domingo, 31 de outubro de 2021

Cenas da vida covidiana (12): medo, ignorância, submissão





No mês de Outubro, já na vigência do Decreto-Lei n.º 78-A/2021, de 29 de Setembro, entrei e permaneci em vários estabelecimentos comerciais de área inferior a 400 metros quadrados e em restaurantes, sem usar máscara. 

Fi-lo sozinho em lojas e acompanhado (também por pessoas sem máscara) em restaurantes em Caldas da Rainha, Carregal do Sal, Foz do Arelho, Grândola, Melides e Nelas. E fui verificando que (salvo uma única excepção titubeante num restaurante), eu era a única pessoa sem máscara, bem como as que me acompanhavam.

O resto anda mascarado. Nas lojas, nos restaurantes, nos carros, ao ar livre, às vezes pondo a coisa na cara à entrada e tirando-a à saída, outras vezes (nos restaurantes) entrando com ela, sentando-se à mesa e tirando-a e voltando a pô-la só para ir à casa de banho ou ir fumar lá fora. Nos dois últimos sábados, a caminho da cidade para fazer compras, vi, sensivelmente à mesma hora e à beira de uma estrada rural sem mais ninguém, um homem a andar com o trapo na cara. Sem ninguém à volta.

E porque é que o fazem? Não sei. Já está verificado que o vírus SARS-CoV-2 não anda pelo ar, sendo espalhado pelo método da aerossolização. Não há sprays gigantes, tipo drone, a voarem por aí. Num espaço deserto de gente, os medrosos da máscara pensam o quê? Também será por ignorância da lei, claro. E é, de certeza, por submissão.

Foi gente desta que seguiu, em êxtase, os autos de fé da Inquisição, que apoiou o nacional-socialismo e Hitler na Alemanha, que aceitou, submissa, o Estado Novo em Portugal.

Numa das lojas onde fui, e onde permaneci, ontem, entrou um sujeito da máscara. Olhou-me de soslaio. Na rua, à distância, ainda me atirou um olhar de condenação mais sério. Ainda bem que não me dirigiu a palavra. Porque, se o fizesse, eu teria ficado atrozmente dividido entre o respeito pela pessoa que estava ao balcão e a vontade de mandar o mascarado para o caralho.




sábado, 30 de outubro de 2021

Vírus, vacinas e lucros de milhões, tipo "teoria da conspiração" mas completamente plausível


O primeiro alarme relativo ao vírus SARS-CoV-2 (que causa a doença designada por covid-19) surgiu no final do ano de 2019 na China, em Wuhan. Acredito, como escreve Mark Honigsbaum (em "O Século das Pandemias"), que foi essa a sua origem, a partir da exposição de animais selvagens nos chamados "mercados frescos" da China.

É legítimo, no entanto, pensar que este coronavírus já estivessem circulação porque há vestígios dele na Europa e no Brasil ainda em 2019 e os primeiros casos registados, sem alarme, em Portugal datam de Janeiro de 2020. (O que significa, que é essencial para a imunidade de grupo, que o contacto dos seres humanos com o SARS-CoV-2 aconteceu há mais tempo do que oficialmente se diz.)  É, no entanto, na China que é dado o pontapé de saída para a vaga de medo que se gera e para a recuperação, numa escala monstruosa, do hábito medieval de isolar os doentes.

O medo nascido na China criou raízes em todo o mundo e o modo como se ramificou e se agigantou está bem visível, ainda. A epidemia causada pelo SARS-CoV-2 transformou-se, como tantas vezes acontece, em pandemia. Ou seja, uma epidemia à escala mundial. E, apesar de a covid-19 não ser especialmente mortífera, o medo deu-lhe um cariz assustador, capaz de impressionar mesmo os mais inteligentes.

A polémica, nunca explicada, sobre remédios capazes de a combaterem abriu um caminho: a solução poderia ser uma vacina. O SARS-Cov-2 é um vírus que ataca as vias respiratórias e as suas manifestações são muito semelhantes às da gripe. Com este ponto de partida, e com a generalidade dos países afundados em ambientes de medo e de suspensão dos direitos democráticos (decididos e aplicados por políticos que não queriam contrariar os seus eleitorados), as grandes empresas farmacêuticas dedicaram os seus esforços à criação de vacinas contra a covid-19. O modelo de negócios só poderia ser o das vacinas contra a gripe. E os clientes? Praticamente, todos os governos do mundo.

