sábado, 19 de outubro de 2013

Tinta Ferreira deve achar que as pedras rolam para cima e a chuva cai para o céu...

Suponho que o mecanismo da lei da gravidade deve ser muito mais fácil de perceber do que por exemplo... sei lá, talvez o princípio de que a Terra gira em torno do Sol.
Nós não vemos a Terra a girar em redor do Sol e o que vemos é o Sol a mudar de posição no nosso horizonte visual. Portanto, é admissível que um presidente de uma Câmara Municipal pense que a velha dinâmica Terra/Sol é esta: o Sol é que gira à volta da Terra.
A lei da gravidade será talvez de compreensão mais simples: os objectos caem, deslocam-se de cima para baixo.
Consta que Newton partiu para a definição da lei da gravidade depois de uma maçã lhe ter caído no alto da cabeça.
Se o mesmo presidente de câmara apanhar com uma peça de fruta (uma pêra rocha, por exemplo, que é mais típica da Região Oeste) no topo da cabeça (não, não vou utilizar a tal expressão, embora ela seja tentadora) pode ser que perceba, instantaneamente, uma coisa que talvez em teoria não perceba: as pedras não rolam para cima.
Porque, pelos vistos, Tinta Ferreira, o alcaide da "Nova Dinâmica", não percebe essa velha dinâmica da Natureza e acredita que as pedras rolam para cima e que a chuva... bem, também cai para cima, em direcção ao céu.
Queira o leitor acompanhar-me para perceber como a "dinâmica" deste grupo do PSD que se apoderou dos órgãos autárquicos em Caldas da Rainha nada tem a ver com a dinâmica da natureza.
 
No passado mês de Junho (há quatro meses) as obras de substituição da conduta de água nesta povoação da Serra do Bouro deixaram alguns locais neste estado: uma mistura de terra e de pequenas pedras soltas, incapaz de se misturar com a terra argilosa local, ficou a tapar os buracos, à espera de uma repavimentação enganadoramente prometida para o fim do Verão.




Nos primeiros dias deste mês choveu.
Neste declive (é o tal efeito da gravidade de Newton... mas não de Tinta Ferreira), a água da chuva arrastou a terra, abriu sulcos e fez estragos.
Não era, nem é, necessário saber de engenharia para o perceber. Nem ter um curso superior. Nem a quarta classe, sequer.
Veja-se:


 
 



Dois ou três dias depois da chuva foram tapados os buracos... mas só com mais terra e pedras.
A coisa ficou assim:




E ontem voltou a chover. Nem foi com muita intensidade mas foi o suficiente para deixar este lindo resultado, que torna outra vez a via (que é uma rua!) intransitável e perigosa.
Porque a chuva cai... para baixo. Arrasta a terra e as pedras. E a gravidade faz o resto.



 
 

A Natureza é dinâmica. A "Nova Dinâmica" de Tinta Ferreira não o é. Nunca foi, nunca conseguirá ser. 
A apenas quinze dias das eleições autárquicas, este é talvez o melhor retrato da negligência que se abateu como um manto sombrio sobre Caldas da Rainha. 

Sem comentários: