quarta-feira, 30 de junho de 2021
Porque é que gostam tanto da porcaria?!
terça-feira, 29 de junho de 2021
Os "projeccionistas" e o ébola
A OMS atrasou-se perante o surto de ébola que começou a afectar a Guiné-Conacri, a Libéria e a Serra Leoa em Março de 2014. Em Agosto entrou em histeria: já havia 932 mortes e 1070 "casos".
domingo, 27 de junho de 2021
Os três fracassos de Jorge Varela
Não o faz, oficialmente, porque foi nomeado subdiretor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria. Mas, na realidade, não se recandidata devido aos fracassos que acumulou e porque o PSD já não o quer no cargo. Nem, muito menos, na Câmara Municipal.
Eis a história dos três
fracassos que derrotaram na política um homem com ambições.
O
"embelezamento"
Uma "beleza" de rotunda |
Quando apareceu como candidato à presidência da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro (concelho de Caldas da Rainha) nas eleições de há quatro anos, o advogado e professor do ensino politécnico Jorge Varela derramou-se em 2.08.2017 no "Jornal das Caldas" a anunciar o "embelezamento" que cairia sobre a Serra do Bouro quando ele fosse eleito. Possuindo "beleza natural” e “vistas fantásticas (…) sobre o mar”, a Serra do Bouro seria "complementada com um embelezamento de que já é merecedora”.
Quatro anos depois, o "embelezamento" de Varela resume-se a uma rotunda mal dimensionada e mal acabada e à instalação de manilhas de esgotos a fazerem de vasos de flores no único miradouro voltado ao mar que tem a Estrada Atlântica. E a tosca rotunda tem um valor simbólico: feita pela empresa Cimalha, mostra bem a incompetência e a incapacidade desta empresa que, no entanto, tem lugar cativo no coração de quem manda na Câmara Municipal de Caldas da Rainha.
Basta andar pela Serra do Bouro para se ver como, em quatro anos, tudo piorou e nem o que
já havia foi defendido e melhorado, como aconteceu com a fonte do Cabeço da Vela. O
"embelezamento" de Varela foi um fracasso absoluto.
O
"deserto" da zona rural e o previsível mau resultado eleitoral
A situação piorou numa zona que desapareceu do mapa da União de Freguesias |
Em 15 de Outubro de 2017, duas semanas depois das eleições autárquicas, houve um violento incêndio que subiu da Foz do Arelho para a Serra do Bouro pela vegetação que ladeava a Estrada Atlântica. Se o vento forte que impulsionou as chamas estivesse para leste em vez de estar para norte, esta região (além das suas casas e de alguns dos seus habitantes) teria ardido.
Nem nessa noite nem no dia seguinte
se avistou, na Serra do Bouro, o recém-eleito presidente da União de Freguesias
de Santo Onofre e Serra do Bouro. Nem o presidente da Câmara Municipal, claro.
Saber como estavam as casas e os habitantes e oferecer os préstimos municipais
teria sido um gesto bonito, uma expressão de solidariedade. Mas Varela
não quis saber da Serra do Bouro.
Esta atitude definiu, para os quatro
anos seguintes, o seu mandato. Partindo do vácuo do "embelezamento" e
de um "programa eleitoral" concebido para idiotas, o que fez relativamente à Serra do
Bouro foi... zero.
Varela preocupou-se com a
freguesia urbana de Santo Onofre (a mais importante da capital
do concelho) e desprezou a Serra do Bouro. Algumas iniciativas melancólicas de
puro marketing político não tocaram no que era essencial. E foi criticado por
isso. Pelos habitantes locais e pelos seus camaradas de partido.
A situação não iria favorecer o resultado eleitoral do PSD nesta zona rural.
Os seus estrategas já sabem que, nestas eleições, vão perder votos para o Chega!, para a coligação encabeçada pelo CDS e para um dissidente. Não era necessário perder votos com a inabilidade de Varela. E, antes do seu afastamento, teve de ser o antigo presidente da ex-junta de freguesia, Álvaro Baltasar Jerónimo, a tomar conta dos assuntos da Serra do Bouro.
