No final do meu ensino liceal (correspondente ao agora final do ensino secundário) fiz por várias vezes dois exames nacionais (provas escritas e orais) na mesma manhã e talvez também na mesma tarde.
Tive boas e más notas, aprovações e reprovação, uma revisão de provas com uma subida de nota e uma reprovação política (por escrever, na disciplina de Organização Política e Administrativa da Nação, que o direito à greve era proibido).
Não fiquei doente, debilitado, fraco, esgotado ou incapaz de fazer a segunda prova por ter acabado de fazer a primeira meia hora antes. Não fiquei traumatizado por isso. Foi apenas necessário preparar-me melhor antes, ou não, consoante as circunstâncias, a vontade e a matéria.
Isto aconteceu à minha geração e julgo que não apenas à minha geração.
Mas agora, anunciadas duas provas de exame com meia hora de intervalo para o mesmo dia, começo a ver um estranho cortejo de críticas, com os argumentos mais absurdos (e mais hão-de vir, com certeza), por causa da inaudita violência a que os jovens de agora vão ser sujeitos, coitaditos.
Habituados a tanta facilidade, a ter tudo e mais alguma coisa, da escola mais laxista às famílias que tudo lhes dão para fazerem de conta que é assim que os formam, estes jovens não vão longe.
E por agora mais não digo que é para não suscitar a ira dos polícias do pensamento...
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