigo de opinião de um médico. 

Ou seja: uma explicação para o que é, com todas as letras, um gesto de censura



Todos os jornais fazem, em versão "soft" ou "hard", a sua censura. Há pessoas que nunca aparecerão nas suas páginas, notícias que são postas de lado, reportagens que nunca poderão ser feitas, num quadro que abrange também as rádios e as televisões. E que não é novo. Sempre se fez. Na imprensa mais alinhada, mas também na imprensa generalista e, em teoria, pluralista.

Mas isto, assim, raramente tem acontecido. Se é que alguma vez aconteceu desde 1976 (e passados os tempos do PREC).

O que estava em causa era um artigo de opinião de um médico (Pedro Girão) sobre a medicina, a ciência e as suas opções, e a sua família. O autor contestava também o que, por referência à História (e à história da Igreja Católica e do seu Santo Ofício), posso classificar como "ciência oficial".

O "Público" não gostou. Os que neste jornal, que já foi um modelo, escrevem têm de estar alinhados pelos cânones da "ciência oficial" que é, também, a "ciência" governamental. 

Descaradamente, o "Público" fez censura. E estupidamente, já agora, porque o texto maldito ganhou maior amplitude com este gesto. Não estamos no Estado Novo, nem na sua versão marcelista. O que não chega à opinião pública por uma via chega por várias outras. E o artigo de Pedro Girão pode ser lido na íntegra aqui, no jornal on line Farol XXI.

Neste regresso a uma nova versão dos "coronéis" dos lápis azuis, o "Público" não se enterrou a si próprio. Enterrou também, e ainda mais fundo, o jornalismo. 

Jornalismo esse que, como já expliquei, é mais jornalixo do que jornalismo. Onde se proíbe um médico de escrever sobre medicina enquanto se estimula um oficial de marinha e pronunciar-se sobre... epidemiologia.



Eleições autárquicas de 2021 (3): em erros, já vão todos em três

Estamos a quase um mês das eleições autárquicas e, por estas bandas, a generalidade das candidaturas (e há mais, este ano) já conseguiu fazer três asneiras:

1. Aos eleitores, pelo menos os das zonas rurais num raio de 10 quilómetros da capital do conselho, nada chega em matéria de programas e de ideias. Nada. Zero.

2. Os candidatos mostram-se... mascarados. Mas quem são? Já nos cruzámos com eles em algum sítio? Conhecemo-los pessoalmente? Não se sabe. Amontoam-se, mascarados, e esperam o quê? Votos?!

3. E eles querem fazer o quê? Também não se sabe. Vi um vídeo de uma candidatura em que um dos candidatos (acho eu que era) dizia que ainda não divulgavam o programa para ser surpresa...

Não se arranja melhor do que isto?

A pandemia da treta

Os transportes públicos à pinha deixaram de ser perigosos.

Mas os ginásios e os restaurantes (em 3 dos 7 dias da semana) é que são perigosos e por isso é preciso o passaporte do apartheid sanitário porque... enfim, não sei. 

E as pessoas "comem" isto. E pedem mais.




quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (24): "embelezamento" zero

Dizem-nos que existe uma tradição de cerâmica neste concelho e eu acredito, pelo pouco que tenho visto e pela recordação do que se podia ver do trabalho de artesãos e da herança das grandes fábricas. 

O que não vejo, à excepção da piroseira em que está transformada a "rota bordaliana" é qualquer intervenção das entidades públicas locais a divulgarem esse potencial criativo. E, às vezes, desde que haja inteligência e bom gosto, não é preciso muito. Nem, sequer, gastar muito.

Ficando-nos, como é a intenção destes apontamentos, pela Serra do Bouro, reparem no que é possível encontrar aqui, em casas desta freguesia.






São obras de arte? Ganharão prémios? Serão de artistas famosos. Não parece ser o caso. Mas são exemplos de criatividade e de arte popular que registam aspectos da vida quotidiana, neste caso associada às actividades agrícolas.

Um destes painéis parece estar salvaguardado num muro que talvez não vá abaixo, mas os outros fazem parte de uma construção (que talvez fosse uma adega) que não me parece vir a ter vida muito longa.

Neste mesmo local existe um chafariz público. Degradado e feio.





Porque é que a pomposa União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro não contrata um painel de azulejos a um dos artesãos da cerâmica para dar a este chafariz um aspecto condigno e, com ele, evocar a tal tradição cerâmica? E "embelezar" o local? 

