quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Estão bem uns para os outros

Começa a haver um exagero de disparates nesta atmosfera de "fim dos tempos" que não parece poupar ninguém. 
Pode ser da crise, dos excessos orais (que também determinam o pensamento), do nervosismo generalizado, do frenesim acéfalo da imprensa, das facilidades das "redes sociais", dos arroubos burocráticos de pequenos e médios caciques bem instalados que precisam de fazer prova de vida ou de leituras erradas ou de qualquer outra coisa mas o que é certo é que nascem, desenvolvem-se, evoluem mas quando morrem (que é uma sina dos disparates) os estragos já foram feitos.
De uma central sindical esperar-se-ia que defendesse os trabalhadores nas pequenas, médias e grandes causas. E todos, sem excepção.
A CGTP (cada vez mais a central sindical da função pública) e os seus arménios carlos não querem que os trabalhadores do sector privado recebam os subsídios de férias e de Natal nos salários ao longo do ano.
Os motivos que invoca estão aqui. Os sindicalistas não conseguem perceber que, por revestirem o carácter de "subsídios", estas remunerações são as mais fáceis de retirar e os trabalhadores ganhariam, no curto e no longo prazo, em adicionar os seus valores aos seus salários.
De um governo que devia preocupar-se em desburocratizar e em reduzir a intervenção do Estado na vida nacional esperar-se-ia que regulasse o mínimo e com bom senso, respeitando a vida privada dos cidadãos.
Não é o caso, com o projecto de legislação que foi agora divulgado sob a égide da ministra Assunção Cristas e que quer reduzir o limite do número de cães e de gatos por habitação.
Saiu com 94 páginas dos cérebros decerto desocupados dos burocratas da Direcção-Geral da Alimentação e Veterinária e, pela descrição, mistura tudo: o que é controlável, o que nunca será controlável, o que é racional e o que é absolutamente irracional.
Estão, decididamente, bem uns para os outros.   
 
 
 

 
 
 
 
Actualização: Fez bem a ministra em manifestar o seu distanciamento relativamente ao documento que poderia vir a transformar-se em lei. Há, de facto, coisas mais importantes a tratar.

Sem comentários: