O PSD ganhou as eleições autárquicas de Setembro do ano passado em Caldas da Rainha apregoando uma “nova dinâmica”. A dinâmica da dupla Tinta Ferreira/Hugo Oliveira está cada vez mais à vista por todo o lado: uma incompetência realmente dinâmica, porque nunca cessa, e o mergulho também imparável numa estagnação que ameaça tornar este concelho uma verdadeira irrelevância.
A demagogia... |
No início foi o “barco do
amor”: há um ano, os dois principais candidatos do PSD, Tinta Ferreira e Hugo
Oliveira, foram andar de barco para a Lagoa de Óbidos em plena campanha
eleitoral.
Duvido de que hoje lá queiram voltar, para não meterem os pés no
lixo que aí se acumula, numa espaço natural que as autoridades municipais (e o
governo central) estão a deixar morrer.
O desassoreamento parece ter
desaparecido da agenda da Câmara (se é que alguma vez lá esteve) e do Governo.
A aberta, talvez pela sua
visibilidade, é de vez em quando o único motivo de preocupação.
A margem da lagoa que pertence
ao concelho de Caldas da Rainha está, quanto ao resto, em pleno abandono.
O local transformou-se num
parque selvagem de caravanas e calcula-se para onde irão os despejos dos muitos
caravanistas que ali poisam.
... e a realidade |
As acções de limpeza parecem
ter-se desvanecido e é natural: o estado de abandono e de desleixo do local não
é motivador para ninguém.
A Lagoa de Óbidos é um
local incomparável e tem todas as condições para ser um pólo de atracção turística.
Mas não é. E duvido de que, a este ritmo, o consiga ser.
Ninguém quer convidar
visitantes a virem meter os pés na porcaria para apreciarem uma paisagem natural
contaminada. Ou não: é possível que os actuais gestores da Câmara Municipal de
Caldas da Rainha até gostem da ideia, dado os elevados padrões de rigor que têm revelado ultimamente.
O lixo, que deve ir parar quase todo ao fundo da lagoa, não é o único problema.
Quem seguir ao longo da
estrada do Nadadouro que acompanha a Lagoa de Óbidos em direcção ao interior vê
facilmente como a terra está a conquistar as águas da lagoa. Bastarão mais
alguns anos para provocar danos irreparáveis no local.
Pelo menos por omissão, os
passageiros do “barco do amor” eleitoralista estão a fazer tudo para que isso
aconteça, e o mais depressa possível.
E têm companhia, em termos
políticos: o PCP gosta de ir arejar o seu vocabulário do “pacto de agressão”
para as margens da lagoa, dando maior importância a uma estátua de um ex-Presidente da República do que à protecção do património natural; o BE, quando ainda
era vagamente relevante na região, gostava de fazer o mesmo; o PS ainda não
parece ter dado pela existência da lagoa; o CDS também foi andar de barco mas
depois parece ter-se esquecido; e os independentes do MVC na Foz do Arelho
(onde ganhou as eleições) e no Nadadouro vão tentando fazer alguma coisa.
O estado da Lagoa de Óbidos
precisa de uma coligação de vontades de, pelo menos, alguns dos protagonistas políticos do concelho.
Um espaço natural condenado a morrer lentamente |
Amanhã: Turistas, vão-se embora!
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