quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A treta do Orçamento Participativo de Caldas da Rainha


Escrevi-o aqui em 31 de Outubro: a grande maioria das propostas feitas ao abrigo do Orçamento Participativo de Caldas da Rainha referiam-se a obras que são, pura e simplesmente, da competência dos órgãos autárquicos. Ou seja, da Câmara Municipal (que tem estado a enterrar milhões de euros nas obras faraónicas da capital do concelho) e das juntas de freguesia.
Das 30 propostas selecionadas para uma votação que na prática já acabou, eram pouquíssimas as de iniciativa popular e social que não caíam na alçada de competências (tecnicamente falando...) da câmara e das juntas, como se pode ver aqui. E foram essas, em especial, as que ficaram logo de fora.
Duas delas contemplavam iniciativas de apoio e de acolhimento a cães e gatos abandonados e pareceu-me, desde o início, que pela sua importância humanitária e alcance social, deviam ser contempladas.
A visita que hoje fiz ao site da Câmara Municipal onde é possível votar foi decepcionante. As duas propostas a que me refiro foram consideradas não elegíveis e verifica-se que são as propostas de obras (de competência municipal, repito) que ficaram melhor colocadas. Portanto, saí (do site) como entrei - sem votar.
É inútil fazê-lo, em especial quando todos os projectos se referem ou a outras freguesias que não aquela onde moro (e que está cada vez mais abandonada pelo poder autárquico local) ou a zonas da capital do concelho, que é uma espécie de umbigo para onde a elite local olha com grande enlevo.
É possível que o conceito de Orçamento Participativo noutros concelhos tenha uma aplicação bondosa mas, aqui, não há que medir as palavras: na prática, é uma treta.
 
 
Se calhar também é preciso que o Orçamento Participativo
sirva para repavimentar a zona da fonte das rãs...
 
 

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