Não se sabe. O que se sabe é que a criatividade desta gente anda, como sempre andou, muito por baixo, muito rasteirinha. E que o "embelezamento" defendido pelo ainda presidente da coisa não passa disto...



segunda-feira, 16 de agosto de 2021

domingo, 15 de agosto de 2021

Ler jornais já não é saber mais (115): orgasmo grupal

A imprensa nacional chegou ao orgasmo com o "milhão de infetados".

E, com isso, mostrou que renegam o jornalismo e que adoram chafurdar no jornalixo.

Porque não querem saber porque é que os testes PCR são feitos a mais de 25 ciclos (contra o disposto no despacho n.º 331/2021, do Ministério da Saúde) e ignoram este comentário de Germano de Sousa: “Há testes e testes: os de antigénio e os rastreios de origem muito duvidosa que estão a ser vendidos por aí, sem aprovação dos reguladores e que pouco ou nada nos vão dizer”.

E porque nem são capazes de comparar o "milhão de infetados" dos testes de 45 ciclos com o número (mesmo o oficial) de mortos "por covid".






O apartheid do ditador badocha

 


Um ditador precisa, entre outras coisas, de um povo submisso. Pode acontecer que o mesmo povo se farte e que, como aconteceu com o ditador Mussolini, nem se manifeste depois contra o tratamento que o mesmo ditador acaba, às vezes, por sofrer. E o que aconteceu a Mussolini devia servir de lição a muita gente.

Este primeiro-ministro (que, não o esqueçamos, chegou ao poder ao colo do PCP e do BE) demonstra todos os dias a sua faceta de ditador, impõe um regime autoritário que já esteve mais longe de resvalar para uma ditadura, e conta com um povo inacreditavelmente submisso. Programada, ou não, essa submissão nasceu do medo, sobrevive no medo e renova-se no medo. No medo da epidemia de SARS-Cov2 que, cumprindo o ciclo da natureza, evoluiu para pandemia e passou a endemia. 

O medo começou a ser instigado e aproveitado em Março de 2020. Hoje, em Agosto de 2021, o que se vê no Estado, do chefe do Governo aos talibãs sortidos da DGS, passando por uma imprensa repelentemente sabuja, é a utilização desse medo para a perpetuação do poder. E do domínio político.

Há duas semanas, a criatura impôs um regime de apartheid que, tempos antes, só seria visto como "teoria da conspiração": a obrigatoriedade, em todo o País, do "certificado" de vacinação (e o resto, que depende dos testes pouco rigorosos, é anedótico) para certas actividades: alojamento, restauração (aos fins-de-semana) e aulas de grupo em ginásios.

A vacina, note-se, não é obrigatória. Mas a sua imposição, pelo "certificado", torna-se obrigatória na prática. Quem não a tem (ou ainda não a tem) fica excluído. Uns têm tudo, os outros nada.

As situações, por outro lado, são distintas, absurdamente distintas. Quem viajar de transportes públicos não precisa de "certificado". Mas se quiser alojar-se num alojamento turístico, precisa. Mas o pessoal que presta esse serviço não precisa. 

No caso do alojamento, em estadias mais prolongadas, quem não tem o "certificado" pode fazer um dos testes salvíficos e, tendo a sorte de o ter "negativo", pode alojar-se. Mas se se "infectar" depois de alojado... que interessa?

Na restauração poderá argumentar-se que há opções: os de "1.ª classe" podem ir todos os dias com o seu "certificado"; os de "2.ª classe", sem "certificado", só podem ir entre segunda-feira e sexta-feira à hora do almoço. É como a treta do recolher obrigatório: nuns dias da semana (e horas), o vírus não ataca, noutros ataca. E também aqui o pessoal que presta esse serviço não precisa de ter o "certificado".

A situação mais grave é a dos ginásios (e sobre ela já escrevi aqui): quer se trate da actividade de grupo mais recreativa, de actividades que são mesmo benéficas para a saúde ou de actividades que são indispensáveis para muitas pessoas com dificuldades de mobilidade em situações clinicamente bem identificadas (como é o caso da hidroginástica), ninguém entra sem o "certificado". É absurdo que o Estado glorifique os atletas olímpicos e bloqueie as actividades desportivas que, em certos casos, são essenciais à saúde dos seus cidadãos.

