O PSD ganhou as eleições autárquicas de Setembro do ano passado em Caldas da Rainha apregoando uma “nova dinâmica”. A dinâmica da dupla Tinta Ferreira/Hugo Oliveira está cada vez mais à vista por todo o lado: uma incompetência realmente dinâmica, porque nunca cessa, e o mergulho também imparável numa estagnação que ameaça tornar este concelho uma verdadeira irrelevância.
Avenida nova, problema velho: lixo, desmazelo, desleixo |
A Avenida 1.º de Maio é um
exemplo da desatenção camarária e da visão distorcida que têm os ocupantes do
órgão municipal.
Esta rua, entre a praça (agora
cratera) da própria Câmara Municipal e a estação ferroviária, esteve quase um
ano em obras. A rua era, e é, de circulação automóvel. O comércio está
reduzido. Não era exactamente uma via pedonal. Mas as obras foram feitas para
alargar os passeios. E o resultado foi a existência de superfícies desertas,
com árvores raquíticas, sem equipamento para as pessoas se sentarem... e lixo.
Numa cidade, para já não falar
do resto do concelho, onde a sinalização horizontal e as passadeiras de peões
vão ficando invisíveis, a prioridade foi o alargamento dos passeios nessa via.
Algumas iniciativas bem intencionadas, ligadas à sobrevivência económica da
zona, não retiram a impressão de deserto a que a artéria ficou reduzida.
Nem, tão pouco, a fonte das
rãs.
Apresentada, no início, como
obra emblemática (e «bordaliana»), a fonte com rãs de louça foi colocada numa
rotunda pequena, e onde não era necessária em termos de trânsito, diante do
edifício de relativa importância histórica da estação ferroviária.
Ao longe, a
fonte fica perdida num deserto de carros que estacionam num parque informal
perto e por onde podem (incluindo na própria rotunda). De perto vê-se que a
pavimentação da rua e da rotunda está por terminar. Não só o que podia ter sido
uma originalidade não fica protegido em termos visuais, e já se sabe que em
termos físicos não o está, como a imagem geral é de desleixo absoluto.
Fica sempre qualquer coisa por fazer |
Além da falta de enquadramento
adequado para a fonte, a avenida mantém, por exemplo, um sistema contestado de recolha
subterrânea de lixo a par com os contentores verdes de lixo, que sai do seu
interior (ou onde não chega a entrar) para ficar bem espalhado. A isto chama-se
lixo e porcaria e falta de brio por parte das autoridades municipais, que nem
conseguem valorizar aquilo que tentam fazer.
Aliás, o lixo e a porcaria
parecem ser uma característica indelével das gestões autárquicas do concelho.
Basta percorrer as estradas, basta ir à Lagoa de Óbidos, para ver o lixo
espalhado, os anúncios de plástico dependurados das árvores a apodrecer muito
para lá do seu prazo de validade (?), esses e outros plásticos que se amontoam
por todo o lado.
É que não é só a degradação do
ambiente. É também a imagem de um concelho de gentes desmazeladas.
Para uma Câmara Municipal que
dá tanta importância ao “show off” (as festas, as inaugurações, o fazer-se à
fotografia), a verdadeira imagem que a caracteriza é esta: lixo, desmazelo,
desleixo.
E não apenas material mas também político.
A empresa, o presidente da Câmara e a sua assessora: uma imagem idílica |
Amanhã: Depois do "barco do amor", a feia realidade da Lagoa de Óbidos
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