Significativamente, como aqui assinalei, o
"slogan" inventado para a União de Freguesias foi "Do
centro da cidade até ao mar". Para Varela, o "centro da cidade" é que era fundamental e... ao mar, ao Oceano Atlântico, chega-se pelo deserto: a Serra do
Bouro não existe, não tem lugar aqui. Não lhe interessava, não conta para nada. A "trip" é directa: da cidade passa-se de imediato à costa.
Varela não só não "embelezou" a Serra do Bouro como a rasurou do mapa. Foi o seu segundo fracasso
O adeus à Câmara Municipal
Tinta Ferreira e Jorge Varela: adeus |
O actual presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Tinta Ferreira, fará, até às eleições autárquicas de 2025, o seu terceiro e último mandato. E, como é habitual nestas coisas (e na concepção monárquica do poder municipal que vigora), Tinta Ferreira irá indicar um sucessor.
Varela queria esse lugar.
Queria ser o delfim de Tinta Ferreira. Queria passar do centro de poder da
"sua" união de freguesias para a câmara. Sem estar ligado à
"linha" histórica do antigo presidente Fernando Costa (como Conceição
Pereira e Hugo Oliveira), sendo licenciado (em Direito) e o único sucessor potencial
com direito a ser designado como "Dr." (o que é fundamental, nestas coisas), Varela teve sempre como meta a presidência da Câmara Municipal de Caldas
da Rainha. Nunca o escondeu, dizem-me.
Para o fazer, precisava, no entanto,
de duas coisas: de ter um bom resultado eleitoral em 2021 na "sua" União de Freguesias e de ter o apoio
integral da "máquina" do PSD. Os seus falhanços ditaram o contrário.
E foi assim que, fracassado no seu objectivo essencial, Varela acabou por ter de sair de cena, trocando o
cargo municipal (onde falhou) pelo lugar de... subdirector de uma escola de um
instituto politécnico. (Por acaso, quando primeiro vi a notícia, até pensei que fosse como "vice" mas da presidência do próprio Instituto Politécnico.)
Em 1593 o rei francês Henrique V
proferiu uma frase imortal: "Paris vale bem uma missa." E, com ela, converteu-se
do protestantismo ao catolicismo, ganhando o trono de Paris com uma simples missa. Varela, no seu adeus ao trono da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, teve de reger-se pelo mais prosaico "Mais vale um pássaro na mão do que dois a
voar."
sexta-feira, 25 de junho de 2021
Ler jornais já não é saber mais (110): tiroteio
Regressou, e em força, e em especial no "Correio da Manhã", o uso do verbo "disparar" para significar aumentos muito grandes.
Individualmente (apesar de repetitivo) pode não se notar muito, mas à molhada é ridículo. Como se pode ver:
quinta-feira, 24 de junho de 2021
Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (17): a "anomalia" da Rua da Escola
Pouco depois de aqui ter sido posto um pavimento novo (em obras a cargo da "querida" Cimalha, como não podia deixar de ser...), a Rua da Escola, na Serra do Bouro, começou a ceder de um dos lados. Foi há sete anos, em 2014.
À desagregação da via respondeu a Câmara Municipal de Caldas da Rainha com uns enfeites metálicos e a fita plástica branca e vermelha de que tanto gosta.
A situação nunca ficou resolvida. E, pelo que se percebe, nunca ficará.
Em Fevereiro de 2021, e foi necessário insistir com termos mais duros, a Câmara Municipal produziu uma espécie de esclarecimento onde afirma que se trata de uma "anomalia" e, ilibando inevitavelmente a Cimalha, pouco esclarece:
"O problema, infelizmente muito recorrente neste concelho em face da orografia, da natureza dos solos e da enorme extensão da rede viária, prende-se com a estabilidade da plataforma da via. A rua está encaixada entre escavação dum lado e aterro do outro, este com uma acentuada inclinação do talude, que apresenta por isso alguma instabilidade, não se podendo optar pela solução mais económica que seria refazer o talude com aterro por não existir espaço disponível, já que o proprietário confinante vedou o seu prédio no pé do talude."
