domingo, 15 de novembro de 2015

É assim que se promove o vinho num restaurante

 
Uma carta de vinhos com todas as regiões vinícolas do continente representadas (de Trás-os-Montes ao Algarve) com notas gerais sobre cada uma delas e as castas e anos de colheita de cada vinho, com um vasto leque de digestivos (incluindo uma boa representação de aguardentes bagaceiras), espumantes e champanhes); um armário com praticamente todas as garrafas bem à vista e um outro armário com os digestivos e copos adequados. E a carta está disponível na internet, no site do restaurante, aqui.
É assim que se promove o vinho num restaurante, a fazer lembrar (numa versão adaptada aos novos tempos) a mítica carta de vinhos do lisboeta Isaura. 
E o restaurante é o Naco na Pedra, em Salir do Porto (Caldas da Rainha), um dos meus restaurantes preferidos deste concelho, que tenho elogiado pelas suas muitas qualidades, pela simpatia e profissionalismo do serviço e pela capacidade de resistência que os seus responsáveis têm demonstrado.
O esforço feito na composição da carta é de assinalar.
Fugindo ao facilitismo (muito Alentejo, algum Douro, vinhos industriais do Dão), preenche todas as regiões, sobretudo nos tintos mas também nos brancos: Trás-os-Montes (com 9 tintos), Douro (22), Dão (17), Bairrada (8), Beira (3), Tejo (9), Colares (6), lisboa (9), Alentejo (20), Setúbal (11) e Algarve (4). A região dos vinhos verdes talvez seja, comparativamente, a menos representada e, para os apreciadores, até tem uma lista de rosés. E o "vinho da casa", de Figueira de Castelo Rodrigo, pode ser vendido tanto à garrafa como em jarro de meio litro.
No caso do Dão (que conheço muito bem), se há vinhos para descobrir, há também uma presença que é de festejar: os tintos e o branco da Quinta da Fata (Vilar Seco, Nelas, para mim talvez o melhor produtor de vinhos do Dão) estão na lista e quem quiser pode ir confirmar a minha opinião. Só tem a ganhar com isso, se gosta de vinho.



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