A série "Hannibal" (AXN, às segundas-feiras) é um objecto estranho que talvez mereça atenção.
Convém recordar que a malévola personagem do médico Hannibal Lecter foi criada pelo escritor Thomas Harris no seu romance "Red Dragon" (1981).
Este primeiro andamento deu origem a duas longas-metragens: em 1986, "Caçada ao Amanhecer", de Michael Mann, e em 2002, "Dragão Vermelho", de Brett Ratner. O filme de Michael Mann, com Brian Cox a fazer de Lecter, é o melhor dos dois.
Harris escreveu, a seguir, "O Silêncio dos Inocentes", em livro ("Silence of the Lambs",1988), que chegou rapidamente ao cinema (em 1991, de Jonathan Demme, já com Anthony Hopkins a interpretar a figura de Lecter) e depois "Hannibal" (1999, talvez o melhor livro da série), que passou ao cinema em 2001 pela mão de Ridley Scott.
Em 2006, Harris publicou "Hannibal Rising" (2006), a tentar explicar as origens de Lecter e a série parece terminar aqui. "Hannibal Rising" é uma história débil em que o autor parece desorientado. Deu filme, claro, em 2007 ("Hannibal - A Origem do Mal"), mas nem vale a pena perder tempo com ele.
A série de televisão é uma espécie de novo regresso às origens, retomando Lecter (Mads Mikkelsen não substitui Anthony Hopkins, mesmo mais novo)e o investigador Will Graham (desempenhado no cinema por William Petersen e Edward Norton).
O tom, com algum exagero nos efeitos digitais, é interessante.
No original, é Will Graham que deita a mão ao sinistro médico, indo depois procurar os seus conselhos (em "Red Dragon", a primeira história, já com Lecter preso), tal como a Clarisse (Jodie Foster) de "O Silêncio dos Inocentes".
Veremos se a série (com o último episódio, o 13.º, previsto para Junho) consegue seguir o original ou se fará render, até à exaustão, o confronto Lecter - Graham. Pode ser que tenhamos sorte...
Mads Mikkelsen |
Brian Cox |
Anthony Hopkins |
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