Note-se, aqui, que a câmara afirma que não quer optar "pela solução mais económica". Ou seja: há solução... mas será menos "económica". Portanto, nesta terra onde se afirma, com ar sério, o primado da "criatividade", preferem-se os enfeites que servem para indicar que há perigo e desiste-se da reparação. E como é numa zona do interior do concelho, que importância tem?
A questão, note-se, também não incomoda a União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro. O importante é, como já sabemos, a cidade e não o campo.
"Anomalia"?! A verdadeira anomalia é esta gente...
terça-feira, 22 de junho de 2021
segunda-feira, 21 de junho de 2021
Como a Câmara Municipal perdoa o roubo de água à Cimalha... mas não aos outros
1. A situação em que se encontram as bocas de incêndio, pelo menos na Serra do Bouro (Caldas da Rainha), conduz a isto que as fotografias documentam: que qualquer pessoa se vá abastecer, sem pagar, da água que corre na rede pública... enquanto os moradores pagam, e com língua de palmo à conta das taxas e taxinhas dos Serviços Municipalizados, a água que consomem.
Nas primeiras duas fotografias (em cima), vê-se como a água é usada para abastecer uma obra (a cargo da empresa Diogo Romeiro, Unipessoal). A primeira fotografia é de 30 de Setembro de 2019 e a segunda (com direito a protagonista ao vivo) é de 16 de Abril deste ano. A terceira é de 26 de Março deste ano e ilustra o modo descontraído como a empresa Cimalha se abastece da rede pública.
A indiferença da Câmara Municipal perante estes problemas levou-me a dirigir uma queixa ao Ministério Público de Caldas da Rainha no passado dia 21 de Abril. O que estava em causa é um crime de furto, previsto e punido pelo artigo 203.º, n.º 1, do Código Penal.
2. A minha diligência teve duas respostas.
A primeira foi dos Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha, em 28 de Maio, com o seguinte teor:
A segunda foi, com data de 11 de Junho, do Ministério Público, onde me era comunicado
(a) o auto de notícia contra a empresa Diogo Romeiro, Unipessoal
(b) a notificação à empresa Cimalha "para esclarecer a situação do furto de água"
(c) a atitude da Câmara Municipal de Caldas da Rainha.
E é aqui que a questão se torna mais estranha.
3. O furto de água, esclarece o Ministério Público, é um ilícito que é "crime semipúblico, pelo que se torna necessário que o ofendido apresente queixa, caso contrário, o Ministério Público carece de legitimidade para exercer o procedimento criminal".
Ora, prossegue o Ministério Público, "a lesada é a Câmara Municipal de Caldas da Rainha, a qual foi notificada para informar o valor da água subtraída e para declarar se desejava procedimento criminal, tendo remetido aos autos a informação (...) de onde se extrai que já foi levantado um auto de notícia contra a empresa Diogo Romeiro, Unipessoal, Lda., relativamente aos factos denunciados e que a empresa Cimalha foi notificada para esclarecer a situação do furto de água, nada referindo se desejava procedimento criminal".
Mas, "considerando que a Câmara Municipal não exerceu o direito de queixa, o Ministério Público carece de legitimidade para prosseguir com o procedimento criminal". E é por isso que o inquérito é arquivado.
Deixando, por agora, o Ministério Público neste seu papel, que desempenhou com assinalável celeridade, voltemo-nos para a Câmara Municipal e para o que revela o despacho de arquivamento.
4. E que é isto: a Câmara Municipal penaliza um dos larápios e perdoa o outro!
E fá-lo de uma maneira que não deixa lugar a dúvidas.
É mais uma situação das várias que caracterizam o relacionamento entre a Cimalha e a Câmara Municipal de Caldas da Rainha. A Cimalha tudo pode fazer, desde as obras incompletas e mal acabadas ao furto descarado de água. E a Câmara deixa-a fazer, contratando-a sempre para obras que... ficam incompletas ou mal acabadas.
É como se, beneficiando a Cimalha, a Câmara não a pudesse pôr em causa. E porquê? Qual é o poder que a Cimalha tem sobre a Câmara Municipal de Caldas da Rainha?