Por outro lado, o clima de medo criado à escala mundial exigia urgência. O conceito das vacinas capazes de erradicar doenças muito graves foi o modelo. Mesmo que ainda só com autorização temporária, e sem uma aprovação definitiva, atendendo até à reduzida gravidade da afecção, o negócio estava garantido. E a sua dimensão garantia lugar para todas as empresas farmacêuticas.

O resultado começa a ser evidente: as vacinas contra a covid-19 tornaram-se uma máquina de fazer dinheiro, os números são astronómicos, capazes de gerarem novos multimilionários

E a eficácia? É mais do domínio do pensamento mágico do que do pensamento racional: desde que as populações acreditem e olhem com gratidão para os governos que lhe deram as vacinas, tudo correrá bem. E pouco importam as manifestações estranhas e as mortes súbitas e inexplicáveis. Para os governos que cavalgaram o medo, a satisfação ansiosa manifestada pelos seus eleitorados compensa o que pagaram às empresas farmacêuticas. Das quais receberão uma parte por via dos impostos sobre as empresas, segundo se pode supor. E outra parte de outra maneira e com destinatários individuais?

Em 1993, quando trabalhava como jornalista no "Diário de Notícias", fui indicado pela chefia para integrar um grupo de jornalistas de vários órgãos de informação que, a convite de uma empresa, farmacêutica, foi à Holanda saber como se fazem as vacinas contra a gripe (que demoram um ano a serem feitas). Em troca de uma manhã de trabalho, com encontros com os responsáveis da empresa e uma visita aos laboratórios, deram-nos dois dias de turismo em Amesterdão, uma máquina fotográfica Polaroid a cada um e, dois meses depois, um presente de Natal composto por duas garrafas de vinho e dois queijos. (Os queijos eram bons.) Tudo o que tivemos de fazer foi escrever o que vimos e o que nos disseram. Penso que todos os membros do grupo o fizeram, tal como eu, embora em texto não assinado (porque não era a minha área de especialização e porque a matéria era apenas uma notícia).

O que aqui estava em causa eram "peanuts", como se costuma dizer, que podiam pagar sem problemas, viagens, alojamento e presentes. 

A dimensão há de ser diferente quando o que estão em causa receitas e lucros de milhares de milhões de dólares, como é o caso da covid-19. 

E se os jornalistas são importantes para a divulgação da mensagem, é essencial garantir o apoio dos "especialistas", dos técnicos governamentais e dos decisores políticos. Máquinas Polaroid e queijos e vinhos chegarão? Dos "especialistas" já se soube alguma coisa. E dos restantes? Saber-se-á? Porque a hipótese de muitos deles terem recebido "luvas" é perfeitamente plausível. Digamos que as verbas envolvidas têm que chegue para todos.


*


Que o quadro é demasiado sombrio, mostra-o as suspeitas que rodearam a saída do coordenador militar do programa de vacinação, devidamente destacadas por José António Saraiva, que aqui citei.



EDP/e-Redes - A Crónica das Trevas (91): apagões à dúzia... é mais barato?!

Entre as 19h40, aproximadamente, e a meia-noite de hoje (hora a que escrevo esta nota), já sofri, tal como os habitantes de, pelo menos, esta região do concelho de Caldas da Rainha, uns vinte apagões, com a rede eléctrica a ir-se abaixo às vezes por segundos. Com força suficiente para interromper o funcionamento de alguns electrodomésticos de uma maneira tal que pode ser destruidora dos seus circuitos internos.

Até pode ser que o mau tempo o justifique, mas o certo é que a EDP/e-Redes não só não informa os consumidores sobre o que se passa (e há empresas, e entidades como a Protecção Civil, que o conseguem fazê-lo por SMS) como, mesmo que o conseguisse fazer, não é, para mim, credível quando se põe a dar explicações sobre as suas falhas. Ainda me lembro de justificações para apagões mais prolongados que invocavam trovoadas inexistentes e roubos de fio de cobre que não foram comunicados às autoridades...

