Há dois anos, a Assembleia Municipal de Caldas da Rainha alterou o Plano Director Municipal e criou o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, permitindo a construção de um empreendimento turístico gigantesco numa zona antes não urbanizável de paisagem protegida, que apanhava as freguesias da Serra do Bouro e da Foz do Arelho.
O empreendimento turístico era promovido por duas empresas enigmáticas que nunca se apresentaram a público mas que tinham, e talvez ainda tenham, como seu representante o presidente da Junta de Freguesia... da Serra do Bouro.
As obras iam começar este ano (2013) e prolongar-se-iam até 2041, ocupando 275 hectares de terreno numa zona privilegiada, com um investimento de 300 milhões de euros.
Com excepção do blogue anónimo O das Caldas (que se dedicou pormenorizadamente ao assunto aqui, divulgando elementos inéditos sobre os "investidores sem rosto" do projecto), a imprensa, os políticos e as figuras públicas das Caldas da Rainha ignoraram o assunto.
Hoje, dois anos depois da alteração à medida do PDM e zero de resultados públicos, ninguém faz perguntas.
O blogue O das Caldas acabou, quando o seu animador morreu em Maio de 2012 mas o que escreveu sobre o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica e muitos outros aspectos da vida e da politica caldenses continua visível. E as perguntas que o seu autor fez continuam actuais... e sem resposta.
Foi neste caso que me inspirei para escrever o meu oitavo "thriller", "Morte com Vista para o Mar" (Topseller, Fevereiro deste ano), história que começa com o assassínio de um bloguista anónimo que estava a investigar um empreendimento turístico gigantesco.
Será conveniente dizer que continuam por esclarecer publicamente os aspectos mais relevantes do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, que parece ter desaparecido do mapa. Tal como a morte do bloguista de O das Caldas.
1 comentário:
Essa estrada dita Atlântica iria destruir a paisagem mais bonita que conheço aí para esses lados e que muitas vezes palmilhei quase da Foz até Salir do Porto, ainda a estrada não existia. Um crime ambiental, parece-me em detrimento do enriquecimento de algum empreendedor da construção civil. A coisa agora tá preta para esses tipos, mas quando a retoma económica vier...(lá para 2030) eles voltam à carga, mas nessa altura outros cá estarão para decidir.
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