5. O presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Tinta Ferreira, é licenciado em Direito. Conhece, seguramente, o Código Penal. E sabe que, numa situação destas, ao não exercer "o direito de queixa", está a perdoar à Cimalha o furto da água da rede pública.
E deve saber, por outro lado, o que dizem os artigos 367.º e 369.º do Código Penal.
Embora, se não souber, aqui os deixo, para memória futura, sem outros artigos que poderão também ser relevantes.
Helder enviou a mensagem: Hoje às 18:3
Artigo 3
domingo, 20 de junho de 2021
152?!
1. A Direcção-Geral de Saúde (DGS) foi intimada pelo Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa (Processo n.º 525/21.4BELSB) a responder a vários pedidos de esclarecimento sobre várias questões relacionadas com a "declarada pandemia", nomeadamente os óbitos por covid-19, por requerimento de várias pessoas.
sábado, 19 de junho de 2021
A autoridade das autoridades está ao nível do chinelo
Tudo errado, tudo ridículo: a inexistência da fundamentação, o carácter ambíguo da recomendação (que mais parece uma ordem), a interferência no estilo de vida e nas opções de cada um, a figura das pernas tortas e dos pés inestéticos, os dois monos ao fundo a fazerem não se sabe o quê...
Na PSP parece que não existe o sentido do ridículo e das proporções. Nem da autoridade. Ou melhor: se existe, está ao nível do chinelo.
Querem dar-se ao respeito? Vão apanhar ladrões!...
quinta-feira, 17 de junho de 2021
As rosas e o vinho na Quinta da Fata
O propósito inicial foi o de antecipar uma das maleitas das uvas, que também ataca as rosas. Mas as roseiras, talvez inspiradas pelo mesmo solo de onde brotam os melhores vinhos do Dão, enquadram agora as videiras num belo contraste entre o vermelho das suas flores (a cor predominante) e o verde das folhas de castas tão emblemáticas como a Touriga Nacional e o Encruzado.
É uma visão surpreendente, uma nota de cor nas vinhas desta casa de grande nobreza, que agora se reabriu ao turismo e cujas vinhas de Encruzado aumentaram para corresponderem à procura deste vinho branco, e onde tão bem me sinto.
Quinta da Fata, em Vilar Seco (Nelas): os melhores vinhos do Dão nascem aqui, sob a orientação de Eurico do Amaral |
terça-feira, 15 de junho de 2021
Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (16): não prestam contas
Os presidentes das câmaras municipais e das juntas de freguesia ocupam esses cargos porque houve eleições e uma maioria de eleitores votou neles, ou nos partidos que representam. E não são só os seus eleitores que lhes pagam os salários. Somos todos nós. Sem o nosso dinheiro, esses políticos não existiriam, ou teriam de arranjar quem os financiasse, por outra via.
Mesmo que a boa educação não o exigisse, basta a circunstância de serem pagos com o nosso dinheiro para que se mostrassem respeitosos para com o eleitorado, e que lhe respondessem.
E quem diz esses políticos, diz todos os outros que são escolhidos pelos eleitores e que vivem também à nossa conta.
Infelizmente, não é o que acontece. O presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, por mim inquirido sobre as obras da "sua" Cimalha, respondeu... a um jornal local. E foi só depois do meu protesto que me chegou uma resposta formal, com as devidas desculpas. Inquiri o serviço de licenciamento das obras particulares e não me responderam. Sobre duas potenciais ameaças de vespas asiáticas, o funcionário dele que se ocupa da proteção (?) civil não me esclareceu. O presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro é quase a mesma coisa e as suas respostas oscilam entre a vacuidade e a brejeirice.
Os presidentes das câmaras municipais e das juntas de freguesia deviam ter o salutar hábito de prestar contas. Estes, seguramente, não têm.
segunda-feira, 14 de junho de 2021
A imunidade de grupo explicada aos néscios
domingo, 13 de junho de 2021
O covidismo conferiu-nos a imortalidade
Ainda se morre em Portugal? Alcançámos a imortalidade? Bem, ainda não... porque "de covid" morre-se. Do resto é que parece que já não.