Nos dias que correm, e quando o preço da electricidade já chega a níveis escandalosos, nada justifica esta bem objectiva irresponsabilidade e ineficácia do monopólio do fornecimento dos serviços eléctricos.



quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Ler jornais já não é saber mais (126): a democracia é uma grande chatice

O "Público" (transformado numa versão de "o diário" do conúbio PS/BE) pôs hoje as garras de fora: a democracia, quando não é a deles, e que os deixa censurar artigos de opinião, é uma grande maçada e os eleitores, numa situação para todos os efeitos normal na vida política, estão "forçados" a ir votar. Que maçada, não é? 




segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Cenas da vida covidiana (11): gente com medo em Caldas da Rainha

No centro da cidade, em cerca de cinco ou seis minutos, esta tarde (por volta das 14h30).

Meia hora depois, num supermercado, ouço uma mulher a gritar a um dos empregados: "Aquele senhor ali não tem a máscara posta!..."








domingo, 24 de outubro de 2021

Ler jornais já não é saber mais (125): não saímos disto...

Não consigo perceber o que leva à repetição monomaníaca do verbo "disparar" como sinónimo único de uma aceleração de números. Mas vou registando.

















sábado, 23 de outubro de 2021

Rui Verde: de Angola à contracosta na política

Conheço a realidade angolana. Em traços gerais, claro, e numa perspectiva macro. Não tenho especial interesse por Angola (apesar de ter tido um tio que foi empresário de êxito em Luanda) mas sei agora o que se passa no país e fico com uma ideia da encruzilhada em que se encontra.

E tudo graças às 190 páginas da obra, muito bem escrita, intitulada "Angola at the Crossroads -- Between Kleptocracy and Development", publicado já este ano no Reino Unido pela editora Bloomsbury (através da sua chancela I.B. Taurus). Este livro foi escrito pelo português Rui Verde, doutorado em Direito e professor em Oxford, que tem vindo a ganhar destaque internacional como especialista em assuntos angolanos. 

"Angola at the Crossroads -- Between Kleptocracy and Development" começa em 2010 no final da presidência de José Eduardo dos Santos, analisa as opções do actual Presidente, João Lourenço, traça um retrato da sociedade angolana nos seus vários domínios e deixa várias interrogações sobre o que poderá acontecer a seguir. 

O texto é conciso, não se perde em elucubrações mais academizantes e dá-nos a informação de que precisamos. Mais interessado em ler ficção do que não-ficção, li "Angola at the Crossroads -- Between Kleptocracy and Development" de um fôlego e dei comigo a pensar no seguinte: esta obra devia ser publicada em português e em Portugal como guia precioso para, pelo menos, todas as pessoas que querem desenvolver alguma actividade empresarial em Angola. 



Mas uma pessoa como Rui Verde dificilmente cairá nas boas graças dos editores portugueses. É demasiado contra a corrente, pensa por si próprio, sabe raciocinar e escrever. 

É o que se pode ver, com clareza, noutra obra sua, publicada pouco depois de "Angola at the Crossroads -- Between Kleptocracy and Development": "Há Mais Democracia Além das Eleições & Outros Escritos", da RCP Edições.

A democracia, a filosofia da democracia, os impostos, a "ablação da liberdade" na época da covid-19 (um capítulo fundamental), as funções do Estado, a relação do Estado social e do Estado liberal, as leis matrimoniais, a educação, a ciência, a religião e as redes sociais e Portugal (com uma curiosa proposta sobre uma nova capital para o País) são os temas abordados em "Há Mais Democracia Além das Eleições & Outros Escritos", em 130 páginas de escrita enxuta, precisa e iconoclasta. 

É um livro que revela a capacidade de intervenção de Rui Verde, e deste livro só se poderá dizer, em desabono, que devia ter sido melhor tratado (em termos de grafismo e de edição do texto) pelo editor. Bem que o merecia.


sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Os mortos elegíveis e os mortos desprezíveis


"Público", hoje

Os que morreram de cancro, de doenças do coração, da gripe, de outras complicações e doenças graves, vítimas de estados de saúde débeis, do mau funcionamento do SNS, da falta de dinheiro para terem cuidados médicos, de acidentes na estrada... esses merecem todo o desprezo das entidades públicas.

Importantes, bem mais importantes, são as vítimas atribuídas à covid.

Os outros, seres desprezíveis, morreram porque mereceram, porque as suas vidas não prestavam, ninguém os recordará nem lamentará o seu desaparecimento.

A morte com covid é que é, abençoada seja ela!...

Cenas da vida covidiana (10)

 

(Autoria desconhecida)

Como o PCP e o BE vão oferecendo os seus eleitorados ao PS

2016, 2017, 2018, 2019, 2020... e agora 2021? 