Esta situação é dramaticamente injusta e geradora de imensa desigualdade. E não tem qualquer fundamento, aliás. Num país de pessoas livres (como tem acontecido em França, por exemplo), haveria revolta e protestos. Mas aqui não. 

E é isso que dá ao pequeno ditador a tranquilidade para, com toda a sobranceria, dizer enormidades deste cariz ("Expresso", 13.08.21):



Ele é que manda. Dúvidas? Não se podem ter. Nada se pode discutir. "Qual é a necessidade? Qual é a vantagem?" Ele, que tudo sabe e em tudo e em todos manda, tem a certeza de que o povo está submisso e faz o que ele quer.  E sabe que este povo manso até gosta deste novo apartheid.

Nada de novo, também. Os submissos, para fazerem de conta que não o são, gostam de saber que o seu estatuto de "1.ª classe" (os "certificados", os brancos na América e na África do Sul do apartheid, as castas das elites indianas) os põe acima dos que ficam na "2.ª classe" (os não-"certificados", os "colored" na América, os negros na África do Sul do apartheid, os párias da Índia). Sentem-se melhor do que eles, beneficiados pelos chefes políticos que seguem de olhos no chão.

E a criatura sabe disto.

Mas eu acredito que ela cairá, um dia, do poder. Ou, antecipando-se à queda, fugirá. 

E espero que a queda, ou a fuga, lhe seja dolorosa. Em tudo. 


Uma ponte longe demais

 



sábado, 14 de agosto de 2021

O problema oculto das vacinas tipo água benta

Quantos milhões de consultas ficaram por fazer desde o começo oficial da pandemia de SARS-CoV2 em Portugal? Quantas cirurgias? Quantos rastreios? Quantos exames? Quantas pessoas deixaram de ter a assistência dos seus "médicos de família"? Quantas pessoas fizeram pedidos de receitas de medicamentos aos centros de saúde, na falta de consultas, sem nunca as terem recebido? 

Quantas pessoas terão, sem que o saibam ou suspeitem, doenças graves? Quantas pessoas deixaram de ir, por medo, aos hospitais em situações de doença e sem saberem sequer que médico hão de procurar? Quantas pessoas sofrem com sintomas que podem de ser doenças graves ou muito graves e que não sabem a quem hão de perguntar?

O retrato da maioria da população portuguesa é este: um vazio de informações e de avaliações clínicas. Desde Março de 2020 até agora. E que provavelmente continuará.

É para este país de pessoas de situação clínica indefinida que foi atirada uma enxurrada de vacinas apresentadas como verdadeira água benta. Com elas, o Diabo chamado covid-19, será vencido, esconjurado ou, na pior das hipóteses, mantido só à distância. 

Só que estas vacinas, note-se, não são ainda vacinas. Ainda estão numa fase experimental. E a experiência é esta, em Portugal: são aplicadas a milhões de cobaias humanas cujo estado de saúde é maioritariamente desconhecido, cujo sistema imunitário pode estar alterado por todos os factores anormais do último ano e meio.

Ninguém pensou nisto?!

EDP (ou e-Redes?!) - A Crónica das Trevas (88): regresso à escuridão

 

Apagão às 9h34. Durou três minutos. É o segundo no período de uma semana. 

Voltamos à mesma merda de há tantos anos?


sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Eleições autárquicas de 2021 (2): a derrota do PSD


As eleições autárquicas de 26 de Setembro em Caldas da Rainha terão -- infelizmente -- um vencedor seguro: o PSD. Mas deve ser uma vitória com uma derrota às costas.

Nisto não haverá surpresas. É o partido que está no poder e basta esta situação para assegurar votos em largos sectores da população. Emprego directo (na Câmara Municipal e noutros serviços), subsídios, compra de bens e serviços... tudo isto se traduz em votos.

Mas uma coisa é vencer e outra é, vencendo, perder votos. E tudo indica que o cenário será esse mesmo, quanto mais não seja por aparecerem outras opções. E o eleitorado do PSD vai ter mais opções.

O primeiro sinal foi visível nas eleições presidenciais deste ano.

Nessa altura, analisando os votos obtidos pelos principais candidatos, escrevi aqui

1 - Marcelo Rebelo de Sousa - 11 925 votos (o seu universo eleitoral será o do PSD, do CDS e do PS);
2 - Ana Gomes - 2 375 votos (terá tido votos do PS e de outros sectores);
3 - André Ventura - 2 272 votos (Chega!);
4 - Tiago Mayan Gonçalves - 574 (Iniciativa Liberal).

