quinta-feira, 15 de maio de 2014

A propósito de "Arrow": DC, 2 - Marvel, 1

Homem de Ferro, Thor, Capitão América, os Vingadores, e o Hulk. Grandes filmes, grandes projectos cinematográficos, concebidos pela própria Marvel como um plano em várias fases, combinando o facilmente espectacular (Thor) com histórias mais elaboradas (e mais adultas, no caso do Homem de Ferro). E sem o controlo do Homem-Aranha, do Wolverine e dos X-Men, que em matéria de direitos de cinema, ficaram nas mãos de empresas completamente alheias à Marvel, onde nasceram.
O cinema, no entanto, contrasta com a televisão em séries de imagem real.
"Os Agentes da SHIELD" (transmitida pela Fox em Portugal) é uma série débil, afastada da essência do universo Marvel (os seus super-heróis da banda desenhada), reduzida a uma série de aventuras quase pedestres.
A Marvel venceu no cinema, como até certa altura parece ter vencido na banda desenhada, a sua concorrente, a DC Comics, a proprietária do Super-Homem e de Batman. Foi necessário Christopher Nolan e o seu admirável "reboot" de Batman para trazer para o cinema parte da evolução destes clássicos, na era do Cavaleiro Negro pós-Frank Miller. E se o mais recente "Homem de Aço", de Zack Snyder, não entusiasma (mas, também, não conhecemos todos de ginjeira as origens do Super-Homem?!), o seu "Superman vs. Batman", anunciado para 2016 em despique directo com o terceiro filme do Capitão América, promete.
Até porque a DC começou a trilhar outros caminhos - os da televisão. E é aqui que está a marcar o terreno e de uma maneira inteligente e é capaz de ser essa a via para se afirmar além da banda desenhada.
A série "Arrow" foi a precursora.
 
 

O Arqueiro Verde da banda desenhada e o Arqueiro Verde de "Arrow":
já começam a estar mais parecidos
 
Apresentada em doses duplas no AXN português, "Arrow" revelou-se uma série bem interessante, de início claramente concebida para o público dos "jovens adultos" mas depois começou a ganhar uma nova dimensão, combinando a já habitual história das origens do super-herói (o Arqueiro Verde) com uma espécie de campo de cultivo para o desenvolvimento de outras personagens da DC que se ligam também a outros super-heróis, como a Liga dos Assassinos, de Ra's Al Ghul, Roy Harper/Arsenal, Deathstroke/Slade Wilson, e o Esquadrão Suicida, por exemplo.
E o Flash, claro.
Barry Allen, o Flash, apareceu aliás em alguns dos episódios de "Arrow" e num deles é mesmo encenado o acidente que o transforma no super-herói. E o Flash vai ter também a sua série televisiva, já este ano.
Um primeiro "trailer" conta parte do seu começo mas há outro, mais recente, que cruza criativamente o Arqueiro Verde e o Flash e que, além do mais, é divertido.
 
 
"Nem pisquem os olhos"... é o título deste pequeno "trailer"
 
 
E há "Gotham", ainda.
Gotham é a Nova Iorque de Batman e a série tem como principal protagonista o comissário Gordon, o aliado do super-herói. É uma história de origens, onde já vão aparecer o Pinguim, a Mulher-Gato, o Enigma... e Bruce Wayne, o futuro Batman. O tom do "trailer" é sugestivo, invocando o tom sombrio dos novos "thrillers" televisivos, como se quisesse equilibrar o estilo "jovem adulto" do arranque da série "Arrow" e o que parece ser o de "Flash".
 
 
"Gotham": as origens de Batman no pequeno ecrã
 
 
Com a televisão a garantir uma maior influência do que o cinema, por chegar a públicos mais vastos e durante mais tempo, a DC parece merecer mais a classificação de "casa das ideias" do que, talvez por equívoco, a Marvel recebeu. Só é preciso que "Gotham" e "Superman vs. Batman" não falhem...







2 comentários:

Ricardo Cunha disse...

É bom ver opiniões diferentes do que habitualmente se vê sobre séries.

Arrow está a tornar-se uma série de destaque no que toca ao ambiente DC, espero que Flash e Gotham sigam o mesmo caminho.

Pedro Garcia Rosado disse...

Agradeço a sua opinião :-)