O quadro é sempre o mesmo: o PCP e o BE proclamam, ufanos, que conseguiram "obrigar" o Governo do PS que apoiam a tomar certas medidas no Orçamento de Estado de cada ano. E depois, como quem tem a chave do cofre é o PS, é este partido que ganha votos nas eleições que se seguem. E, sendo o partido que distribui os euros, o PS vai subindo de votação e o PCP e o BE vão-se afundando.

Talvez acreditem que os títulos amigos da imprensa amiga (onde ficam plasmadas as suas "conquistas") convencem a população. Mas, no momento de voto, isso já está mais do que esquecido.

Já nem tem a ver com o conflito (ideológico) entre os revolucionários e os reformistas, que dominam o PCP e o BE desde 2015, mas com uma questão de ordem muito prática, de percepção. 

A única coisa que surpreende, nisto, é a estupidez, também dominante, que os impede de perceberem a asneira.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (26): dois "retratos de família" do PSD de Caldas da Rainha

Um dos aspectos mais marcantes da gestão municipal do PSD caldense é o das obras públicas (com motivações privadas) e dois exemplos, que ganharam maior visibilidade com as eleições autárquicas do mês passado, são estes: uma rotunda com mais de um ano que está por acabar e obras também inacabadas e inexplicáveis numa confluência de estradas.



Esta rotunda foi feita em Agosto do ano passado e ficou assim, com um cano dobrado a céu aberto, à espera... de quê? De uma inauguração na campanha eleitoral?!

Em 14 de Janeiro deste ano, o então presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, o antecipadamente derrotado Jorge Varela, mandou os seus serviços responderem desta maneira à minha pergunta: "a Junta de Freguesia irá proceder à conclusão das obras da Rotunda da Granja, nomeadamente ao 'embelezamento' da parte interior". 






Nove meses depois desta resposta está tudo na mesma. Dupla falta: nem sequer aproveitaram as eleições para fazer a coisa.

O segundo caso é igualmente estranho e um pouco mais absurdo.

Numa das rotundas da zona industrial começou a haver grande movimento de máquinas a duas ou três semanas das eleições autárquicas, com terraplanagens que deixaram vias feitas de terra e, pasme-se, dois sinais de trânsito que fazem supor que seria esta uma estrada de acesso à via rápida (Variante Atlântica) que liga Caldas da Rainha à Foz do Arelho.

Mas a poucos dias das eleições parou tudo. E assim ficou.





Seria esta a famosa estrada nova que faria a ligação entre a Serra do Bouro e a zona industrial e alegremente prometida pelo então candidato Jorge Varela para o seu (único) mandato? 

Sendo ou não, ficou a meio, claro, como símbolo da política municipal falhada do PSD de Caldas da Rainha.

Aguarda-se, agora, o que farão os seus herdeiros.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Ler jornais já não é saber mais (124): papéis trocados

Uma criatura (que conheci, em tempos, como dispondo da capacidade de raciocinar) assina, como jornalista, uma notícia num jornal financeiramente débil em que um matemático exige a aplicação da 3.ª dose das milagrosas vacinas da covid.

A criatura designa o seu entrevistado por "epidemiologista", que não é. 

A ela, em vez de lhe chamarmos jornalista, podemos então chamar delegada de propaganda médica.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Porque detesto a empresa CTT (153): roubo

Uma empresa do Norte a quem fiz uma compra decidiu enviar-me essa compra pelo correio. Passou mais de uma semana e a encomenda não chegou. Nem foi devolvida. 

A isto chama-se roubo.

A reclamação será feita e a denúncia também.


*


Na manhã seguinte à publicação deste post a encomenda (enviada no dia 11) foi-me entregue por um funcionário da empresa CTT, juntamente com uma revista estrangeira de que sou assinante. 

A coincidência é curiosa.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

"Le club de Macao" - Le Livre de Poche depois da Chandeige


 

"Le club de Macao", a tradução francesa do meu "O Clube de Macau", primeiramente lançado em França pela Chandeigne, chegou agora à famosa Le Livre de Poche, disponível a partir de 10 de Novembro. Os pormenores estão aqui, no site de Le Livre de Poche,



Notas de prova: a Quinta do Escudial no patamar da excelência

A Quinta do Escudial é um dos meus destinos quando me desloco ao Dão e há um bom motivo para isso: a alta qualidade dos seus vinhos (e a simpatia das suas pessoas). O vinho branco foi uma surpresa e os tintos (do "colheita" aos reservas, passando pelo saboroso Espravel) agradaram-me sempre muito.

