sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Ler jornais já não é saber mais (102): Camilo Lourenço e os vícios do jornalismo nacional




Nesta fotografia, a pessoa que está à esquerda chama-se Filipe Fróis e é um dos "especialistas" que servem de alibi às decisões políticas do Governo sobre a crise sanitária. Defende o uso da máscara. Mas aqui pôs a máscara no assento onde, tratando-se de um lugar público, os outros põem o rabo. 
A pessoa que está à direita chama-se Camilo Lourenço e é jornalista (aparentemente sem carteira profissional). A sua especialização é a economia e mantém vários programas ao estilo televisivo no Facebook e no YouTube sobre política e economia sob a designação geral de "A Cor do Dinheiro". A imagem documenta uma entrevista feita por Lourenço ao "especialista".
A intervenção jornalística de Camilo Lourenço e o seu programa matinal unipessoal "A Cor do Dinheiro" conseguem ser interessantes e, em parte, justificam o seu slogan "Aquilo que você ouve aqui não ouve em mais sítio nenhum".
Só que, mostrando que o jornalismo, nos nossos dias, já pode viver fora dos meios tradicionais e com acesso irrestrito, "A Cor do Dinheiro" perde-se, às vezes, no estilo comicieiro de Lourenço e, com mais frequência, no modo como apanha assuntos pela rama, resumindo-os depois com erros. Ou recorrendo aos chavões do discurso dominante. Nisto reproduz todos os vícios do jornalismo que até critica. E com razão. 
Ultimamente, deu-lhe para criticar os "negacionistas". Assim, a seco, sem mais pormenores, em contraponto com os "especialistas" (que se presume serem os "Fróis" do regime), que esses é que são bons, mesmo quando limpam os assentos alheios com a máscara que depois levam à boca e ao nariz.
Por mim, devo dizer que esperava melhor.

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