É com uma etiqueta que identifica uma planta tóxica, o lírio-do-vale, que termina a quarta temporada da série televisiva "Breaking Bad", que começa com um homem assustadiço e doente, de figura insignificante, que ainda não sabe que está prestes a morrer devido a um cancro nos pulmões... apesar de nunca ter fumado.
O actor Bryan Cranston, o pai relativamente pateta da série "A Vida é Injusta" ("Malcolm in the Middle") é, em "Breaking Bad", Walter White, professor e especialista de química que trabalha numa estação de serviço para arredondar o salário de professor.
Bryan Cranston/Walter White: do princípio... |
É este homem que, no decurso de 46 episódios, se transforma num temido (e temente, às vezes) fabricante de droga, cozinheiro da mais pura metilanfetamina que imaginar se possa, passando de quase morto a executor num percurso iniciático com uma grande dose de realismo. E tudo por amor a uma família difícil. A imagem da etiqueta na planta é um dos finais mais perfeitos que tenho visto numa série ou num filme de longa-metragem e o choque da sugestão é quase tão forte como o choque da revelação final de "Os Suspeitos do Costume".
... ao fim |
"Breaking Bad" começou em 2008 e, nos EUA, está a meio da quinta temporada, que será a última.
Na televisão portuguesa deve ter tido o percurso erróneo de todas as grandes séries, no habitual exercício de ignorância e de incertezas que os canais por cabo têm perante quase tudo o que é muito bom. E, pelo que percebo, terá tido o extraordinário título de "Ruptura Total", bastante diferente do "Breaking Bad" ("mau comportamento") original.
Quem a quiser ver, e são muitas horas de humor, crueldade, melodrama e crime e reduzido amor, dispõe de um "pacote" exclusivo para a Amazon onde estão reunidas as quatro temporadas.
Parti para "Breaking Bad" com alguma curiosidade e deparei-me com um admirável exercício audiovisual. É mais uma série que confirma todas as potencialidades, quase ilimitadas, da ficção televisiva.
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