segunda-feira, 19 de maio de 2014

O estranho caso de Manuel Palito: o novo Leão de Rio Maior?

Em termos de opinião pública, pode dizer-se que Manuel Baltazar, o homem que matou duas pessoas na povoação conhecida pelo colorido nome de Valongo dos Azeites, venceu as autoridades que o procuram há mais de um mês quando no Facebook apareceu uma página dedicada a "Manuel Palito".
"Manuel Palito" é a alcunha de Manuel Baltazar e a página é um prodígio de ironia com fotomontagens geralmente divertidas em que a figura esguia e de cabelo e bigode grandes do fugitivo aparece nas mais diversas situações.
Mas Manuel Baltazar é um assassino e não seria natural a sua transformação (sem nada que lhe condene as proezas) em figura pública vagamente simpática mas o certo é que ilude a GNR e a PJ no terreno que ele bem conhece e isso, de certo modo, transforma-o numa espécie de Robin dos Bosques.
A decisão, que parece ter sido tomada em primeiro lugar pela GNR, de o tentarem abertamente apanhar foi um erro. Transformou-o, à sua maneira, numa versão de duas pernas do Leão de Rio Maior.
E agora a GNR, a PJ (que se juntou às buscas) e o próprio Ministério da Administração Interna encontram-se num dilema: se cessam as buscas, reconhecem a derrota; se não o conseguem apanhar e se retiram, estão derrotados; quanto mais tempo passa sem o apanhar mais derrotadas parecem estar.
O Leão de Rio Maior nunca foi encontrado na época em que o procuraram. E parece que era real. E o Manuel Palito?


Em tempo:

Manuel Palito foi detido dois dias depois de escrito este apontamento e numa situação caracterizada, segundo as primeiras informações, por um aparente afastamento da GNR e por uma emboscada montada pela PJ. (E num estranho "directo" fotográfico, que parece só poder resultar de um aviso prévio feito ao "Diário de Notícias" e/ou ao "Jornal de Notícias".) Talvez devesse ter sido esta a opção quando tudo começou, há um mês.

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