Recentemente, porém, a Quinta do Escudial foi ainda mais longe. E o seu Touriga Nacional (de 2016) já aqui o citei e considerei-o excelente. 




Mas o Touriga Nacional não está sozinho. O primeiro Encruzado que fizeram (um monocasta desta casta branca), de 2019, pode ter sido uma iniciativa arriscada, por desviar uvas de Encruzado do branco "blend" inicial, mas o resultado é triunfal. Excelente vinho, também!




Todos os pormenores sobre a Quinta do Escudial, que tem venda online dos seus vinhos, podem ser encontrados no seu site.


Notas de prova: os anos ímpares dos vinhos ímpares da Quinta da Fata

Este é um aspecto em que apetece ser-se pouco racional, mas é tentador dizê-lo: os vinhos dos anos ímpares da Quinta da Fata, cujos vinhos já são, só por si e em absoluto, ímpares (como aqui tenho salientado), são os melhores e os que se conhecem do ano de 2017 são um excelente exemplo.
Os que mais recentemente foram engarrafados são os tintos reserva e "colheita" desse ano. 
O reserva, magnífico, foi feito com as castas Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro e Jaen e estagiou em barricas de carvalho francês e americano antes de ser distribuído por apenas 10 mil garrafas numeradas com uma graduação de 14% de vol.
Quanto ao "colheita", que à abertura da garrafa parece estar preguiçoso no gosto, tem a Touriga Nacional como predominante e partes menores de Tinta Roriz, Alfrocheiro e Jaen com estágio de um ano em barricas de carvalho francês e 13,5%, e promete ser também um belíssimo vinho.





Por curiosidade, no que se refere ao ano de 2017, abri uma garrafa do branco, exclusivamente feito de Encruzado (com fermentação em inox durante cinco meses, 4100 garrafas numeradas e 13%) e dele o mínimo que se pode dizer é que... infelizmente, já não há mais!




E, já agora, nos tempos mais recentes não foi apenas o ano de 2017 a revelar-se muito auspicioso. Ainda cá estão, em excelente recordação e em garrafa, o Touriga Nacional - Talhão do Alto de 2015 e o Conde de Vilar Seco (a segunda edição depois da estreia do de 2010) do mesmo ano. E, com prova directa na adega em Junho passado, um Touriga Nacional de 2019, magistralmente promissor...

Todos os pormenores sobre a Quinta da Fata podem ser encontrados no seu site.

É isto mesmo

 

Da Iniciativa Liberal

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Talvez estejamos a precisar de uns Covid Papers para perceber melhor por onde andam os milhões do negócio das vacinas

O negócio, perfeitamente legítimo, dos medicamentos e das vacinas movimenta somas astronómicas, assente numa base clássica: quanto mais uma empresa vende, mais ganha.

E uma coisa é vender dezenas ou centenas de milhares de unidades, outra coisa é vender milhões de unidades e por várias vezes.

O caso das vacinas da covid, que comercializadas por uma meia-dúzia de empresas farmacêuticas, é exemplar: estão a ser compradas pelos governos de todo o mundo milhões de unidades e, repetidamente, uma vez, duas vezes, três vezes. 

E, praticamente, sem que haja governos a evitarem o negócio. Com o monstruoso cenário do ambiente de terror montado, intencionalmente ou não, à conta do vírus SARS-CoV-2 e da sua doença (a covid-19), os governos não querem decepcionar os seus eleitorados, que esperam deles a devida mezinha para a coisa. Portanto, compram.

Mas há quem decida essa compra: os políticos (os que não são cobardes), os "técnicos", os "especialistas" da ciência oficial. 

E nós conseguimos não pensar que as empresas comercializadoras das vacinas não subornaram os decisores das vacinas ou, pelo menos, alguns deles? 

Eu, pelo menos, não consigo.

E esta nota, publicada no "Nascer do Sol", este sábado (9.10.21), assinada pelo sagaz José António Saraiva, faz pensar. E muito.




Pode ser que, um dia, haja uns "Papers" sobre isto. Se houver jornalistas com coragem, claro.

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Ler jornais já não é saber mais (123): o primado da incomunicação

 


Independentemente dos seus potenciais méritos sanitários (mas nulos, neste caso da covid-19), as máscaras são um dos mais arrepiantes e insalubres obstáculos à comunicação e à relação entre as pessoas.

