domingo, 9 de dezembro de 2012

O regresso de Conan


"Conan e os Bárbaros" (o título português não corresponde ao título original, "Conan, o Bárbaro", deste filme de 1982) é um filme de que parece mal gostar.
O cartaz do filme de 1982
 
John Milius era um perigoso realizador de direita, o argumentista Oliver Stone ainda não era de esquerda, Arnold Schwarzenegger só começava a falar aos vinte minutos e não parecia ser mais do que um cepo incapaz de raciocinar, os mais críticos argumentavam que a coisa era racista, homófoba e promotora da violência, a citação inicial de Nietzsche de que o que não nos mata torna-nos mais fortes horrorizava os mais sensíveis e a música épica de Basil Poledouris parecia piratear passagens da banda sonora do magistral épico soviético "Alexander Nevsky" (de Serguei Eisenstein, 1938), composta por Serguei Prokofiev.
Mas, trinta anos depois, "Conan e os Bárbaros", apesar dos seus defeitos (quase só limitados aos efeitos especiais e a algumas escolhas de autores) continua a ser uma obra estimulante e ímpar.
"Entre a época em que os oceanos engoliram a Atlântida e a ascensão dos filhos de Aryas, houve uma era inimaginável. E, nela, existiu Conan, destinado a usar a coroa de jóias de Aquilónia sobre uma mente preocupada. Sou só eu, o seu cronista, quem pode contar-vos a sua saga. Deixem-me falar-vos dos dias das grandes aventuras..." E depois desta introdução em "off", com a imagem de Conan no seu trono, entrava a música de Poledouris... e a aventura arrancava, com a explicação do "segredo do aço". Nem a sua desastrada continuação ("Conan, o Destruidor", de 1984) nem o seu "remake" deste ano (com Jason Momoa) conseguiram igualar o primeiro filme.
No entanto, há boas notícias. Arnold Schwarzenegger, de regresso ao cinema depois da sua passagem pela política, já se comprometeu a regressar à figura do herói criado por Robert E. Howard num filme previsto para 2014 e que terá o título de "The Legend of Conan".

Arnold Schwarzenegger de regresso no filme de acção "Ten"

Segundo o que se vai sabendo, e já é prometedor, Scharzenegger não irá esconder a sua idade (já vai nuns gloriosos 65 anos) e aparecerá - Crom seja louvado! - como um Conan mais velho mas capaz ainda de demonstrar que a melhor coisa da vida é "esmagar os nossos inimigos, vê-los escorraçados à nossa frente e ouvir os lamentos das mulheres deles"...

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