sexta-feira, 16 de maio de 2014

A beatificação de Tinta Ferreira

Prossegue a beatificação do presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha no âmbito do conúbio entre o extraordinário alcaide e o não menos extraordinário director do outrora objectivo "Gazeta das Caldas".
Esta semana, o jornal brindou-nos com uma entrevista de três páginas na íntegra e uma chamada na primeira página cujo título ("Obras já estão atrasadas") deve ter sido o produto de um qualquer rebate de consciência. Ou talvez o director estivesse distraído.
Acredito, pela pose do alcaide, que o título preferido do director pudesse ser algo como "O Marquês de Pombal de Caldas da Rainha".
Da extensa entrevista escorrem apenas duas coisas verdadeiramente relevantes.
Uma é a confirmação do conflito entre o alcaide e a chuva. Insensível aos caprichos da meteorologia (matéria que não era ensinada no curso de Direito da Universidade Autónoma de Lisboa na época dourada dos "pólos"), o aspirante a Marquês de Pombal atribui os atrasos nas obras que têm estado a destruir a capital do concelho à chuva. Obras que começaram em Julho ou Agosto do ano passado, num ano onde, pelo menos em Caldas da Rainha, não houve chuvas torrenciais, tempestades tropicais ou tsunamis.
É uma desculpa débil para os inevitáveis resultados do mau planeamento e da megalomania mas o presidente já teve oportunidade de revelar (como aqui demonstrámos) a sua imperícia meteorológica.
O segundo elemento é a vontade que o chefe do PSD caldense revela de absorver Óbidos, Alcobaça e Rio Maior.
Com Caldas da Rainha completamente secundarizada e descaracterizada, calcular-se-á o que uma mistura destas traria ao concelho. E quem mandaria? Quem é que tem maior peso turístico? É Óbidos.
Talvez isto explique o desinteresse da câmara de Caldas da Rainha pela morte anunciada do seu Hospital Termal. Quem ganha será a câmara de Óbidos e o seu projecto termal das Gaeiras. Que talvez também tenha motivos para beatificar Tinta Ferreira.
 

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