... Não sei. Mas espero que sim. Porque o resultado destas eleições presidenciais é sugestivo neste concelho, onde o PSD mantém uma influência que permite a proliferação de situações no mínimo duvidosas.
Vamos aos factos, seguindo as informações já disponíveis no site oficial do MAI (https://www.eleicoes.mai.gov.pt/index.html), registando que para estas eleições estavam inscritos 45 184 eleitores e que votaram 19 541 e, ainda, que conto para este exercício apenas os votos do universo do chamado "centro-direita".
1 - Marcelo Rebelo de Sousa - 11 925 votos (o seu universo eleitoral será o do PSD, do CDS e do PS);
2 - Ana Gomes - 2 375 votos (terá tido votos do PS e de outros sectores);
3 - André Ventura - 2 272 votos (Chega!);
4 - Tiago Mayan Gonçalves - 574 (Iniciativa Liberal).
Nas eleições legislativas de 2019, verificaram-se estes resultados num universo eleitoral de 45 411 eleitores inscritos e 23 414 votantes:
1 - PSD - 7 532 votos;
2 - PS - 7 320 votos;
3 - CDS - 1250 votos;
4 - Chega! - 349 votos;
5 - Iniciativa Liberal - 222 votos.
É interessante registar, a partir daqui, os seguintes pormenores:
1 - O conjunto de eleitores de Marcelo Rebelo de Sousa e de Ana Gomes nestas eleições é de 14 300 votos. Mas nas eleições legislativas de 2019 tiveram 16 102 votos. Perderam, em quase ano e meio, 1802 votos.
2 - O Chega! ganhou mais 1923 votos.
3 - A Iniciativa Liberal ganhou mais 352 votos.
No conjunto, os dois novos partidos foram buscar 2275 votos, do grupo PSD/CDS/PS e de novos eleitores, possivelmente. É claro que a margem para o PSD ainda é muito significativa. Mas note-se: os 1923 votos a mais que o Chega! ganhou demoraram só ano e meio a conquistar. Se não houver alterações no ciclo eleitoral, faltam dois anos e meio para as próximas eleições legislativas (2024).
E, já agora, o PCP e o BE? Em 2019, tiveram, respectivamente, 999 e 2539 votos. Agora, os seus candidatos presidenciais tiveram, também respectivamente, 635 e 910 votos.
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