Arrisquemos uma tese: a literatura escandinava (de países como a Dinamarca, a Suécia e a Dinamarca, pelo menos) não tem um número significativo de fãs em Portugal. Com excepção dos "thrillers" que vêm desses países, claro, e é aí que está a questão.
Os "policiais" escandinavos tornaram-se uma moda que dá dinheiro aos editores, que ignoram praticamente tudo o resto e vivem dessa literatura sem procurarem alternativas ao dia em que a moda se esgotar e sem se perguntarem se a apetência demonstrada pelo público provém do interesse pela literatura desses países ou do interesse pelo "thriller".
Porque - partindo do princípio de que há em Portugal um público comprador de livros com interesse pelo "policial" - a minha tese é esta: os compradores dos "thrillers" escandinavos não os compram, na sua maioria, por serem histórias desses países mas porque querem ler "thrillers" e pouco mais encontram do que essas obras.
Se os editores investissem (em vontade e promoção e das mais variadas maneiras) no "policial", haveria mais livros a serem comprados e de certeza que não apenas os escandinavos mas, muito em especial, os portugueses.
Aliás, a explicação para a ausência de uma forte literatura "policial" portuguesa - domínio em que julgo ser o único autor regular, com um título por ano - só pode estar no campo dos editores, que por tradição e preconceito, olham para este género literário como uma coisa de que estranhamente se envergonham quando não se envergonham nada, por exemplo, de promover a pornografia chique...
2 comentários:
Boa noite, Pedro Rosado
Desconhecia o seu blog, onde vim parar, via "Delito de Opinião". Agrada-me pode dizer-lhe "pessoalmente", que leio compulsivamente os seus livros,precisamente por serem policiais com histórias muito bem produzidas e de grande qualidade.Fascina-me a crueza da sua escrita. hoje fui levada a comentar, precisamente pela pertinência do seu post. Desconhecia totalmente literatura policial escandinava, até que há uns meses atrás li "O Executor" (Lars Kepler), e fiquei rendida, não por ser sueco, mas por ser, de facto, um bom
"thriller."
Teresa
Caldas da Rainha
Agradeço a sua opinião, Teresa.
P.
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