Incapaz de recordar o passado, por falta de memória e por condicionalismos etários, e por achar que o presente já não vende, o deprimente jornalismo que se vai fazendo por cá dedica-se ao futuro. E numa escalada tentadora: do "pode" chega-se facilmente às certezas absolutas. Talvez porque, neste caso, elas estejam ancoradas noutras certezas mais íntimas: a política de quem já sabe tudo e as ideologias que são como crenças religiosas.
O "Expresso", esse fogo fátuo, dedica o seu suplemento revisteiro ao futuro e, com a certeza de que Donald Trump será eleito presidente dos EUA, afirma já o que vai acontecer:
"Expresso", Janeiro de 2024 |
É pena que, antes de se dedicar a tão relevante obra de futurologia, não tenha feito alguma pesquisa. Mas, lá está, esta gente não é capaz de recordar o passado.
Se o fizesse, descobriria as outras certezas absolutas que, sobre o mesmo tema, outros já tiveram. Por exemplo (e numa pesquisa muito minimalista pelo Google, que terá demorado uns dois minutos):
"Expresso", Novembro de 2016 |
"Flash!", Abril de 2017 |
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