Por diminuto que seja o seu alcance, desprezível o propósito de comunicar e de informar pessoas, ambígua a sua função e incerto o seu futuro, o facto de um jornal (mesmo regional) fazer esta apologia tripartida do trapo na sua primeira página é um símbolo do primado da incomunicação assumido pela melancólica (e condenada) imprensa nacional e regional tal como a conhecemos. 


*


Uma semana depois, o mesmo jornal ostenta uma primeira página em que (para provável horror de covideiros e afins) até publica um retrato de grupo... sem máscaras e sem o tal distanciamento recomendado pela ciência oficial. Contricção? Distracção? Não sei, mas incoerência é. E, neste caso, ainda bem.




segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Eleições autárquicas de 2021 (12): pois, convém não esquecer esta linda derrota

 

Duas semanas depois, ainda está montado o cartaz que junta quatro grandes derrotados: o PSD de Caldas da Rainha, o ex-presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, o ex-ddt local e a infeliz cabeça-de-lista da agremiação nesta zona.

Até é bom que o cartaz vá ficando, para não se esquecerem os rostos da grande derrota...

sábado, 9 de outubro de 2021

Irracionalidade

Diz a canção que Grândola, a "vila morena", é a "terra da fraternidade". Não é. O que nela reina é a irracionalidade.

Nas suas ruas quase todas as pessoas andam de máscara posta e isto, ainda por cima, numa manhã quente de sol alentejano. 

Note-se que o argumento para a máscara tem sido este: evitar a eventual passagem do vírus SARS-CoV-2 para a pessoa, ou pessoas, que está mais próxima, a uma distância de 1,5 a 2 metros. O vírus não anda a passear pelo ar.

Em Melides, no interior, vi um homem que, sem ninguém à sua volta, andava de um lado para o outro e a falar ao telemóvel de máscara posta.

Na mesma zona, num restaurante vi entrar só pessoas com máscara e, noutro, mais de metade dos seus clientes fizeram o mesmo, o que deixou de ser obrigatório pelo decreto-lei n.º 78-A/2021, de 29 de Setembro.

Gostava de saber o que vai na cabeça desta gente, que me causa uma repugnância indescritível.







quinta-feira, 7 de outubro de 2021

O ódio badocha aos ginásios (6): a Portugal Activo de mão estendida, cuecas de fora e fralda na cara

 




A associação dos ginásios (que se chama Portugal Activo e devia chamar-se Portugal Passivo) agiu como agem quase todas as associações empresariais: ajoelhou-se perante o Governo e o coio de fanáticos idiotas que é a DGS, de mão estendida e, como sempre, de tanto se abaixar ficou com as cuecas à mostra.

O levantamento de restrições resumiu-se ao aumento da capacidade de acolhimento de mais clientes. Com mais clientes, há mais dinheiro e muitos ginásios e os seus profissionais conseguirão recuperar o muito que perderam com os "confinamentos". Ainda bem.

Mas, com esta abertura, veio a continuação do fetiche das máscaras e, supremo disparate, a DGS a "recomendar" que até a treinar se ande de fralda na cara. E a Portugal Activo, subserviente e submissa, aceitou. Poderia ter feito melhor. Mas o medo é uma coisa terrível...



quarta-feira, 6 de outubro de 2021

17 motivos para usar máscara convictamente




- Porque há um bicho

- Porque mostra apoio ao Governo

- Porque a ciência do Governo é que sabe

- Porque a DGS é que manda

- Porque é politicamente correcto

- Porque os repórteres das televisões usam

- Porque os orientais usam

- Porque é mais barato esconder a boca do que ir ao dentista

- Porque é preciso esconder os problemas de pele

- Porque se é feio

- Por falta de amor-próprio

- Para assaltar uma loja

- Porque "não quero chatices"

- Porque está muito frio para lavar a cara

- Porque o patrão é que manda

- Porque não dá jeito pôr o álcool-gel na cara

- Porque também se usam cuecas


terça-feira, 5 de outubro de 2021

Notas de prova


Quinta do Vale  Tinto 2016 Premium — Dão DOP Sub-Região Serra da Estrela 
Tinta Roriz, Alfrocheiro e Touriga Nacional
Seacampo, Sociedade Agrícola Lda., Vila Nova de Tázem
13% vol.
Desinteressante.