Nas eleições legislativas de 2019, verificaram-se estes resultados num universo eleitoral de 45 411 eleitores inscritos e 23 414 votantes:

1 - PSD - 7 532 votos;
2 - PS - 7 320 votos;
3 - CDS - 1250 votos;
4 - Chega! - 349 votos;
5 - Iniciativa Liberal - 222 votos.

É interessante registar, a partir daqui, os seguintes pormenores:

1 - O conjunto de eleitores de Marcelo Rebelo de Sousa e de Ana Gomes nestas eleições é de 14 300 votos. Mas nas eleições legislativas de 2019 tiveram 16 102 votos. Perderam, em quase ano e meio, 1802 votos.
2 - O Chega! ganhou mais 1923 votos.
3 - A Iniciativa Liberal ganhou mais 352 votos.

No conjunto, os dois novos partidos foram buscar 2275 votos, do grupo PSD/CDS/PS e novos eleitores, possivelmente. 

Note-se que, nas eleições autárquicas de 2017, o PSD teve 11 405 votos para a Câmara Municipal e 10 330 para a Assembleia Municipal. Dois anos depois, nas eleições legislativas baixou para os citados 7 532 votos.

A fragmentação do espaço eleitoral do chamado "centro-direita", que neste caso é positiva, alargou-se agora nas eleições autárquicas.

Há três candidaturas que irão buscar votos ao PSD: além da candidatura do Chega! e de uma candidatura do CDS em coligação com outros sectores, há uma terceira candidatura de um empresário e ex-presidente de junta do concelho (onde chegou pela mão do PSD). Para a situação ser mais interessante, faltaria uma candidatura da Iniciativa Liberal que, infelizmente, não deve aparecer.

A situação não servirá para retirar a Câmara Municipal de Caldas da Rainha ao PSD caciqueiro local, o que é pena, mas irá minar o seu poder.  Será uma pequena derrota, mas uma derrota, de qualquer modo.

Cenas da vida covidiana IV

 1. Os defensores (e praticantes) do "body count" mediático das mortes ditas "de covid" serão tão insensíveis que não percebam que, deste modo, ignorar os outros mortos todos (ataques cardíacos, cancros, etc.) é um verdadeiro ultraje à memória destes mortos e ao luto dos seus familiares?

2. Pensa, leitor, em todas as epidemias grandes e pequenas da História, dos vários surtos de peste (entre a Idade Média... e o século XX) ao Zyka no Brasil, passando pela sida e pelas várias gripes de origem animal: fazendo vítimas na proporção inversa da capacidade clínica e medicamentosa da civilização humana, elas foram sendo "absorvidas" pela espécie humana, que lhes sobreviveu. A imunidade de grupo é isto e nunca esteve dependente de vacinas de fabrico consolidado e de efeitos indiscutivelmente positivos (como foi o caso da bem-sucedida e útil vacina contra a varíola, por exemplo). Os "especialistas" de uma imprensa que se especializou em vender medo e os que prometem o Apocalipse de três em três meses, ajavardaram por completo o conceito da imunidade de grupo e desferiram golpes graves na ciência verdadeira.

3. Impressionam-me o modo convicto como as pessoas usam as máscaras quando as podem dispensar (ao ar livre, por exemplo) e como as impõem às crianças e a maneira resignada como as usam aquelas que, por motivos profissionais, as estão obrigadas a usar durante horas a fio. Acreditei que poderiam ser úteis, mas depois de ver como eram usadas e não usadas... desisti. Aliás, se as máscaras fossem tão importantes, não teria havido "2.ª vaga" e "3.ª vaga" e etc.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (23): e onde é que ela fica, a Serra do Bouro?

Não se sabe. 

E não é só a Serra do Bouro. As freguesias (ou o que delas resta, com designação própria) não existem na sinaléctica da capital do concelho. Percebe-se que não se distingam as freguesias urbanas de Santo Onofre ou de Nossa Senhora do Pópulo (que diferença fazem?) mas não se percebe que a Serra do Bouro, o Campo, o Nadadouro, a Tornada, o Coto ou Salir de Matos, só para indicar as que são limítrofes, estejam ausentes. 

No caso da Serra do Bouro, por exemplo, ela tem presença na sinaléctica. Mas o pior é depois.

