O aparecimento de partidos novos, que não só ambicionam chegar ao Parlamento como formar governo, e de candidatos (mesmo os mais duvidosos) à Presidência da República é por vezes defendido como uma forma de combater a elevada abstenção aos actos eleitorais.
É um pouco a perspectiva de atirar o barro à parede a ver se cola. É, em termos políticos, uma aventura oportunista.
Basta, no entanto, ter boa memória para perceber que, mal ou bem, os partidos novos e os candidatos marginais não conseguem ser mais do experiências fugazes, do PRD eanista ao aparente ocaso de Marinho e Pinto.
E, sem irmos aos números nacionais, até podemos pegar num concelho como o de Caldas da Rainha onde um candidato novo do mesmo partido dominante e uma oposição fragmentada (e animada, até, por um movimento de independentes) não conseguiram evitar, nas eleições autárquicas de Setembro de 2013, uma abstenção de 53,5 por cento.
Ou seja: dos 45 535 eleitores inscritos votaram (para a Câmara Municipal) 21 134, tendo-se abstido 24 401. E o partido dominante, o PSD, teve só 9 203 votos.
Num caso como este, a manutenção do mesmo xadrez partidário nas próximas eleições não servirá para combater a abstenção.
E, por absurdo que isso fosse, um novo movimento também não resolveria o problema. Uma aliança de boas vontades (como já aqui defendi) da maioria da oposição com objectivos bem concretos a nível do concelho já poderia chamar mais votantes, que iriam votar por saber que uma aliança desse género poderia alterar de uma vez por toda a situação vigente.
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