segunda-feira, 7 de abril de 2014

"The Newsroom": porque falha a imprensa e porque triunfa


O que primeiro surpreende na série televisiva "The Newsroom" (de que só agora vi a primeira temporada) é a fidelidade com que retrata o ambiente de uma redacção (a "newsroom"), neste caso de uma televisão, com todas as qualidades (o idealismo e o voluntarismo), os defeitos (a mentira) e as limitações (da administração) que caracterizam o jornalismo.
A segunda é o ambiente apoteótico, numa movimento quase perpétuo, com diálogos acelerados (que nem os diálogos ajudam a compreender por inteiro, à primeira) e cenas montadas num cenário de estúdio que faz esquecer o respectivo artificialismo, com um ritmo de comédia que, no entanto, não dissimula a seriedade com que cada tema é abordado.
"The Newsroom", que vive muito da brilhante interpretação de Jeff Daniels (o jornalista "pivot" que se lança numa quase cruzada a favor da transparência política), ilustra tudo o que na televisão pode ser uma história de jornalismo e de jornalistas e mostra porque é que a imprensa falha mas, também, porque triunfa. Quem a conhece por dentro e por fora percebe bem o que desfila diante dos nossos olhos mas para os outros será uma descoberta que, por contraste com a comunicação social de outros países, explica a crise da comunicação social portuguesa.
O criador de "The Newsroom" é Aaron Sorkin, o autor da série "The West Wing" ("Os Homens do Presidente"), que recorre a um toque de suprema malvadez: Will McAvoy (Jeff Daniels) até é republicano e convicto e, desse modo, a sua intervenção ganha uma dimensão que não teria se fosse democrata.
 
 
 
Emily Mortimer (a produtora executiva MacKenzie McHale) e Will McAvoy (Jeff Daniels)
 
 
 
 

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Pedro. Ainda se lembra da newsroom? Do stress? Da hora do fecho? Do se não for agora já não sai? Abraço do acsc!

Pedro Garcia Rosado disse...

Lembro-me bem, demasiado bem, caro acsc!...