segunda-feira, 30 de março de 2020

Ler jornais já não é saber mais (79): a crítica de cinema no seu labirinto




Há qualquer motivo (que deve oscilar entre o preconceito, o que me parece ser a inexistência de borlas e a ignorância) para os críticos de cinema não ignorarem ostensivamente a ficção televisiva dos nossos dias. 
A "doença" não é exclusivamente nacional, ressalve-se, porque também encontro esta atitude, embora não tão ostensiva, nas revistas de cinema "Total Film" e "Empire" que há vários anos compro.
O caso do vetusto "Expresso" (que também ainda vou comprando) é um bom exemplo. Até agora, a moderna ficção televisiva que entrava na sua pernóstica revista era em formato de "press releases" e, percebia-se, sem critério interno.
Esta semana, o panorama mudou e já apareceram críticas. Mas de maneira bizarra. Atente-se no exemplo que aqui publico: a longa-metragem "El hoyo" (que nuns países se estreou em cinema e noutros na Netflix) tem um classificação de duas estrelas; duas séries televisivas ("The English Game" e "The Valhalla Murders", ambas também da Netflix) não têm classificação.
O que tolherá a pena dos críticos?


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A propósito: "The Valhalla Murders" é interessante, mas não tanto. 
Quem viu "Forbrydelsen/The Killing" ou "Bron/Broen" ou quem conhece a "literatura policial" dificilmente se entusiasmará com esta série islandesa. A execução é competente mas o tema é banal. Três estrelas, quanto a mim. 
E quanto a histórias de crianças abusadas e vinganças tardias, até eu já lá fui em "A Cidade do Medo","Vermelho da Cor do Sangue" e "Triângulo".

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