Um morto hoje, um morto há dois dias, por uma vez morreram seis pessoas em vez de uma (e "Número de mortos disparou", em título do "Correio da Manhã"), amanhã não morre ninguém. E o que é que mata? A doença oficialmente designada por covid-19.
A imprensa fixou-se na contabilidade covidista e só nos dá os números de óbitos "de covid" (que também serão, numa percentagem impossível de verificar, "com covid"). Os outros (mais de 200 por dia) não existem, não se interessam, ficam ocultos, etc.
É uma situação estranha em termos de saúde pública e em termos de jornalismo: a realidade fica oculta.
Mas Eduardo Cabrita, ministro emblemático do PS nacional-socialista de Costa, já mostrou como era: a sinistralidade rodoviária diminuiu em 2020. Por as pessoas terem ficado em casa ou muito limitadas nas suas deslocações? Não, claro que não...
sábado, 12 de junho de 2021
Ler jornais já não é saber mais (109): a comprovação
Da notícia do "Politico" |
No escândalo da entrega à embaixada dos dados pessoais de oposicionistas ao governo russo, pela Câmara Municipal de Lisboa, há um pormenor que não surpreende mas que, dito assim a frio, é uma vergonha.
Uma das vítimas, de Medina e de Putin, contou ao órgão estrangeiro que deu a notícia (o "Politico", com o link aqui, onde a notícia pode ser lida na íntegra) o seguinte: "Falei disto a jornalistas portugueses em Janeiro mas ninguém quis noticiar o assunto."
Enquanto não se souber quem foram os jornalistas, é toda a imprensa portuguesa que está sob suspeita. De um acto muito simples: ocultação, ocultação deliberada e organizada.
O que só comprova aquilo que já aqui escrevi, a propósito de uma situação equívoca que envolve o Presidente da República: há ocultação de factos na imprensa portuguesa.
As 2 melhores séries televisivas do ano: "Vincenzo" e "Sweet Tooth"
Com Junho a meio e sem notícias de outras séries que suscitem maior curiosidade, não pode haver dúvidas de que são estas duas as melhores séries televisivas do ano. Da originalidade à oportunidade, da reinvenção dos clássicos à emoção, da luminosidade das interpretações à destreza das câmaras... está tudo nelas.
Das duas, a primeira que vi foi "Vincenzo". É sul-coreana e, no catálogo da Netflix, segue-se a um leque de séries de estilos e temas diversos. Do que já existia, há que destacar "Stranger". É muito bom, mas "Vincenzo" consegue ser ainda melhor. E nem precisa de outra temporada.
Esta história de um jovem "consigliere" de ascendência sul-coreana que regressa à sua terra é, em tudo, extraordinária. Visualmente, é um achado. As interpretações são excelentes (com destaque para o angelical Song Joong-ji, que interpreta o papel de Vincenzo Cassano), tanto no tom às vezes picaresco que assumem como na sua vertente mais dramática. O filme de gangsters da Mafia, o "western" (e "Vincenzo" faz, às vezes, lembrar "Pale Rider" e "Shane"), o melodrama (de Douglas Sirk a John Woo), o musical, as reviravoltas do "thriller"... tem tudo e na perfeição. E, no que já é uma constante, a capacidade de sustentar 20 episódios com duração que às vezes vai aos 80 minutos, sem uma quebra de interesse e com sucessivos desenvolvimentos que só consolidam, inteligentemente, a história.
Se usasse a classificação por estrelas, dar-lhe-ia cinco: *****. Tal como a "Sweet Tooth".
Esta série, criada por Jim Mickle a partir de uma história de banda desenhada, não terá sido pensada como uma alusão à pandemia do Sars-CoV-2/covid-19. Mas, sendo filmada sob a pressão desta loucura sanitária, não lhe fugiu. E, nessa perspectiva, é um comentário apropriado: o vírus, o medo, as mortes, o descontrolo civilizacional e... o que daí resulta: um Estado que parece já nem o ser e onde manda um grupo armado autointitulado "Últimos Homens"... e uma raça mutante, de crianças nascidas no meio da crise sanitária e que reúnem características humanas e animais. Como é o caso de Gus, com uma origem misteriosa, um par de cornos de veado, orelhas de veado que se mexem em consonância com as expressões do rosto... e uma das melhores interpretações de uma criança-actor que vi nos últimos anos (a cargo de Christian Convery).
