quarta-feira, 2 de junho de 2021

As coisas são o que são



Não gosto de futebol, nunca gostei. Desagrada-me o aspecto altamente comercial da coisa, o endeusamento de desportistas profissionais milionários, o entusiasmo militante de milhares de pessoas que só se indignam com os golos com os quais não concordam. Lembro-me sempre do que dizia um antigo colega meu, quando era pessoa de bom humor: "Sou do tempo em que não se gostar de futebol era ser-se antifascista."

Mas não posso deixar de elogiar o "povo" do futebol, nestas circunstâncias. Se houver uma libertação desta variante de ditadura político-sanitária em que vivemos, vamos devê-la a eles, aos entusiastas do futebol que, em Lisboa, há vinte dias, festejaram um triunfo do Sporting. E não apenas a eles. 

Depois dos festejos de ingleses (deixados à rédea solta no Porto no fim-de-semana em que os polícias iam para as praias verificar se os banhistas portugueses andavam de máscara) foi um veterano do futebol, o dirigente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa, que se dirigiu ao primeiro-ministro com palavras de quem sabe que nada tem a temer: que se demita, disse ele, se não conseguisse demitir os que impedem o público de ir aos jogos portugueses e deixaram à solta os adeptos ingleses no Porto. "Sem máscara, sem distanciamento social", como o jornalixo pidesco gosta de denunciar. E tal como o fizeram os adeptos do Sporting há vinte dias.

Essa celebração de milhares, em Lisboa e no Porto, fez os profetas do apocalipse covidista preconizarem, mais uma vez, o fim do mundo. E mais uma vez falharam.

No Facebook (link aqui), o professor universitário Nuno Lebreiro fez o melhor de todos os resumos, no passado dia 29:

" (...) a comparação dos números oficiais da COVID no dia 10 de Maio, véspera da celebração sportinguista, e hoje, passados 19 dias. Resultados? Ora, menos 23 internamentos e menos 24 internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos. Está, assim, empírica e definitivamente comprovado que milhares de pessoas aos abraços, saltos e beijos na rua não aumentou coisa nenhuma na pandemia, não há factura, não há 'aumentos', não há tragédia nenhuma. Eu não vejo televisão, mas imagino que esteja a comunicação social em peso a noticiar este facto e a confrontar os “especialistas” que previram o fim do mundo em COVID há 15 dias atrás? Não está? Mas deveria estar. A verdade é que a pandemia acabou. Ide celebrar para a rua junto com os ingleses e regozijai: sobreviveram ao ano 1 DC (Depois de Covid)".

A sua observação está traduzida neste quadro:



E se os "especialistas" acenaram com aumentos de "casos" em Lisboa, com base em testes descontrolados, convém não esquecer que os festejos do Sporting não foram a única celebração pública que mobilizou multidões. 

No dia 13, o Martim Moniz, em Lisboa, encheu-se com a celebração islâmica do Ramadão e a fotografia em baixa, do "Público" mostra como foi. Os "especialistas" e a imprensa do jornalixo fizeram de conta que nada acontecera.



Neste momento, e sobretudo depois destas movimentações de massas, a narrativa política da pandemia vive apenas dos "casos". E o problema é que, como já é habitual, os "novos casos" (que avivaram o medo dos que ainda vivem no medo desde Março do ano passado) são invariavelmente suspeitos. Baseiam-se apenas nos testes e estes são uma realidade descontrolada, desregulada... e lucrativa. Como assinalou Nuno Lebreiro, e com eles muitas outras pessoas, não houve hospitais cheios, mortes em barda (pelo contrário!) e internamentos a aumentar. Não houve, nem há. E talvez só volte a haver, a partir do final do Outono, quando vier a época do que, até 2019, eram as gripes.

Ou seja: a pandemia, na prática, acabou. Já deve estar a acontecer o que sempre tem acontecido em situações destas ao longo da história da humanidade: o vírus, o SARS-CoV-2, causador de doença das vias respiratórias que também depende das condições atmosféricas tornou-se endémico. E as suas variantes, que tanto inflamam o jornalixo e os profetas do apocalipse, não são mais perigosas.

Não deixa de ser interessante que, no meio desta agitação, o PR tenha aparecido, em cima de uma das já famosas "reuniões do Infarmed" (onde uma aglomeração de "especialistas" se sobrepôs ao Conselho Nacional de Saúde Público, órgão institucional ilegalmente marginalizado desde Março de 2020), a defender publicamente uma avaliação diferente da crise sanitária. O facto de ter sido o grande entusiasta dos estados de emergência anticonstitucionais dá-lhe agora alguma autoridade para defender que essa avaliação inclua a situação hospitalar e não apenas os ilusórios "novos casos" dos laboratórios que fazem testes. 

Esta aparente divergência entre os "especialistas" (a quem os políticos entregaram, estupidamente e por medo, a doutrina sanitária, há mais de um ano) e os políticos, que agora se entrevê, revela uma das maiores fragilidades da crise sanitária: a completa irresponsabilidade dos políticos, nacionais e estrangeiros, que resolveram aplicar técnicas medievais (inspiradas pela ditadura chinesa e pelos "especialistas") à emergência de um vírus de perigos discutíveis e gerador de uma doença das vias respiratórias grave para os mais frágeis.

Neste momento, e quando a realidade se impõe, quando as coisas são como realmente são, as autoridades governamentais só podem fazer uma coisa: aquilo que o Presidente da República sugeriu e ir mais além. 

Há que restaurar a democracia e a normalidade.


E as vacinas?

Quais?, apetece perguntar. O que tem estado a ser "vendido" como vacinas para a covid-19 (a doença provocada pelo SARS-CoV-2) não vacinas. Circulam com autorizações especiais temporárias, não passaram pelas várias fases de experimentação e não passam de medicamentos ainda não definitivos, com efeitos secundários muito incertos. A campanha monumental que as promove, para um vírus que pode ser mais sazonal do que parecia, tem todo o aspecto de um logro, pensado para salvar a face dos políticos e dos seus conselheiros "ad hoc" que montaram os confinamentos e desencadearam a destruição das economias.

Além disso, defender estas "vacinas" como fator essencial para a imunidade de grupo (quando os vírus são "domesticados" pela comunidade e pelos anticorpos dos seus membros) é desonesto. A humanidade nunca precisou de vacinas para sobreviver a doenças passageiramente graves, ou menos graves. E, sim, as vacinas contra o sarampo e a varíola foram elementos essenciais para o progresso da humanidade. E para combater doenças efectivamente mortíferas.

(E eu? Deixo que me apliquem uma dessas "vacinas". Não. Levantem as restrições, anulem a obrigatoriedade das nojentas máscaras. Devolvam-nos a nossa vida. E, nessa altura, até concordarei com o rei francês Henrique IV: "Paris vale bem uma missa.")


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