Quem seguir pela Via Atlântica ou Avenida Infante Dom Henrique, o nome oficial, em direção à costa encontra uma rotunda com sinais que... não existem. 

Ou seja, só podem ser vistos por quem se desloca da costa para a cidade. Quem estiver a sair da Zona Industrial vê... zero. É estranho mas, aqui, não surpreende. 





Nesta mesma rotunda encontra-se, à direita, uma saída com duas direcções diferentes: Serra do Bouro (finalmente!) e Campo.

A estrada terá uns três anos e pode ser, ou não, a concretização da promessa eleitoral de há quatro anos de uma estrada de ligação entre a Zona Industrial e a Serra do Bouro.




O certo é que, quem quiser seguir por esta estrada, fiando-se pelos dois sinais, chega a um primeiro ponto onde há uma bifurcação... sem mais sinais. Para a esquerda ou para a direita?





Quem tiver alguma experiência, ou consultar um mapa, pode perceber que a Serra do Bouro ficará para  a esquerda e que o Campo fica para a direita. Mas nada o indica na estrada, ou nas duas estradas.

E depois, avançando, a estrada termina. Noutra estrada. Sem outros sinais. 




Onde é que ficam a Serra do Bouro e o Campo, portanto? Não ficam. Desapareceram.








quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Quando a ciência (?) se verga à política...

 

... o que temos é isto:


Os cientistas


O político




Eleições autárquicas 2021 (1): inutilidades

As eleições autárquicas estão marcadas para dentro de 48 dias. Este ano, pelo que se vai percebendo, haverá, pelo menos, sete listas de candidatos à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal de Caldas de Rainha e muitas outras para algumas ou todas das freguesias ou dos seus sucedâneos.

Aqui, à Serra do Bouro, nada chegou. Há um ou dois placards num cruzamento próximo, mas nada se sabe, por aqui, de minudências como programas, intenções, promessas, compromissos ou outras coisas que, na realidade, de pouco servem. Não é que isso sirva para levar a votar os que não votam. 

Nos jornais já vai aflorando alguma coisa e a edição da semana passada do "Jornal das Caldas" trazia um apanhado de noticiário e de fotografias, relativamente à coisa, que também não era motivador.




Do que aparece no texto, nada há que, verdadeiramente, mereça atenção. 

Os programas vão-se copiando e todos sabem que quem vai ganhar (quem ainda vai ganhar, convém dizer) não precisa de programa porque nunca o cumpriria, limitando-se à gestão idiota e desinteressada das suas várias agendas. Quanto aos outros, batem sempre nas mesmas teclas, como neste caso se verifica na notícia relativa a uma das candidaturas.




Quanto às fotografias, a lógica é incompreensível. 

Se a ideia é que os eleitores conheçam os candidatos, salvo se se presumir que todos nós temos de conhecê-los a todos, a ideia de apresentá-los com a estúpida focinheira é... de estúpidos. Há outros que são, felizmente, mais desempoeirados. Esses, pelo menos, e em teoria, deveriam ser bafejados pelos votos, só por esta atitude.



Nesta campanha, pré-campanha, ou seja lá o que for, há uma bizarria extraordinária: o candidato do PCP garante que o concelho "precisa de uma nova dinâmica". 

Acontece que o slogan da "nova dinâmica" já tinha sido usado pelo PSD em 2013 e rapidamente deitado fora porque, na realidade, a gestão municipal do sucessor de Fernando Costa era, e é, tudo menos "dinâmica".

Ninguém percebeu o anacronismo, calcula-se. 

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (23): 12 meses a gozar com a população


Esta rotunda foi construída em Agosto de 2020. Há um ano. Não a terminaram. 

Foi deixada assim por desleixo? Ou (a gozarem com a população) para a inaugurarem para as eleições autárquicas?


Eles devem pensar que somos todos estúpidos.





domingo, 8 de agosto de 2021

Ler jornais já não é saber mais (114): javardice intelectual

No "Público" ignora-se que a humanidade sobreviveu a todas as pragas, epidemias e pandemias, que a afectaram graças à imunidade de grupo: o enfraquecimento gradual do patógeno, que acaba por ser neutralizado pela imunidade desenvolvida pelas comunidades humanas. 

Só para citar dois casos relativamente recentes, e sem vacinas, podemos falar do VIH/sida e do Zika. Os respectivos vírus não estão erradicados, mas a humanidade, à escala mundial e no Brasil, derrotou-os e reduziu-lhes o perigo.