Tecnicamente notável e construída com um rigor narrativo de excepção, "Sweet Tooth" não se esgota nos parcimoniosos oito episódios do que se espera que seja apenas uma primeira temporada e fica muito por contar. Com o êxito que, felizmente, tem tido, é de calcular que haja segunda temporada. E que se despachem a fazê-la, porque já há muita gente à espera!...
sexta-feira, 11 de junho de 2021
Desisto da imprensa regional
A imprensa regional (no caso do concelho onde vivo, "Gazeta das Caldas" e "Jornal das Caldas"), tornou-se irrelevante. É uma feira de vaidades para uma elite urbana que se julga relevante. A empresa CTT, que parece ser mais importante do que a imprensa, não lhes liga a ponta de um corno. E estes jornais também se ralam pouco se chegam aos seus assinantes, ou não, até porque o "cacau" já lá está em caixa.
Estou farto de receber na semana seguinte um jornal que é feito a 10 quilómetros de minha casa. Por mim, desta vez é de vez: não há assinaturas para ninguém, nem lhes vejo as capas em banca nem no "on line".
Adeus.
domingo, 6 de junho de 2021
Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (15): impunidade absoluta
O barracão que figura nestas fotografias terá ficado concluído em finais de Setembro de 2020, decorrendo as suas obras durante alguns meses sem que alguma tivesse aparecido o tradicional "aviso" camarário sobre o "licenciamento" da coisa. Esta construção, numa zona que parece ser de paisagem protegida e onde parece que não se pode construir salvo se já existisse no local alguma casa, ou seus vestígios, decorreu sem qualquer ligação ao abastecimento de água e de electricidade.
Em 2 de Outubro de 2020 fiz quatro perguntas ao Departamento de Obras Particulares da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, invocando o n.º 4 do art.º 65.º da Constituição da Republica Portuguesa e o art.º 4.º da Lei n.º 43/90 de 10/08 na sua actual redacção e ainda os artigos 161.º a 165.º do Código do Procedimento Administrativo.
As perguntas foram estas:
Não tive resposta.
É impossível, portanto, ter a certeza de que esta construção tenha respeitado a lei. Mas, como nunca lá vi o habitual aviso de licenciamento, e na ausência de resposta, só posso concluir que houve violação das normas legais. E o certo é que a construção lá continua, pelo que a Câmara Municipal nada fez.
Ou seja: a Câmara Municipal de Caldas da Rainha consentiu (apesar de alertada para o facto) na perpetração de um acto que só pode considerado criminoso, se é verdade que as normas legais foram violadas (e a mesma entidade não me disse que não foram).
O presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Tinta Ferreira, é licenciado em Direito. Esta provável violação da lei terá tido o seu beneplácito, com pleno conhecimento do que deve e não deve ser feito no respeito pelas normas emitidas pela entidade a que preside.
O mesmo se poderá dizer do presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, Jorge Varela, que também é licenciado em Direito. Sendo (não pode deixar de o ser, pois não?!) conhecedor de tudo o que aqui se passa, e reiterando tantas vezes que só quer "embelezar" a região, estará, provavelmente, de acordo com o que se pode supor ser uma violação das normas estabelecidas.
Se a violação das normas legais existe, e note-se que nada me foi comunicado para pensar o contrário, estes dois homens são coniventes com a grosseira impunidade de que goza quem "criou" o dito barracão. E, tanto quanto se deve pensar, à margem da lei.
(A ausência de resposta da Câmara Municipal de Caldas da Rainha às minhas perguntas será objecto de queixa à Provedoria de Justiça. Veremos se tudo o resto não precisa de ir também para o Ministério Público. Já há um caso, como a seu tempo contarei.)