Marquês de Marialva  Tinto Reserva 2015 — DOC Bairrada 
Baga
Adega Cooperativa de Cantanhede, Cantanhede
13,5% vol.
Bom!



Quinta da Lapa Selection  Tinto 2017
Touriga Nacional, Syrah, Castelão e Alicante Bouschet
Agrovia - Sociedade Agro-Pecuária, SA - Quinta da Lapa, Manique do Intendente
13,5% vol.
Bom!
(Bebido no restaurante Marta's Place, em Caldas da Rainha, 
a acompanhar pratos diversos)



Mocho Galego Signature  Tinto 2017 — Vinho Regional Alentejano 
Aragonez, Touriga Nacional e Trincadeira
Sociedade Agrícola D. Diniz, SA - Monte da Ravasqueira, Arraiolos
13,5% vol.
Bom.


Antão Vaz  Branco 2020 — Vinho Regional Alentejano
Antão Vaz
Adega Cooperativa de Redondo, Redondo
12,5% vol.
Bom!

Censura? Talvez...

Quando me mudei de Lisboa (arredores) para Caldas da Rainha (arredores), um dos problemas que tive foi o da minha biblioteca de décadas: o que é que poderia fazer aos poucos milhares de livros que reunira e que não tinham espaço na nova casa? 

A biblioteca municipal do concelho onde morava rejeitou-os. Uma escola rejeitou-os. O centro "cultural" da minha nova Junta de Freguesia rejeitou-os. A biblioteca do Estabelecimento Prisional de Lisboa (num contacto intermediado por um psicólogo que acompanhava uma pessoa de família) aceitou uma parte. Finalmente, a Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha aceitou os livros que restavam e eu fiquei muito satisfeito por ver o interesse profissional e pessoal demonstrado pelo seu pessoal. Uns livros ficariam, outros seriam doados, mas nenhum iria para o lixo.

A Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha acolheu a apresentação de dois dos romances da minha autoria. Tive sempre a preocupação de oferecer para a sua colecção o que ia publicando e outros livros, mais recentes e revistas estrangeiras que poderão ser interessantes para alguns leitores.

Mas chegou um momento em que me interrogo se tal se justifica. Há poucos anos, a Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha pôs livros da sua colecção na praia da Foz do Arelho e nenhum dos meus fazia parte dos escolhidos. Recentemente, fez recomendações mensais e o meu livro mais recente, "O Último Refúgio" foi ignorado.

Se eu tivesse a responsabilidade de fazer, ou de recomendar, qualquer escolha de livros para o público em geral, não deixaria de contemplar autores contemporâneos, em actividade e residentes na região onde fizesse essa escolha, com especial destaque (à falta de crivo mais rigoroso) para obras publicadas por editoras a sério (omitindo edições "de autor", de avaliação mais problemática).

Não foi esta a opção de quem seleccionou livros na Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha. Numa coincidência temporal com as minhas críticas, e a sua constância, à Câmara Municipal de Caldas da Rainha, à sua gestão e ao seu medíocre universo de poder.

Exclusão com base em censura? Não sei, embora possa supor que sim. Procurando esclarecer a minha dúvida, inquiri a direcção da Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha. Não tive resposta.

Censura, portanto? Talvez.

De qualquer modo... mais livros, ou revistas, para a Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha? Não. Se alguém quiser ler os meus livros, que os vá comprar.


*


Sobre esta questão, a directora da Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha enviou-me hoje (6.01.21) a seguinte resposta: 

Na verdade, no último cartaz que publicámos no facebook, com as novidades bibliográficas não está o seu recente livro, que terá sido um lapso, no entanto, se consultar o nosso catálogo online (bibliotecas.mcr.pt) verifica que está nos destaques.

No espaço físico da Biblioteca, sempre que temos livros novos oferecidos ou comprados, colocamos sempre no balcão de recepção para maior visibilidade dos leitores.
Reitero as minhas desculpas pelo lapso e agradeço muito reconhecidamente a oferta dos seus livros à Biblioteca Municipal, que muito têm enriquecido o nosso fundo documental.



segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Bichos

Desta espécie é que nunca tinha visto por aqui: uma pavoa. 

Fugidia, não permitiu melhor fotografia. Escapou-se ao ataque de um gato, que tinha menos de metade do seu tamanho. E depois desapareceu.





O mascarado da triste figura