O arquivamento do processo das mortes do Meco pode ser uma solução tecnicamente perfeita mas, mesmo com o "digest" que alguns jornais fizeram, as dúvidas não desaparecem.
A extensa entrevista do sobrevivente que saiu na "Sábado" (revista do grupo do "Correio da Manhã", que chegou a pôr em manchete que o sobrevivente seria arguido por suspeita de homicídio) também não ajuda ao esclarecimento.
É perfeita, demasiado perfeita, no tom, nas recordações e nas hesitações (e no relato de como a Polícia Marítima inviabilizou, na prática, as investigações da Polícia Judiciária), bem como no "timing": com a segurança do arquivamento, quem pode pôr em causa, fundamentadamente, a versão do sobrevivente, ou seja, a única versão que pode existir?
A verdade sobre este caso parece ter-se afogado na praia do Meco com as suas vítimas.
E com a impossibilidade de se saber a verdade repõe-se o manto que salvaguarda as ligações da generalidade da imprensa à Universidade Lusófona, que soube, desde muito cedo, perceber as vantagens da contratação de jornalistas como professores.
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