Nas eleições do passado domingo houve, nas Caldas da Rainha, um facto novo e indesmentível: uma candidatura autárquica que nunca antes se apresentara a votos ganhou dois mil votos.
Nestas eleições houve 21144 eleitores (dos 45471) que votaram para a Câmara Municipal.
O partido mais votado (PSD) teve 9216 votos e a citada candidatura autárquica (os independentes do Movimento Viver o Concelho) teve 1863 votos, passando a quarta força mais votada, depois do PCP e do BE.
Para a Assembleia Municipal votaram os mesmos 21144.
O PSD teve 8685 votos. A candidatura do MVC teve 2073 votos e ficou como terceira força mais votada na Assembleia, à frente do CDD, do PCP e do BE.
Isto são factos.
E dos factos o mais importante, numa perspectiva jornalística de notícia, é a emergência do MVC.
Pode ser um acaso circunstancial. Pode não se repetir. Os independentes caldenses podem soçobrar nas eleições de 2017 ou aumentar a sua presença eleitoral. Até podem todos desistir e ir morar para outro concelho. Mas nada altera a realidade: a noticia mais relevante das eleições caldenses é a emergência do MVC.
É arrepiante que o jornal que mais se arroga o direito de julgar os outros (veja-se a soberba com que a "Semana do Zé Povinho" abrange tudo e mais um par de botas) faça nesta edição títulos como "Autárquicas sem surpresas nas Caldas da Rainha" ou "Tudo quase na mesma nas Caldas da Rainha", voltando costas à deontologia e ao rigor e confirmando o seu favoritismo pelo PSD e pelo BE, que perdeu a presença que tinha nos órgãos autárquicos mas que só teve, vejam lá, um "desaire eleitoral"...
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