A onda tonta de mitificação do 25 de Abril está, infelizmente, a iludir muita coisa e a gerar uma confusão evitável sobre esta data histórica, iludindo aspectos que só ganhariam em ficar um pouco mais claros como:
- o facto de o 25 de Abril não ter sido uma revolução nem um golpe de Estado mas um fenómeno político (e social) relativamente novo no contexto histórico;
- o papel da imprensa até 16 de Março de 1974, até 25 de Abril desse ano e depois;
- o PCP como partido "de regime" (o apoio à recuperação económica, o dia de salário para a nação), como partido revolucionário (entre 27 de Setembro de 1974 e 25 de Novembro de 1975) e depois como partido sobrevivente;
- a ligação entre a extrema-esquerda política e os sectores militares em 1975 e os SUV;
- o 25 de Novembro (que, esse sim, foi um golpe militar);
- a fragmentação das Forças Armadas (especialmente em 1975);
- a intervenção militar nos vários cenários da guerra colonial;
- o papel dos militares que em África cumpriram o dever imposto pelo governo vigente e pelo Estado e que também foram vítimas da guerra colonial;
- a apropriação de aspectos míticos do 25 de Abril por algumas personalidades com objectivos políticos pessoais (Vasco Lourenço "pertence" mais ao 25 de Novembro do que ao 25 de Abril);
- o papel do idealista Vasco Gonçalves;
- o terrorismo "contra-revolucionário" no PREC e a aliança entre o PS e os sectores politicamente mais conservadores;
- as perseguições aos banqueiros e à extrema-esquerda do MRPP;
- as diferenças reais entre a sociedade do Estado Novo e do marcelismo e o pós-25 de Abril (tem havido peças alucinantes na televisão...).
E haveria mais...
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