Insistir que a imunidade da humanidade ao SARS-CoV2 depende das vacinas já vai muito para lá da ignorância e da falsidade intelectual. É uma pura e simples javardice. 

"Público", 7.08.21



Uma opinião, uma simples opinião de uma médica sem pergaminhos conhecidos serve para sustentar uma manchete. É de uma enorme desonestidade intelectual. Mas... contará o falido "DN" com o dinheiro de alguma empresa de produção de vacinas?


"DN", 7.08.21



No crepuscular "Nascer do Sol" constrói-se mais um cenário apocalíptico com fase em "projecções", "estimativas", "cálculos" e "pode ser". Só para meter medo.

Digamos, adequadamente, que, a continuar assim com manchetes especulativas e sem sustento, o ex-"Sol" poderá... vir a fechar mais cedo do que pensa.


"Nascer do Sol", 7.08.21


Nuno Rogeiro, comentador de tudo e de nada na "Sábado", rasga qualquer vestígio de honestidade intelectual para defecar um disparate. Há quem rejeite estas vacinas (que, verdadeiramente, nem o são.. porque ainda é provisória a autorização com que circulam) sem rejeitar aquelas que realmente são vacinas. E que, com toda a legitimidade, usa os aparelhos electrónicos que quer (e pode) usar.

Esta generalização do comentador é estúpida. É filha da puta. É uma javardice intelectual.

"Sábado", 5.08.21



Notas de prova

Levadas dos Monges  Tinto 2017 — Vinho Regional Lisboa 
Castelão, Aragonez e Syrah
Adega Cooperativa de Alcobaça, Alcobaça
12,5% vol.
Bom.

Notas de prova

 

Serra P  Tinto 2017 Reserva — Vinho Regional Terras da Beira 
Touriga Nacional e Syrah
Mimos da Beira, Penamacor
14% vol.
Muito bom.
(Bebido em O Melro, Óbidos, a acompanhar Bacalhau à Lagareiro.)

Notas de prova

 

Quinta do Escudial  Touriga Nacional 2016 — Dão DOC 
Touriga Nacional
Quinta do Escudial, Seia 
14% vol.
Excelente.


Notas de prova

 

Espravel  Tinto 2012 — Dão DOC 
Touriga Nacional, Tita Roriz, Alfrocheiro e Jaen
Quinta do Escudial, Seia
13% vol.
Bom!

Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (22): desordenamento urbanístico, ou seja, à balda

Urbanisticamente, a regra é a balda. A Câmara Municipal de Caldas da Rainha, que, mesmo que só para fins propagandísticos, se mostra embevecida pelas artes e pela criatividade, deixa que campeie o desordenamento urbanístico.

Nem é só aqui. É pelo concelho todo. Não há um conceito arquitectónico. Não há uma ideia de identidade arquitectónica e/ou visual. Cada um faz como quer e pode. E o que fica é um concelho onde o respeito (que nem é obrigatório) pelos estilos tradicionais só existe por capricho individual e onde tudo se pode fazer à balda, sem qualquer penalização.

Tomemos estes exemplos, na Serra do Bouro.


Esta casa foi objecto de obras de reparação e de manutenção.
Os traços que a caracterizavam foram mantidos.
O amarelo sobre o branco dá-lhe um ar alegre. Modesta, sobressai pela elegância.
Era assim que era, foi assim que ficou.



Perdida numa zona mais recôndita, esta casa parece estar a ser reconstruída, e ampliada, com aparente respeito pelo estilo "clássico". 
Não será, seguramente, um mamarracho.



Isto é um mamarracho, uma aberração, uma obra que nem parece ter fim à vista. Depois da falência da empresa original, tem sido agora o comprador a fazer a gestão da obra, que parece querer transformar em monumento ao dinheiro de que dispõe, fazendo acrescentos caprichosos. 
O fim será um amontoado de caixotes inestéticos e chocante. 
Não se sabe é quando.

Este caixote de madeira continua onde o puseram, montado numa elevação de terreno, depois de obras não autorizadas que terminaram em Outubro do ano passado. 
É um símbolo da balda urbanística e um símbolo de impunidade.


Percebe-se, perante estes e outros casos, que bom gosto é coisas que não condiz com estas figuras...




sábado, 7 de agosto de 2021