terça-feira, 26 de maio de 2015

Iberdrola: uma conta-corrente que fica parada


A arrogância das empresas de electricidade é endémica e, na minha experiência com a EDP e depois com a Endesa, já me deparei com exemplos suficientes para pensar que não haveria mais nenhum caso.
Agora, estando a lidar com a Iberdrola (que, como a Endesa, pouco mais é que uma empresa intermediária da monopolista EDP), deparei-me com mais duas situações inéditas.
A primeira é a multidão de facturas (em duas páginas) que a Iberdrola envia.
De semana a semana, de quinze em quinze dias, de três em três semanas, chega mais uma. Até agora, pelo menos, não se têm sobreposto e onde termina o período de contagem de uma começa o período de contagem de outra.
Esta estranha multiplicação de papéis parece ter a ver com a "digestão" das leituras efectuadas (a) pelo cliente; (b) por estimativa (talvez da EDP); e (c) por contagem da EDP. Numa época em que as empresas, a pretexto da defesa do ambiente e para poupar nos custos, até tentam impor facturas digitais, isto é um pouco estranho.
A segunda situação inédita que me chegou da Iberdrola, e que deve ter a ver com esta multiplicação de papéis, foi a entrada em cena de uma espécie de nota de crédito, no valor de 11€ e qualquer coisa, por contagem a mais.
À partida pensei que o "valor a receber" poderia ser depositado na conta (de onde sai o dinheiro para a prestimosa empresa, por débito directo ou subtraído ao valor da factura seguinte.
Ora pois...
A factura seguinte veio, mas na íntegra. E um telefonema que fui obrigado a fazer esclareceu o seguinte: o valor que há a receber fica "em conta-corrente". Mas fica, só. Porque se o cliente não o pedir (o que eu de imediato fiz), o dinheiro fica lá na Iberdrola.
É um estranho conceito de conta-corrente em que o dinheiro não "corre". Ou, melhor, corre só para a Iberdrola, mesmo quando a ele não tem direito. E há sempre clientes muito esquecidos, que são uma bênção divina para as empresas deste tipo.
As surpresas no comércio da electricidade são infindáveis.


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