domingo, 11 de maio de 2014

Debaixo da carpete


Há um mistério quase indecifrável neste simpático concelho de Caldas da Rainha, que é sempre passado para segundo plano pelo predomínio parolo de uma elite que acha que a sua pequena cidade de província é o umbigo do mundo: é estranho o modo como desaparecem os temas mais incómodos.
Em termos práticos: vai tudo varrido para debaixo da carpete.
De um dia para o outro, ignorados pelos partidos e pelos políticos profissionais, esquecidos (já vimos que nada inocentemente) por alguma imprensa, os assuntos deixam de existir, para conforto da incompetente câmara municipal local e dos seus muitos amigos e clientes.
Tudo se perde, nada se transforma, o concelho fica ainda mais pobre, o silêncio torna-se cada vez mais lúgubre.
O caso mais recente (além do episódio do "gasóleo camarário", do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica e de uma multidão de outras coisas) é o do Hospital Termal.
Uns respiram de alívio porque o problema foi atirado para 2035 e outros talvez se tenham esquecido ou ficado extenuados com uma simples acção pública que, como era previsível, não serviu para nada, a não ser para algumas fotografias nos jornais.
Nada de novo, portanto. Nem sequer em matéria de falta de vergonha.

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Espero que não tenha sido o curioso círculo de "amizades" e de (obviamente benévolas) cumplicidades locais a condicionar, por meio desta manobra política, quaisquer atitudes ou opiniões porque, nesse caso, a situação terá uma dimensão muito mais preocupante do que eu próprio consigo imaginar...

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